Coleção pessoal de Fernandaarrivabene
Vou atrás de um outro jeito de viver a minha vida, já que em qualquer situação diferente estarei lucrando. Mas antes faço questão de te dizer três coisas.
Primeira: você não é tão interessante quanto pensa. Não mesmo. Tive bem mais decepções do que surpresas durante o tempo em que estivemos juntos.
Segunda: não vou sentir falta do teu corpo. Já tive melhores, posso ter novamente, provavelmente terei. Possivelmente ainda esta semana.
Terceira: fiquei com um certo nojo de você. Não sei por quê, mas sua lembrança, hoje, me dá asco. Quando eu quiser dar uma emagrecida, vou voltar a pensar em você por uns dias.
A verdade é que me enchi, De você, de nós, da nossa situação sem pé nem cabeça. Não tem sentido continuarmos dessa maneira. Eu, nessa constante agonia o tempo todo imaginando como você vai estar. E você, numas horas doce, noutras me tratando como lixo. Não sou lixo. Tampouco quero a doçura dos culpados, artificial como aspartame.
Fico pensando como chegamos a esse ponto. Não quero mais descobrir coisas sobre você, por piores ou melhores que possam ser.
Assim, chega. Chega de brigas, de berros, de chutes nos móveis. Chega de climas, de choros, de silêncios abismais. Para quê, me diz? O que, afinal, eu ganho com isso? A companhia de uma pessoa amarga, que já nem quer mais estar ali, ao meu lado, mas em outro lugar?
Sinceramente, abro mão. Vou atrás de um outro jeito de viver a minha vida, já que em qualquer situação diferente estarei lucrando.
Bom é isso, se agora isso ainda me causa alguma tristeza, tudo bem. Não se expurga um câncer sem matar células inocentes...
Me desculpe a frieza. Mas eu mudei, e juro que estou melhor assim. As coisas parecem que tomaram rumos diferentes agora. Será que eu realmente mudei? Sim, acho que essa seria a resposta mais coerente a esta pergunta. Eu já sofri, sorri, chorei, corri tanto atrás, e acabei descobrindo que foi tudo em vão. Eu cresci, eu amadureci, o que antes eu tratava como prioridade talvez hoje seja apenas uma opção. Reorganizei as pessoas no meu coração aonde elas deveriam exatamente estar e pode ter certeza que muitas eu deletei da minha vida. Eu não ligo. Não mais, eu não me importo, nenhum pouquinho, mudei por completo, mudei mesmo. Ah, e nem por isso precisei sair bebendo, e me caindo em baladas, eu só precisei pensar mais um pouco, em mim, nas pessoas, em todos. Eu vivia me contradizendo o porquê de ainda estar correndo atrás de coisas que não iriam acontecer, em hipótese alguma, foram só expectativas minhas sem pé nem cabeça, e eu realmente não ligo mais pra isso. Quem antes me magoava, hoje eu só sorrio pra elas. Me diz o porquê de se importar? Não tem motivo, pense bem, não tem. O que era interessante já parou de ser há tempos. Eu mudei, e tornei-me alguém que jamais esperava que fosse. E agora, eu sigo sem destino, sem saber o que pode acontecer daqui a cinco minutos. E não preciso que acreditem na minha mudança para que eu tenha mudado. Eu sei disso. Eu me sentia incompleta pelo que eu era, e hoje, ah, hoje eu me sinto melhor, de verdade mesmo. Eu quero o inusitado, inesperado, quero o novo, quero provar coisas novas, quero sim. Quero sentir novos cheiros, beijar novas bocas, ver cores novas, quero conhecer lugares novos, conhecer gente nova, quero provar sabores novos, quero sentir coisas novas e experimentar novos sorrisos. Eu realmente mudei, e acho que pra melhor. Independente do que falem ou digam eu não vou voltar a ser a idiota de antes, porque eu sei que as pessoas sentem falta, sei que sentem, então, me aceitem como eu estou agora, e se não aceitam, sinto muito, afinal, uma hora vocês também irão mudar
Admito que doeu, que me sufocou. Admito que eu não sabia pra onde correr. Admito que me consumiu, que me corroeu, que me despedaçou. Mas também admito me fez olhar pra frente e entender que tudo nessa vida tem uma razão, e que se você se machuca muito, começa a não doer mais tanto.
Acredito que ninguem nunca conseguirá me desvendar. Sou difícil, enigmática, porém transparente. Hora doce hora amarga. Não tenho medo e nem fescuras como a maioria. Não sou santa e quietinha, mas não me provoque, pois sei ser totalmente o contrario. Ser decidida não é o meu forte, não me faça decidir entre isso ou aquilo. Sou louca, completamente louca, normalidade é uma palavra que não está no meu dicionário. Sou sensível, choro por qualquer besteira, mas não pense que eu sou fraca, pode acreditar, sou mais forte do que muitos que estão por aí e o meu único poder está um pouco extinto ultimamente, o sorriso, não é sempre verdadeiro, mas sei que é a maior arma que alguém pode ter. Eu não sou nem um pouco perfeita – pois ninguém é. Sou chata, dramatica, ciumenta, exagerada, mas me sinto tão bem com meus defeitos imperfeitos, e não mudaria, ser perfeita cansa. Falo “mano”, “velho”, muitos palavrões e não deixo de ser uma pessoa que tem sempre seu lado meigo e amoroso Ah… Chegamos ao assunto amor, um assunto tão complexo que procuro sempre fugir das perguntas sobre isso, mas temos que encarar a realidade. Pobre coração já sofreu tanto por culpa desse sentimento hipócrita, que recusa a se apaixonar novamente, e não pense que levo isso para o lado ruim, o amor machuca e estou feliz sem esse tal sentimento. Deixarei o amor de lado dessa vez, não irei fugir do assunto deste texto: eu. Não sei a real intenção de escrever essas palavras inúteis, pois na verdade nem eu sei lhe dizer o que sou e como sou – será que sou de outro planeta? Será que vim para este mundo com a intenção de descobrir o objetivo da minha vida – realmente não sei, mas um dia talvez irei descobrir. Sou estranha, impulsiva, diferente, enigmática, uma incógnita, verdadeiramente uma caixinha de segredos, que aconselho não tentar desvendar-me, pois irá ficar louco assim como eu sou