Coleção pessoal de FernandaArantes
Absolutamente sarcástica
A face do homem encarava-me.
Chorei, sem que lágrimas caissem.
Mas minha pele ardia,
meu coraçao clamava por socorro.
Implorei...gritei...chamei-te, por teu lindo nome.
Quao rude sentimento é este que despertei em ti,
Se não é capaz de entender minha dor?
Inápta, com meu orgulho ferido,
Incerta de mais um engano,
Em nada podendo compreender-te,
Apenas, chorei.
Lastimei minha dor.
Onde buscarei o amor novamente?
Onde poderei encontrá-lo?
Tiras-te de mim meu mais valioso bem.
Levas-te com tuas mentiras a minha fé.
Deixaste-me, seca...febril..
Obséquio, amigo...
Não me prendas mais em tua teia.
Solta-me...liberta-me...deixe-me ir..
Deixe-me ir de ti.
Para o mais longíquo caminho,
Onde tua face não possa ver.
Onde teu perfume, não possa sentir.
Onde tuas mentiras, estejam longe de mim.
Obséquio, amigo...
Deixe-me partir.
Esta noite,
Ir-me-ei de ti.
acordei ao perceber que te esperava ainda.
E me percebi ao te encontrar.
Teus olhos com chamas de dor, declararam o remorso.
Perdoei-te, sim...
Todos os dias e noites.
Há cada espera de tamanha delonga,
Minha coragem enfrentava o fustigante medo daquele dia.
Fugas...já não te era possível.
Quão tolo te notou ao me ver refletida em ti.
Era mais uma das mentiras que ouvi.
Sabia desde o princípio.
Escondi o rosto pra te ver passar.
Abri a porta e logo percebi.
Temo ter deixado meu mal insano te envenenar.
Que levas-te de mim, meu bem, senao meus desencantos?
Ainda desaforado, ficas-te rindo...e mentindo.
És apenas mais um dos que deixei ir.
E também eu mentiria se te deixasse ficar.
Estou indecisa sobre teu caminho.
De longe, percebo-me em ti.
Mas minha estrada é tão incerta quanto o dia de fechar os olhos eternos.
Deixar-te entrar, seria perder o rumo.
Se não permito, ainda assim estou perdida.
O tempo levou a esperança...
A dor me aquietou,
De frustradas buscas pelo teu colo.
Teu mundo reticente,
Usurpador do meu direito a ti.
Removeste meu amor,
Com a frieza dos teus gestos.
Sopram ventos cálidos,
Tentativas de me fazer voltar.
Quão impossível retomar esta paixão.
Sequei-me ante a ti.
Já não sucumbo a tua imagem...
Tampouco, estremece meu coração.
Vi na madrugada de olhos ardis
Passar o amor de minha busca
Com tanta pressa, difícil crer.
Meu corpo pede tua presença
Mas te ter pode ser te perder!
Planejei esse momento,
Perfeito como a luz
Ter-te-ei em meus sonhos somente,
Assim não te perderei jamais.
Impossível suportar o dia sem ti
É por isso que clamo pela noite
Tua graça refletida em mim.
A verdade que vem dos teus anseios
Me completa.
O encontro entre pessoas em nada se difere do encontro das águas...
Ambos são fenômenos que correm lado a lado,
Sem misturar-se...
Para os graciosos olhares,
Esse prodígio torna-se uma espécie de atração.
E o fato das águas não se misturarem deve-se as diferenças de temperatura e densidade e ainda a velocidade de suas correntezas.
E quanto as pessoas... bem... é bem mais complexo.
Seria totalmente insana e imprudente se tentasse definir
A razão que nos leva ao irracional.
Talvez, porque somos tão iguais, que nos tornamos diferentes.
E nessa corrida igualitária, lado a lado,
Encurralamos nossos sonhos em detrimento do outro. Ou matamo-nos a nós mesmos.
Seria possível ser diferente?
Bom...
Milton Nascimento disse: A hora do encontro é também a da despedida.
Percebo que sua verdade é também a minha.
Se isso pode mudar?
Eu não sei. Não creio que seja provável.
Mas também sou crédula na mutabilidade dos seres.
Somos suscetíveis a transformações, sim. Tal qual a borboleta à qual me comparaste.
Tanto que nem sei dizer... apenas... deixar acontecer...