Coleção pessoal de fenrriolos74
Debaixo das minhas pulseiras há marcas e elas exibem minhas tristezas, fraquezas vulgares como um grumo de algodão que as limpam mas não as secam.
Deus é um momento intimo, longe do fluxo de orlas ou de imagens sobressalentes de quem precisa se auto afirmar pra se sentir em paz ou vender alguma coisa usando sentimentos nobres.
Toda mancha que esvaeceu da minha boca
Toda a prosa colorida que adquiriram de mim
A realidade é em preto e branco
As coisas sentimentais que escrevi
Nunca significaram muito pra mim
Toda relevância impregnada de momentos vividos
Como tais mortos na limiaridade deles
O sonar dissipado num piscar de olhos
submersos em mentes frias
O sangue lacrimejado róseo era só pra segurar sua mão
E nesse desprendimento em busca do vão
Eu cacei por tanto tempo sua ternura
que acabei perdendo a minha.
No fervor da matina
Onde minha mente permuta entre cansaço e ruina
Todo dia você surgia num sonar branco opaco único
Uma esperança em vida
ou uma simples consolação de beleza ao meu olhar triste
Nos mistérios naturais de qualquer ser humano
Esculpi-te em porcelana meu fascínio provisório
A moca era distinta em belos olhos e sorriso marcante
Eu não sabia nem seu nome,
mas já estava pronto, era seu infante
Na minha pequena cidade
os suspiros em pequenos espaços balançam o céu
Num desses a linha tênue rompe a porcelana
e traz o toque como a graça de um anjo
Na calada da noite o ardor dos seus lábios
devolvia cor aos meus olhos
A felicidade que me aflorava
era tão incerta como aquela noite
Sua essência impregnara minha roupa
sentia tudo mais vivo em tê-la perto
Até mesmo essa gota de sangue no vão branco desse deserto.
Existem dois tipos de mulheres, as que no alarde da noite te dão a nítida sensação de dormir flutuando no céu, e as que te fazem padecer no inferno inundado de fadiga, esta é a diferença da mulher linda da mulher apenas sexualmente atrativa.
sepulcro
Nos rastros da maioria dos meus anos maduros tu foste minha musa/
Nos anos imaturos era uma deusa
Uma divindade em meu zelo
Meu céu, meu inferno
Minha melhor amiga
Eu dormia com os pés fadigados como teu servo
Mas te tocava como uma pluma oriunda dos alísios
Teu sorriso renovava meu dia
Minha fonte de perversão, ódio e agonia
O platônico escoava as causas fúteis que me fez pensar estar louco/
E as noites passavam naufragando meus sonhos pouco a pouco
A não ser pela semente que germinara em seu ventre
Torna-la mãe foste uma benção aos olhos de quem ama
Apesar da linha tênue em que oscilava em meus braços e cama/
Nos rastros da maioria dos meus anos maduros tu foste minha musa/
E mesmo que os sons, os caminhos, as imagens te tragam sempre à tona/
O reflexo de minha memoria real foi meu sangue derramando a tua mente insana/
E por mais que escarre meu infortúnio paralelo a tua felicidade conjugal/
Nos rastros da maioria dos meus anos maduros tu foste minha musa/
Nos anos imaturos era uma deusa
Se outrora vislumbrei um castelo
Convivi contigo numa casa
E hoje com o sangue em brasa encerro seu sepulcro.
Jamais ignore a sinceridade quando perceberes brilho nos olhos de alguém que te oferece uma rosa ou mesmo um simples sorriso, a musica que entoou ontem foi o réquiem triste do ranger dos meus pulmões dispnéicos no final da noite em que a única coisa que me pusera a dormir foi o seu cheiro que ainda impregnara minha roupa, é muito fácil dar ouvidos a qualquer asneira por ai porque maldade infelizmente é gratuita, e sempre onde houver gente feliz, haverá alguém incomodado isso, lembre-se apenas antes de tomar qualquer atitude olhar um pouco nos olhos do seu cônjuge, namorado ou companheiro, ele poderá estar transbordando em amor de uma forma tão pueril, e esta poderá ser a ultima vez que o faz de forma tão reluzente.
Hoje, teus olhos amanheceram sorrindo
E em instantes permearam a enseada florindo
Cintilante como a paz que ilumina o dia
Fez de momentos supérfluos lastros de alegria
São as rosas de um frio perene desabrochando em poesia
Pra me cativar ou simplesmente te esculpir
Musa da minha noite, do meu dia, e do meu porvir.
Na calada da noite
onde meus sentimentos suprimem ao cansaço
Ela me beijou tão docemente em iminente aparição
Que meus sentidos se voltaram
aquilo que poderia de fato chamar momento de perfeição
Tinha cabelo escuro e um belo olhar acastanhado misteriosamente intrigante
virtuosos lábios que tremulavam em meio a noite fria, especialmente naquele instante
por vezes o silencio tomara a redoma
que quebrara ao balanço de argolas finas quando lhe tocava
e um beijo doce se expandia
de forma delicada e abrangente conforme me deliciava
não havia nexo, senso ou qualquer coisa que pudesse descrever uma certa coerência
era exatamente oque procurava em anos
refletidos em minutos num canto
lastros de sangue e um assédio sem sentido
que ate então perseguiam minha mente e meu corpo
cessaram-se
era primeira vez em quatro anos
que alguém tocara minha alma
a moça de belas imagens que outrora encantava meus olhos
agora repousava em meus braços, insegura, frágil,
como um anjo
o sol em breve tomara o relento
e a prudência me conduziu a sua casa
ao deixa-la um leve aceno a incerteza do porvir
certo de que a noite foi ótima
e que uma nova esperança a de vir, vir e vir...
solidão
O vento brando
poeira sutil
poesias decrescem numa vida senil
a solidão que permeia os cômodos
tomam de lágrimas minhas melhores lembranças
o tempo de outrora, melancolia iminente
a voracidade dos impulsos, vastidão inexistente
um homem solteiro
antes de tudo sozinho.
"fim"
A solidão permeia as flores de jasmim
Na enseada a chama acesa morta, fúnebre
A arte de quem queimou a vida como uma poema
faz do todo um sentido maior
a beleza no mundo não reside nas conquistas
a imprecisão eloqüente que a vida toma
não semeia derrotas ou derrotados
a torna interessante e bela
como a vastidão deste plano viril
o sol incandescente torna meu sangue reluzente
o fracasso é subjetivo
feito um sorriso que brota na planície perene da alma.
Toda vez que te vejo há um imbróglio de sentimentos senis
Visto em lágrimas que nem suplicam,
nem carecem de qualquer afago
Elas simplesmente derramam o que há de mais sincero mim
Nessa hora minha rigidez ao meu próprio eu
se despi pra refletir um amor infindável
Que ao vê-la tão docemente como de fato você é
permeia de seus lábios uma nova partida, um recomeço
relacionamentos são complicados
porque qualquer coisa tem sua peculiaridade
dos sentimentos a própria vida, um indivíduo, um momento
mas a simplicidade do amor maior é única
na redoma de anos e fatos
discernir ou percebê-lo é muito fácil
o amor maior não é volátil, é objetivo
hoje minha prosa não tem rimas
minha poesia não é poética
meu eu não é fictício, nem aspira sublimemente
...
Toda vez que te vejo há um imbróglio de sentimentos senis
Visto em lágrimas que nem suplicam,
nem carecem de qualquer afago
Que em segundos me tocam
no momento que me deparo com o amor da minha vida.
Inquietude
Hoje vou escrever até o ranger dos meus dedos
cansarem minha mente
hoje quero estar ausente pra não me perturbar
em simples ações
Em longínquas paixões
Reside um pedaço de mim que certamente não se unirá
É impossível saciar a ganância
A diminuta desta aclamo de meta
Se não quero olhar adiante
Sou tomado de um desanimo apaziguante
O pior destes o conformismo com oque não almejo
Ora, quem nunca foi tentado ao desleixo
E ao ir driblando percalços
Escrevo escrevo escrevo ...
Quando a poesia toma vida
Agracia o poeta mesmo em ferida
Ao bem dos escritores que infestam suas palavras com o próprio sangue
Mata, exclama, sofre, escreve, discorre, senti
Melhor companhia do que se ouvir
solução ou simplesmente um passatempo
não caio em sossego profundo até essa nuvem passar
A curiosidade aflige como a inquietude de um sonho que esta prestes a acontecer
Cumprir metas e dormir em paz
feliz talvez, mas finalmente algo fugaz
engano-me cautelosamente com elas e as transformo em sonhos
ah! hora de descansar