Coleção pessoal de felippepimenta
Não deixe que nada roube o brilho que você lutou para conquistar. Se preciso for, chegue lá só, brinde no topo na companhia das estrelas do céu. Mas de modo algum, por carência, leve consigo quem já te pôs em um inferno.
O que passou, passou sim!
Mas é bom recordar de vez em quando para que não se corra o risco de tropeçar nas mesmas questões e pessoas. A memória desses episódios não deve ser um gatilho, mas pode ser um alarme de segurança quando preciso.
Muito se fala sobre o ônus de desistir das situações, relações e pessoas. É como assumir o fracasso diante de oportunidades. Mas poucas pessoas falam sobre o quão cara são as insistências. A insistência é romantizada como virtude, mas note como pode ser violenta!
Um grande exercício de auto responsabilidade afetiva é
impedir que qualquer pessoa quebre
seu coração.
Às vezes o amor que você procura é o próprio. Então, nenhum relacionamento será capaz de te fazer sentir se em completude, porque não é carência do outro, é falta de si. Se acolha, se olhe e se ame. Você é o amor da sua vida; diga sim!
Amores não superados são como pedriscos no sapato. Não é uma dor insuportável, mas é um incômodo recorrente. Às vezes, caminhar descalço por um tempo é uma boa escolha.
Se diz que seguiu adiante, por que insiste em olhar para trás o tempo todo? Se acha que algo não ficou bem resolvido, volte e resolva. Querer seguir sem olhar para frente te fará tropeçar de novo, e pior, nos mesmos obstáculos!
Por hoje: matrículas renovadas!
“Todos estamos matriculados na escola da vida, onde o mestre é o tempo”, assim disse Cora Coralina, e não ousaria em discordar. Por que? Ela viveu 95 anos! Mas não é só pela longevidade, ela soube dialogar com o tempo, aproveitar o tempo, se reinventar com o tempo, e por suas poesias vemos que até brigar com o tempo, e por que não? Ao menos ela não foi indiferente ao tempo como muitos de nós.
Se a vida é a escola e o mestre o tempo, temos mesmo é que ousar todas as formas de trocas possíveis, para ver se dá tempo de aprender alguma coisa, afinal, logo mais o sinal toca e a aula acaba. E você? Aprendeu o que? Gosto da analogia entre a dinâmica da escola e da vida, assim por algum momento abandonamos a rigidez do “já sei tudo” e regressamos à posição de ansiosos aprendizes à espera do 1º dia de aula. Como era bom aquele sentimento e cheirinho de novo (descoberta).
A sala de aula (vida) é um espaço de trocas diversas, em que há quem saiba mais sobre um assunto, quem saiba menos sobre outro, mas todo mundo sabe alguma coisa. Há a turma do fundão, os que precisam sentar na frente, os interessados, os cheios de dúvidas, os “sabe tudo”, os que precisam de reforço, os que colam, os que faltam, os que abandonam, os que se distraem com frequência, os que “vão pra diretoria”, os que se acham incapazes... tem de tudo. Ainda bem.
Na sala tem a figura do mestre; o tempo. Devemos toma-lo como quem? Talvez como a sabedoria do vivido, que pode sim se personalizar na vivência das pessoas que já caminharam por mais tempo nesses corredores da vida (escola). De certo que conhecer os corredores não os impedirá de tropeçar, mas eles poderão contar aos recém-chegados sobre a história das lajotas, lustres, portas, quadros, mobílias e até mesmo sobre a paisagem vista da janela da qual testemunharam as transformações; memórias.
Sim, esse texto ainda é sobre a vida, e acima de tudo, sobre o valor de nos mantermos como cadernos abertos e cheios de folhas em branco a preencher. Alguns de nós estão cheios de tempo, outros aprendendo a lidar com o tempo, alguns indiferentes ao tempo, outros com o tempo findando... Mas é preciso dar espaço ao tempo para que façamos trocas, sejam afetivas, sociais, intelectuais, culturais.
Já reparou que o tempo acinzenta o cabelo de algumas pessoas enquanto mantem colorido o de outras? É, o tempo gosta de brincar, e vez em quando as põe juntas. O tempo gosta de ver o “vivido” e o “vívido” se encarar, no fundo ele anseia vê-los pintando tempos vindouros. Mestres e alunos, na dança das carteiras da escola (vida) com frequência invertem a posição de aprendizagem (troca entre gerações). Coisas que eu sei e você não, e o inverso. Coisas do meu tempo e do seu tempo. E se você se abrisse para meu mundo? E eu para o teu? E se juntos fossemos mestres, alunos e o tempo ao mesmo tempo?
Talvez precisemos (todo sem exceção) deixar um pouco do material excedente em casa, ir com a bolsa mais vazia, para ter espaço para empréstimos, trocas, presentes...
Eu acredito que esse tempo possa existir na escola da vida, o lado bom é que hoje já acordamos todos mais um dia com as matrículas renovadas! Boa aula.
Há quem fique em relações falidas e falsas, porque já se habitou à dor. A relação tóxica é tão naturalizada que nem mesmo a dor já não ensina nada. Quem fica, apesar da dor constante, perde a perspectiva a ponto de aceitar tudo.
É um tipo de morte existencial.
Chorou com você mas ainda assim seguiu dando força para o motivo das suas lágrimas? Ou chora com você ou sorri com seu algoz. A pessoa leal não titubeia, ela sabe o lado que está. Se há dúvidas, é porque ela nunca conheceu seu coração de verdade!
Se nesta relação o outro só te oferece ausência, por que você se cobra de estar tão presente? Por que ainda se doa e simplesmente para longe não voa?
Em certos momentos da vida é preciso favorecer desencontros com algumas pessoas para que consigamos nos reencontrar consigo mesmos.
O ressentimento te paralisa, livre-se dele. É a mágoa sentida de novo e dia após dia novamente, é a repetição da não aceitação. É dor, inércia, recusa de seguir adiante.
Ficar doerá mais.
Saiba partir.
Chega um dia em que simplesmente não faz diferença quem gosta ou não de você. Desse dia em diante você terá chances ampliadas de ser feliz. Já que o tempo que se ocupava em agradar, agora estará livre para se cuidar e valorizar o que de fato lhe é essencial na vida!
Se a pessoa decidiu que não quer mudar de jeito algum. Mude você. Invista em outras direções. Às vezes não é o outro que precisa mudar de rota, é a gente que precisa sumir e não lhe cruzar mais os caminhos!