Coleção pessoal de FelipeLiterato
Escrevo pela necessidade de me sentir vivo,
Escrevo pelo prazer de me sentir amado,
Escrevo pelo desejo de ti sentir em mim,
Escrevo pela sutil forma de saborear teu corpo aveludado,
Escrevo simplesmente para que minha história não tenha fim,
Escrevo para que um dia seja lembrado,
Escrevo para não me tornar o cordeiro desgarrado,
Escrevo para ser único em teu ser,
Escrevo para que o tédio não me faça sofrer,
Escrevo para a solidão não arrancar meu riso,
Escrevo... escrevo, pois da poesia tenho meu refúgio,
Escrevo... escrevo, pois da vida é o que tenho,
Escrevo... escrevo, no frenético ritmo do coração,
Escrevo olhando o doce sorriso de minha fada,
Escrevo dedilhando a calma canção,
Escrevo pela simples desculpa de falar com minha amada,
Escrevo... escrevo, pois sou alma vivente,
Escrevo...
A Embriaguez do Peito
O sentimento embebeda minh’alma,
Aflora às nuances do espirito e prolongasse ao dorso do desconhecido,
As intempéries afogam o fôlego do singelo suspiro de minha calma,
Tendo o gosto de ver meu fracasso ante a impotência de controlar meu íntimo,
Deixando digitais tão fortes que confundem a racional lógica de meu peito.
A doce visão de teus olhos me traz ilusão que rasga em trapos minha emoção,
A sublime lembrança do teu olhar é o que me resta,
Perante uma vida esquecida e desgarrada do amor por feitos
Insignificantes e doloridos com o sentido de não se sentir,
Senão sequer, qualquer coisa alguma, da verdade mentirosa do amor desamor,
Que despertou sem respostas a quimera mais desejada em uma aflição aflita de não viver.
O sonho que virou sonho sem nunca se ter sonhado,
Revela a confusão que arrasta a organização do pensamento embaralhado com o vazio do nada,
Perdido no espaço do tempo que nunca existiu, na costura do vestido que se desmanchou sem nunca ter sido feito,
Na trama de uma novela sem fim, sem inicio, sem meio sem qualquer coisa que seja,
Sem algo que a revele, sem o medo da coragem e bravia de bravatas que me tornaria um ser,
Com existência de não ter existido dentro do espectro de vida de minha morte,
Da solidão que suga o semblante da saga do ser subalterno e sublime,
Com as pupilas mais negras e claras que brilham como o fogo de uma tocha apagada
Que nunca foi acessa por alguém que despertasse a vida diante da morte que surgiu
Das incertezas, incertas, insanas de um poeta sonhador,
Da miscelânea de uma colcha de retalhos de uma história sem fim;
Que aqui termina ...
"Ela! É Ela! Minha morena bela dos olhos de negros botões,
Singela, pequena mulata bela que atormenta minha razão,
Oh! Que olhares profundos e ternas emoções,
Com um gesto simples debruçar em seu regaço e ouvir saltar seu coração.
Aprisionaste o meu íntimo e da minha dor fizeste sorriso,
Confundindo-me de modo agradável e envolvente que só os anjos ão de explicar,
Levando-me a perder o bom siso,
Querendo contigo eternamente ficar.
O garoto aprende a amar,
Subitamente com um palpitar, profundo, rápido e claro,
É Ela! É Ela! Minha rosa morena a lembrar."
"Pequeno garoto mestiço,
Habitante de um bairro periférico [ sem água, comida ou energia],
Vive ao barro comer, geofagia?! Fome?! Vermes?!
Não, não, meu caro! Desigualdade e desespero, que fazem suas tripas revolverem,
Em um movimento intenso, profundo e doloroso da realidade de um país de todos, rico e sem pobreza.
A sina dos Severinos continua,
Migraram para o centro-sul da Terra Mãe Gentil,
Edificaram seus palacetes, casebres de alvenaria,
O saneamento dar ânsias de vômito,
Odores urbanos - metano, gás do pântano.
Campos de batalhas - rojões de metralhadoras, balas que não adocicam a boca,
Mas que matam,
[ toda diversidade de canhões em um único quartel militar - o do tráfico."