Coleção pessoal de FelipedeLima
Atalho para o Inferno
Às vezes,
Quero tomar um atalho para o inferno.
Só não sei se,
Devo arrumar as malas,
Para uma temporada no Iraque...
Ou em Brasília.
Onde colocaria meu melhor terno,
E tomaria um porre
Com aquela corja de farsantes,
Depois os ofenderia
E cuspiria
Em seus semblantes,
Pensando bem,
Que graça teria?
Eles merecem coisa pior!!!
Quem sabe serem pisoteados
Por ELEFANTES?
E percebi,
Que estaria em melhor companhia
Junto aos terroristas.
Acho que encarar as balas
P E R D I D A S...
De bandidos no Rio de Janeiro,
Após um ataque...
Seria bem interessante,
Afinal a segurança
É o forte,
Deste lugar
Mas a adrenalina é pouca
Eu vou para o norte
E na Amazônia me aventurar
De repente,
Algum bicho estranho cruze meu caminho
E eu possa algum veneno exótico
Experimentar
Porém,
Provei apenas tóxicos já conhecidos,
Pobreza, ignorância
E algumas doses de sofrimento
Foi o mesmo que encontrei no nordeste,
E nas ruas das grandes capitais,
Em todo lugar.
Um turbilhão de tormentos
Sempre a aumentar.
E desta forma fico confuso
Com a infinidade de caminhos...
E concluí
Que nesse BRASIL tão imenso
Atalhos para o inferno não vão faltar
Felipe de Lima 24/03/2010
Desabafo sem Hipocrisia (Dedicado a Amy Winehouse)
Não sou exemplo pra ninguém
Meus pecados vão além
Do que a consciência
Pode condenar
Minha fé,
Não remove montanhas
E a determinação,
Deixa muito a desejar
Os pensamentos,
Nada elevados,
Encontram-se
Constantemente deturpados
As muitas idéias loucas
Que mal consigo lembrar
Transformam-se em coisa pouca
Ao meu despertar
Os sonhos...
Foram por água abaixo
Da mesma forma que não me encaixo
Perante normas sociais
E me consola uma dose
Da mais forte bebida
Para lembrar o quão fraco
Sou nessa vida
E quem sabe um dia
Esse desabafo sem hipocrisia
Ainda vá parar
Em algum jornal
(Obtuário 23/07/2011 -
cantora britânica
Amy Winehouse
foi encontrada MORTA
em seu apartamento de Londres,
causa: SUICÍDIO A LONGO PRAZO!!!!!)
Felipe de Lima 24/07/2011
Utopia
Toda Utopia
É transformada em insanidade,
Pois a mente humana
Cheia de maldade,
Faz que Belos sonhos
Repletos de ousadia
Alimentem a crueldade,
Daqueles que,
Tendo em vista a covardia
Distorcem ideais
E criam tiranias
(Felipe de Lima, 24/02/2010 - após debate sobre socialismo)
Falta de Talento
Nesta composição barata
Escrevo versos pobres,
Nada originais
Sem combinações complexas
Com frases desconexas
Por vezes, infernais
Poesia desequilibrada
Fruto de viagem insensata
Nas profundezas
De limitada imaginação
Não consigo traduzir nenhum sentimento
Ou descrever qualquer pensamento
Com alguma coesão
Tento brincar com palavras
Fingindo ser poeta
Sem qualquer talento
Ao expressar minha emoção
Para demonstrar o que sinto
Busco naquilo que me completa
A mais divina inspiração
E num raro momento
Não atormentado pela incerteza
Vislumbrando sublime beleza
Gerei esta composição
(Felipe de Lima: fusão das duas primeiras poesias, escritas em 2005)
Menina “Xavante”
Num susto a vejo...
Adiante
Suave lampejo
Olhar cintilante
Ilumina o semblante
Olhar penetrante
Por vezes distante
Forte desejo
Difícil explicar
Momento marcante
O Meu despertar
Índia Moderna
De porte elegante
Livre e guerreira
Menina Xavante
(Felipe de Lima, 08/07/2010, dedicado a Monique Barcellos)
Café (Felipe de Lima, 06/08/2011)
Água fervida,
Grão moído
E Torrado,
Preto,
Quente,
Encorpado!!!
Expresso!!!
Com ou sem leite?
Por favor,
Creme pro meu deleite!!!
Panis et Circencis (Felipe de Lima, 13/08/2011)
Eis que surge um cenário...
Flashs do passado
Com um gládio em cada mão
O escravo
De instinto sanguinário
Que apenas era usado
Para divertir a multidão
Guerreiro bem treinado
Ele era um Dimachaeri
Faz da arena seu reinado
A violência era latente
E com perfeitos golpes
Derrotava seus irmãos
***
Estes...
Tinham seus destinos
Decididos
Ao levantar das mãos
Daqueles “abutres”
Que giravam polegares...
Para cima
Viver
Para baixo
Morrer
***
Mas um gladiador
Custava caro
O Estado Romano
Não queria perder
E mais um chance surgia
Para aqueles
Que não possuíam
A honra de vencer
***
Boa vida eles tinham
Esses combatentes
Comida e amantes
Os mantinham contentes
E nas ludus
Aprendiam a arte da luta
Pra quando em disputa
A platéia entreter
Enfrentavam
Homens, mulheres e anões
Até mesmo leões
Escudos, tridentes e espadas
Martelos e adagas
Valentes Gladiadores
Que em bigas ou a cavalo
Disputavam pela vida
E ascensão
Das massas
Instrumento de distração
Amenizavam o povo
Revoltado
Com a falta de seu pão
Nota do autor: Este poema faz alusão a vida dos gladiadores que faziam parte da política do “pão-e-circo” instituída no Império Romano, cujo objetivo principal era amenizar a revolta dos romanos com os problemas sociais através do entretenimento.