Coleção pessoal de Felipealmaz

Encontrados 10 pensamentos na coleção de Felipealmaz

Tempestade

⁠Sua beleza sem perfume, seu sorriso me envolvia, seu beijo quente a alma fria.
Mas no meu peito eu te queria...
Na incerteza de meus passos, sobre a ponte da ilusão, seu olhar me penetrava bem castanho a escuridão.
Ninguém sabia da verdade, muito menos da mentira.
Você sorria algo queria se me chamasse, eu logo iria.
Cortando a vinha da cidade cinza, onde se esmaga a solidão.
Dançando com a sorte, mais rápido que a morte.
Fez da loucura o seu galope, depois sumiu na multidão.
Foi quando a carne virou pedra, e sobre a brasa se aqueceu.
A boca seca molha o bico no conhaque, no gosto forte, assim esquece esse desastre...

Felipe Almaz

Amigo fica.

Amigos, que saudade !
Por onde anda nossas gargalhadas?
Quero sorrir contigo, chorar contigo.
Estar junto sem prazo de validade.
Amigos, no dia da angústia sua visita me alegrou, as coisas mudam, mas eterno é oque ficou.
Amigos, veja o valor dessa figueira.
Nossa amizade é como a luz de uma fogueira que ilumina e nos esquenta.
Porém sozinho quem aguenta ?
A correria o dia a dia, tenta sempre afastar, inevitável essa rotina, mas ainda me lembro da nossa amizade e o peito se alegra, me lembro da nossa amizade e o peito aperta.
comunhão, valiosa comunhão !
Nada é para sempre, escuto sempre alguém falar.
Prefiro acreditar, que tudo tem seu tempo !
E mesmo assim, seremos vivos como o vento, que vai, que volta , sempre bem vindo, chorando ou rindo...

Felipe almaz

Calmaria

Percebi que todo barulho em prol da causa, foi como palha queimada, intensa porém passageira.
Sinto uma necessidade de silenciar minhas falas e deixar minhas atitudes demonstrarem a testificação de tudo que anunciei.
Já não é tempo de com os lábios louvar e coração distanciar.
Enquanto potencializarmos o barulho produzido por nós, mais difícil será ouvir os pássaros cantar, as cigarras os grilos, o vento tocando a folhagem, a sinfonia da essência nos convida para um mergulho de intimidade, criatura e criador na mais doce reflexão, edificante pelo toque do espírito que nos retira das multidões e nos chama para um momento a sós, mesmo que seja no deserto ou no mais alto monte, silêncio que nos faz sensíveis a poderosa e inconfundível voz.
Tão impactante ao ponto de gerar em nós suas próprias virtudes, nos fazendo sua imagem e semelhança, não por palavras, rótulos, mas pela revelação através do nosso viver.

Felipe Almaz

O sabor

Quem tem pressa come cru.
Essa pressa lhe fez crudivoro.
Perdeu se o gosto por aquilo que era quente,fresco , prazeroso...
E nessa alteração perdeu se o sabor original.
A pressa para chegar ao destino lhe fez esquecer de apreciar a paisagem, não viu os rios, nem as cachoeiras, despercebido foi o ninho dos pássaros.
Correu cada vez mais rápido para com Deus encontrar, não percebeu que ele era o caminho por onde se percorria, não provou da verdade e vida.
Pois a pressa não lhe permitia experimentar.
Na corrida para Cristo, não percebeu que Cristo era o caminho, a vereda por onde se escutava o amor assobiar.
Mas quem percebeu viveu, nem frio nem morno, no presente foi quente.
Calmaria a desfrutar, somente a intimidade poderia revelar, viu os frutos brotar, até às árvores sem frutos serviram para abençoar nos deram sombras para descansar.
Cada passo fez sentido ao descobrir que Deus sempre esteve ali.
Hoje a eternidade experimentada, sem sofrer pelo amanhã.
Onde o gosto da presença veio como avelã.

Felipe Almaz

Caminhando

Enquanto eles mordem, feito cães selvagens.
Eu busco ser o mais livre possível.
Uma mudança pessoal que me transporte a um novo nível.
Sendo a mudança que anseio pelo mundo enxergar.
Me diga onde se encaixa o sermão dessa montanha ?
Quais bem aventuranças ?
Toda mudança partirá da nossa base.
A boa nova me trás luz para essência enfim voar com transparência.
Ainda creio no olhar que envolva todos em amor.
Inexplicável, de uma fonte inesgotável. Onde o peito se aconchegue no suprir de um abraço.
Menos palavras mais ações, fazendo o bem, mas sem pressões, tudo puro e natural, fruto de quem renasceu.
No dia frio a humanidade se aqueceu, não de forma egoísta, inspirada pelo autor da vida.
Aprendendo a cada passo da humildade e mansidão, na pureza de um cordeiro trouxe a força de um leão.

Felipe Almaz

Vinde a mim os cansados.

É que eu me canso, também quem não cansaria ?
A mesma cena, o mesmo filme , nem se quer mudou o roteiro.
Pois desde a infância eu observo, como amarga o brigadeiro.
A boa nova genuína, já não é anunciada, o paganismo toma conta vestido de contos e fábulas.
Quanta humildade eu vi partir sentido oposto a mansidão.
Fruto dessa construção que só produz decepção.
Gente sincera eu vi chegar, mas não puderam aprofundar, por falta de conhecimento eu vi o amor a fé negar.
Eles correram sobre rédias para se justificar.
E sobre o gole do cansaço eu vi suas lágrimas brotar.
Apreenderam oque era ir, mas nunca aprenderam ser.
Enquanto isso no deserto a proposta continua.
Se prostrado me adorar, o mundo lhe darei.
Sobre correntes e grilhões buscam ser reis de suas denominações.

Felipe Almaz

Evangelho livre


É que o evangelho me deu asas pra voar.
E quem é livre nunca busca engaiolar.
Responsabilidade me serviu pra liberdade.
E quem prova da vida , trilha junto da verdade.
É que meu peito não comporta divisão.
Sigo meu mestre , longe da religião.
Pulando a cerca da instituição, corro por campos tão floridos onde o vento é uma canção.
É graça toda imensidão , meu peito enche em gratidão.
E sobre o sólo dessa terra os frutos nascem em proporção.
Na pureza da simplicidade , em espírito e em verdade.
Hoje sou templo que aconchega os excluídos da cidade.


Felipe Almaz

Em quarentena.

Em quarentena Busco no verso esse poço escavar. Gritando alto pra que possa ecoar. Quantas verdades vai brilhar? Mas só uma aquecer. A viagem do poeta é pra dentro de você! Nessa viagem, Cristo divide a carona. Mostra que o amor funciona! Enquanto o ódio cega a mente. Ladeira abaixo faz do cinza o seu presente. Mas quem colore, espalha tinta sorridente. Pela graça compreende o sentido de amar. Na noite escura acenderemos nossas luzes. Deixaremos nossas cruzes para juntos se abraçar. Estamos isolados, mas o amor segue voando. Estamos distantes ao mesmo tempo, se tocando. Tem gente em quarentena, logo se distanciando. Mas logo vai voltar ao normal. Talvez aí que more o mal. Mundo perdido, egoísta, sobra até pros animal. Se for voltar, então que volte diferente. Quem sabe nesse tempo aprende, o tesouro de viver. Desligaram a máquina, ligaram o coração. Mesmo com preocupação, a nossa sede é de viver. Na noite escura vi estrela que nunca podia ver. Em meio a tudo isso? Vivi por mim e por você. Busquei na mente aquilo que me dá esperança. Vivendo o reino na pureza de criança. Na liberdade que me envolve nessa dança. Junto da paz, enquanto o seu cabelo trança. Tava perdido há muito tempo não encontrava. Foi refletindo que mudei minha caminhada. Poeta louco, assim como Deus é loucura. Mas quem flutua, faz da vida o seu amar. E quem navega sai do barco, para nas águas caminhar. O vento sopra pra lembrar. Por isso devo descansar. Fecho meus olhos para sempre te encontrar. Abro meus olhos, no meu próximo consigo te enxergar.

Cale-se mundo.
Deixe me a só com meu mundinho.
Um mundo mudo pra mudar.
Pois no silêncio somos capazes de escutar.
Em cada mundo um coração.
Em cada coração uma canção.
Em cada canção uma emoção.
Nesse silêncio, ainda podemos escutar.

Viemos das ruas.
Sobrevivemos a noites escuras.
Seus livros trouxeram conhecimento.
Moldaram mentes, feito estátuas de cimento.
Mas nossas vidas foram escritas com sangue, suor e lágrimas, muitas lágrimas.
Sabedoria adquirida em cada beco e viela.
Olho no olho faz travar a sua gíria imitada.
Não me intérprete mal, sou a favor do conhecimento, amo a literatura.
Sei que livros são a chave e faz girar a fechadura.
Mas eles escrevem sobre o mar sem jamais ter se molhado.
Enquanto nos já navegavamos antes da informação.
Nossa vivência segue quente com a força de um vulcão.