Coleção pessoal de FBICOSTA

Encontrados 4 pensamentos na coleção de FBICOSTA

VOTO CEGO

Nunca na história deste país, a informação foi tão acessível. Internet de graça, internet quase de graça, com sua biblioteca interminável de conteúdo acessível a qualquer mente curiosa, agora soma-se à TV, ao radio, à mídia impressa para prover a todos os grandes e médios centros do país, farta informação, indistintamente. Logo, todo o Brasil estará imerso em cobertura de internet. Então, se todos os cidadãos, companheiros e companheiras que obrigatoriamente votam e não obrigatoriamente acompanham o que fizeram seus candidatos já tem fácil acesso à informação; e se praticamente toda a apuração dos resultados eleitorais é feita através de computadores, isso viabiliza algo em que venho pensando há anos: antes de votar, o eleitor seria submetido a uma avaliação objetiva com entre 5 a 10 questões aleatórias de conhecimentos gerais, sendo o resultado fator determinante no "peso" que o voto terá. Sendo assim, fulano obteve score máximo, beltrano acertou metade. O voto de fulano, portanto, vale mais. Não considero algo elitista. É aquele pensamento "Spiderman": maiores poderes (neste caso, um conhecimento maior), maiores responsabilidades. Porque do modo que está, o voto conciente fica banalizado. Por quê, afinal um voto ponderado, pensado, estudado, teria o mesmo peso de um voto comprado, chutado, "bolado"?
Mas isso sanaria toda nossa carência política, aonde ainda impera o coronelismo no Norte/Nordeste, estatais são disputadas por partidos sem qualquer coesão ideológica, políticos corporativistas se julgam, se investigam, se perdoam, aumentam os próprios salários? Não, mas atenuaria. Porque boas mentes, e falo porque conheço alguns casos, estão anulando ou votando em branco. A falsa democracia do voto obrigatório à todos esvazia e exime em parte a responsabilidade dos bem informados.
E a própria informação, conforme primeiro parágrafo, hoje é democrática.

MEU BLOG
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GRIPE SUINA

O surto de um novo tipo de vírus é algo que me intriga. Há uns 15 anos atrás, era o vírus ebola, que derretia suas vítimas em febre e assustava com a rapidez que se espalhava em uma África desde sempre precária em saúde. Depois, o surto da "vaca louca". Em seguida, um par de anos atrás, a gripe aviária. Agora, a mexicana gripe suina. Em todos os últimos casos, é de se notar que vírus devastadores agora se aproveitam da logística global do consumo exacerbado. Doenças que se limitavam a fundos de quintais ou cercanias de chácaras e sítios, agora adquiriram asas invisíveis. É de preocupar, claro.
Esse interesse pelo assunto que me levou a um livro de Stephen King, chamado "A dança da morte". No romance "kingiano" de quase mil páginas, um misterioso vírus liquida quase toda a raça humana, exceto algumas pessoas misteriosamente imunes, que tentam formar uma nova sociedade, enquanto o diabo andarilho erguia um império do mal num mundo caótico. Recomendo.
Ficção a parte, entre hipóteses de extinção da raça humana que às vezes formulo comigo mesmo, nenhuma está relacionada a algum tipo de vírus. Acredito que a biomedicina encontraria soluções mesmo em casos drásticos. E praticamente todo tipo de vírus acaba por encontrar resistência em algum dos diversos sistemas imonológicos entre bilhões de seres humanos. O homem encontrará uma maneira mais eficaz de se destruir, alguém duvida?

LA VEM O SOL

Abra a cortina e deixe o sol entrar. Aproveite, por ora ele não te fará mal.
O Sol, nossa fantástica estrela, que nos viabiliza e transforma esse cantinho da periferia da Via Láctea em um lugar dos mais bacanas, está em sua fase "adulta". Em menos de 1 bilhão de anos, nosso fogoso camaradinha de hidrogênio vai esquentar. E esquentar. E esquentar... e não vai adiantar se refrescar na água. Nossos oceanos irão secar, capice? Outros bilhões de anos mais tarde, nosso esquentadinho sol começará a crescer, inflar, inflar, inflar... muito provavelmente, engolirá a Terra nesse estágio de crescimento, para depois brindar um céu sem testemunhas com uma belíssima nebulosa. Por fim, ele vai se contrair, contrair, até virar uma simpática estrelinha anã branca e depois enegrecer, sem energia para esquentar o então gélido sistema solar, até minguar. E morrer. Mas o Sol bem sabe que ninguém deve ficar preocupado com ele. A vida na terra acaba bem antes do próximo bilhão de anos. E o Sol não terá nada a ver com isso.

RELIGIÃO 2.0

"Tão cedo acorda, ela corre aos jornais. Desliza os dedos entre as páginas, encontra o que procura, seu signo. Se decepciona. - Não vai ser hoje... - Deixa o jornal, retorna à cama e debaixo dela, recolhe uma tigela, que em seguida, carrega consigo até o banheiro. Na tigela, pétalas, aromas, ervas, água. Despe-se e despeja-a aos poucos pelo corpo - Isto, tem que ser em jejum. - pensa - senão, pode falhar.
Em sua casa, insensos, crucifixos, oração colada à porta da geladeira, a Santa Ceia pendurada ante a mesa do jantar, ensinamentos budistas permeiam as anotações de sua agenda, balas para Cosme e Damião."
A religião 2.0 é assim, flexível. Você se serve mediante a ocasião. Se o pastor diz que Jesus é a cura de todos os males, inclusive a solidão, então você pode ficar com o que disse o horóscopo do dia, "abra a janela da oportunidade, um novo amor lhe ronda". Melhor assim. E quanto a dinheiro? Quando ele vem, agradece a Santo Expedito. Se não vier, fique com as lições budistas e desapegue-se. Na religião 2.0, os Deuses coexistem e você não os serve, serve-se deles, feito um farto buffet. Vale tudo, as linhas rígidas que cada crença exigia, na religião 2.0, se entrelaçam.Não é maravilhoso? Fique à vontade.