Coleção pessoal de fabriciohbribeiro
Alguém se casou
Ou alguém vai se casar
Só sei que atrás de mim tem pessoas
Que risos alegres estão a espalhar
Abra sua mente e deixe estes versos este momento te levar
Pessoas vão, pessoas vem
E das pessoas atrás de mim
Eu não conheço ninguém
Estão a tirar tantas fotos
Que colocarão no facebook
Mais as fotos que eu gostaria de ver
São as do casamento, a que eles irão fazer um book
Felizes conversam sem desespero
Sobre o controle necessário de dinheiro
Adorei o que alguém citou;
“se preciso trabalho com muito orgulho de pedreiro”
Esta alegria ao meu redor
Chegou ao fim
Eles vão tirar fotos em outros lugares
Que pena que não convidam a mim
Mais antes de partirem brincam comigo
Descobri que todos acabaram de sair do casamento
Por dois minutos eles foram meus amigos
E me deixaram um ótimo sentimento
Em fotos eles se lembrarão desta cidade
E neste caderno
Eternizarei esta felicidade
Pois momentos pequenos assim, podem salvar meu coração do frio do inverno
Esta chovendo em meu quarto
Esta molhando o meu celular
E agora o que eu faço
Se com você não posso falar
Esta chovendo em meu quarto
Esta a molhar minha cama
E agora o que eu faço
Sentia-me um alguém enquanto você falava que ama
Esta chuva aumenta a cada verso
E esta molhando o meu travesseiro
Parece que a chuva dominou o meu universo
Como vou abraça-lo imaginando o seu cheiro?
Esta chuva que não para
Encharcou a minha coberta
To vendo que dormirei com frio
Tem uma feriada em mim agora aberta
A chuva molha minhas roupas
Terei que sair sem disfarce
E o que dirão ao perceberem
Que falta aquele sorriso em minha face...
O chão do meu quarto inundou
Não consigo pisar no chão
O que já estava retalhado agora afundou
Tenho pena de você coração
Tendei engolir todas as gotas
Mais fui pequeno de mais para tamanha dor
Eu não sei o que fazer
Perdi o meu amor
Tentei afastar isto do meu caderno
Mas isto seria hipocrisia
E lá retorna o frio do inverno
E se nasce mais uma poesia.
Nesta selva aberta
Não sei por que continuo de pé
Este buti que calço, a cada passo, mais me aperta
Eu só não perco a fé
Estes eucaliptos que me rodeia
Parecem sentir o que sinto
Mais um em minha volta caiu de cara na areia
E para meu corpo cansado eu minto
Pois ele me fala que esta na hora de deitar
Mas eu não o deixo descansar
Pergunto-me em que lugar do mundo meu amor deve estar
Será que esta logo à frente esperando eu passar?
Será que se eu cair e no chão ficar
Minha farda verde-oliva completamente ira me camuflar?
Mas a onde depois a minha honra ira parar?
Acho que de tamanho desgosto meu coração vai se afogar
E meu fuzil me puxa para frente
Minha mochila é o que me equilibra
Meus passos são inconscientes
E com isto é que minha honra se calibra
Agarro-me ao meu demônio para ter forças pra puxar canções
Dava risada de meus companheiros mais desesperados
Mas com minha voz mantém vibrante alguns corações
E assim para meus companheiros, fingia não estar acabado
O perfume dos eucaliptos, é o que me faz perceber que ainda estou vivo
Pois ao sentir aquele adorável aroma melhor do que de muitas flores
E desta singela forma sinto um raso alivio
Pois me da vontade de viver na minha vida alguns amores
Escuto ao longe a ordem de “auto-guardado”, vinda de nosso comandante
Aproveitarei pra cavar minha trincheira deitado
Disfarçando a minha dor destes infantes
Até parece que morrer será um alivio para este estado
Mas este país precisa de minha fé onipotente
Mas sinceramente também não sei por que defende-lo
Se o governo nem liga para minha existência
Mas mostrarei que me Deus é maior
E sufocarei os de má fé com minha persistência
Talvez quem sucumbiu-se ao cansaço
São bem melhores que eu
Pois não defenderão quem os faz de palhaço
Aquele maldito governo que sempre deixa de cumprir o que prometeu
Estas águas calmas e verdes
Me lembraste a pequena princesa
Que me chamas de exagerado
Quando tento descrever sua gigantesca beleza
Pessoas me falam que beleza
É vinda de “coisas” grandes
Pois eu discordo com certeza
Por que são as “grandes mulheres” que neste mundo colocam uma enorme frieza
Mas se você parar de olhar o pequeno corpo
Verás que é irônico chama-la de pequena
Pois dela é transmitida um conjunto incrível de sentimentos
Que nos traz uma extravagante paz
Obrigado pequena princesa
Por permitir-me a honra de sonhar com vossa realeza
Por assim eu me esqueço
O que encheu minha humilde vida de tristeza