Coleção pessoal de fabio_teodosio
A vida é feita de antagonias
De irreverentes ironias
de severas e suaves discrepâncias
De doces e amargas lembranças
De suadas e tranquilas anuências
De sentidas a imperceptíveis ausências
Do credo a factuais existências
Do abrir de mão a maior persistência
Do preto ao branco
Do centro ao flanco
Do luar ao raiar
De estrear ao encerrar
Irônico, antagônico, por vezes cômico
A graça de uma tragicomédia
A graça de uma comédia dramática
Piada intensa, enfática
Essa é a vida
Onde choramos de rir
Ou só choramos ao ir
Onde praticamos ambos
Ao ver a vida, aos poucos, sucumbir
Se eu soubesse que passaria rápido, teria dado mais valor, mais atenção
Se eu soubesse que passaria rápido, teria observado , cada detalhe, cada traço
Se eu soubesse que riria, tanto tempo após, que o lembrar me ataria nós na garganta
Se eu soubesse que a saudade, fosse na verdade , o que te faz falta no íntimo, junto a vontade de sentir novamente
Talvez não teria feito diferente, mas mais, mais intensamente, mais abrangente, pra de alguma forma viver mais, o que me faz bem
Se eu soubesse simplesmente, que o simples é o mais importante, como diria antes, o poeta, teria feito mais...
Talvez não só mais, mas multiplicado, relacionado, com maior inclusão, com maior emoção
Se soubesse essa singular verdade, talvez não precisasse saber muita coisa, talvez esse breve fato, de saber que passa rápido, me levasse agora a não só a saudade, mas sim , a sensação de ter vivido, concluído, finalizado...
Saber da brevidade , saber do fim, do último fôlego, traz de agora em diante, a obrigação de viver tudo...
Eu te digo como ando me sentindo
Ocupado o bastante, e bastante
Sem nenhum momento ou instante
Pra descansar, ou pensar
Estou me sentindo, com o humor retraindo
Com alegria ausente
Tristeza e estresse presente
Sem poder gargalhar
Estou me sentindo, como se estivesse me traindo
Com convicções ultrapassadas
Com pensamentos e ideologias passadas
Sem que merecessem eu raciocinar
Estou me sentindo com a ira me possuindo
Vendo pessoas fúteis realizadas
Com seus prazeres alicerçadas
Com suas estórias a dialogar
Por isso posso dizer
Me sinto mal
Sem ter poder
De me manter desigual
Pensar diferente, é um combate
Vai de gritos a sussurros,
Dos que miam aos que latem
Aos que se libertam atrás dos muros
Do crescer da antagonia
Do alinhar das narrativas
Do buscar a harmonia
A ideia particularizada coletiva
E ao que se resume
Esse sentimento a que não estou imune
Resumidamente presente
Está em mim inerente
Um asco da hipocrisia
O sacro elocubrar
De um tempo, um dia
Desse espírito aldrabão me livrar
Ciclos se acabam,
Se encerram, se definem
Se vão
Para que novos se aproximem
Deixam saudades
Certezas, dúvidas
Trazem felicidades
Ou infelicidades absurdas
Exagero proposital
Consentido, concedido
Por vezes, sem sentido
Sem razão, afinal
É fato ,
Com fundo dramático,
Confuso, mas em conversão,
Traz tragédia com comoção
Nem tudo assim termina,
Em felizes para,
E sim, quase sempre
Assim de repente, acaba
Então, viva e torne eterno
Cada momento terno
Viva e guarde na mente
O que lhe dá vontade de viver novamente
Afinal, passa rápido
Como o pensamento
Anos, e anos, num lapso
Progridem ao colapso evento
Fico pensando e perco tempo
Fazer por fazer,
O mais rápido, lento
Por necessidade ou prazer
Sei lá, novamente repito
Fazer! Agir, fato ao consumir
Sem dizer , desisto
Fazer repito, prometer e cumprir
Se o tempo curto
Se o ciclo encerra
Demorar, se muito,
E nunca eternizar a espera
É um corre corre
Apague antes que estoure
Busque traga, entregue
Não pare, não descanse, não sossegue
É um corre corre
Atrás do que, que não se alcança
A famigerada esperança
Do descansar da andança
No fim a gente se cansa
Esperando a bonança
Esperando o fim da dança
Ao apagar das luzes na França
Sendo Paris a cidade luz
E que nada condiz
Do apagar o brilho que propus
Errei por muito e não por triz
Então volto a ativa
Eu vivo , viva
Grita o empolgado
Esse não parece cansado
Parece feliz
Será a casca que aparece
O rico esquece
Que o risco as vezes empobrece
Fato puro e nobre
É que em tudo o pobre
Tudo pode
Quer ele contrarie, quer concorde
Repito e digo: tudo pode
Menos o ter,
A menos que lhe sobre,
Ou que peça, ou que esmole
Eles não tem nada,
Só dinheiro
Vazios como os buracos de um queijo
Ocos, em muito , em tudo, inteiros.
Vazios , ao seu sarcasmo são escravos
Com meu pensar, os calo.
Seu silêncio, é melhor, eu penso
Do que a água, o sangue é mais denso
Prefiro eu na alegria
Do amor humilde, sem agonia
O desfrutar ilude,
Raciocino vem amiúde
Vida frágil
Facho de luz
Instante, instável
Um dia você é forte
No outro,
flerta com a morte
De vc a dor toma conta
De saúde nem uma ponta
Apressa o passo pro fim das contas
Vida frágil
Barato plágio
De felicidade utópica
De mais intenso só amor
Rivalizando com a dor
E ambos nos calam
É o que dizem
É o que falam
Aproveite seus dias felizes
Pois o que te espreita na esquina
É o crescer do sofrimento
E o alívio que vem da morfina
No fim , todos sem dignidade
Não importa a idade
Todos a perdem
Se for só uma noite
Que bom, que já passou
Saímos vivos dessa
Pois essa não nos matou
Se acima Lobão dizia
Abaixo também me serve
Cazuza e a vida louca, vida
Vida breve
E meu observar
por aqui não para
Como o tempo a acelerar
Ao fim da estrada
Como é rápida
Como é repentina
Como nos surpreende
O viver essa vida
É tal qual, no palato
O contrastar do doce
Num instante, num ato
O azedo fosse
É como raiar do dia
Em um segundo passa-se
E não mais raiasse
Produzindo a noite em agonia
É como o verter das águas
Interrompesse o ciclo
Obstruído pelas mágoas
Do que outrora fora vivido
A vida passa
E o humor perde a graça
A tristeza se instala
E o fôlego , como fogo, se apaga
Tão óbvio,
Tão previsível
Estamos fadados
Como se fosse escrito
É como se o verão
Desce lugar ao inverno
E o abrasar do coração
Esfriasse por completo
E se assim disse Cartola
Por que não Adoniram
Afinal sem demora
Se parte o trem da vida vã
E o que se encerra
Se não o sofrer em pranto
E o descansar a espera
Do chamar do Santo
Como era bom
Chegar a noite
E ter a sorte
De vc me esperar
_________________
Como era bom
Sentir o aroma
Experimentar o tempero
Ao te ver cozinhar
_____________________
Como era bom
Ter tua correção
Me encher de emoção
Ao reconhecer meu errar
_________________________
Como era bom
Correr ao encontro
Consolar o teu pranto
E poder te abraçar
______________________
Como era bom
Presenciar teu sorriso
Tua grande alegria
Ao te ver gargalhar
_____________________
Como era bom
O afago do dia
Correr ao teu colo
Ao fim da noite chegar
_______________________
Como era bom
Ter minha mãe
Por tudo que disse em rima
Que pôde um dia me dar
Tanta gente, que passa pela gente
Tanta história que volta na mente
Tanta gargalhada dada
Tanta mágoa passada
Tanta mágoa esquecida
Já superada e vencida
Tanto tempo, muito tempo
Embora pouco
Eu penso
Queria poder voltar
A vida de agora somar
A alegria dos amigos
Daqueles quem vem
Daqueles que vão indo
Voltar no tempo
Reviver momentos
Rimar o que não fez sentido
Trazer de volta quem estava indo
Tanta amizade
Das boas , das fiéis
Passageiras da felicidade
Afinal , vão se os anéis
Ditado infeliz,
De verdade,
Me diz
Se não sente saudade
Ainda que por um triz
Embora esteja tudo resolvido
Nada reprimido
Olha pra dentro e diz
Como dá saudade
Como dá vontade
De voltar atrás e reviver
Sem o presente desmerecer
Viver os dois
Sem antes e depois
Sem o agora e o que ficou pra traz
Viver o que foi bom
Viver o que trouxe paz!
É fato!
Ganhar a vida não é fácil
Tem de lutar, muito trabalho
Terminar o dia cansado
Notar, que de tanto suar
Quase me mato
E oh, demorei pra perceber
Que infimamente da certo por talento
Foi mal falar a verdade, lamento
Mas o que falo é real, pode crê
Não é só colocar a vitória no pensamento
É buscar, e fazer por merecer
Já me disseram que eu nada seria
Não sou melhor do que ninguém
Sou semelhante, chefia
Da sua arrogância não sou refém
Sonhei com fé, sim , um dia
E sustento meu pedido, e digo amém
Nunca quis ser o melhor, e sim,
fazer o meu melhor, enfim
Busquei fazer o que gosto, primeiro
E não buscar o que só dá dinheiro
Chefe, a vida passa voando, é verdade
Mas pelo menos que deixe saudade
Frases bonitas, talvez em conto, eu espero
Serei poeta, e sempre bem sincero
A realidade é dura, e a vida é bela
Tá mais pra Legião, menos Toquinho em Aquarela
Pinta teu desenho
Escreve tua vida
E se um dia eu te desdenho
Você me vence em seguida
Não se iluda
Nem sempre é querer
Mas se hoje tudo muda
Levanta a cabeça e aprenda a viver.
Na boa, dizem que eu sou o senhor
E pra mim isso é motivo de orgulho
É pra mim um exemplo de amor puro
Afinal, quem não quer ser um lutador
Quem não quer ter bom humor
Quem não quer ajudar quando pode
Quem não quer ser visto como forte
Aprendo contigo a deixar passar
Sim, verdadeiramente a perdoar
E tem gente que diz que isso é fraquejar
Ser fraco é odiar
Aprendo contigo a ser do contra
Ser contra a não sorrir
A não fazer conta
A gargalhar sem reprimir
Aprendo a partilhar
A ter fé, acreditar
Que se não há egoísmo
Não há pessimismo
Aprendo a me sujar
E no ardor, com dor
Poder buscar
Seja o que for
Bem suado
Atrapalhado, armengado
Mas se for nosso
Não nós é tirado
Aprendo a ter fé
Na consepcao do significado
Não é se ter o que quer
É confiar que ser lhe-a o necessário, dado
É aprender a se emocionar
Chorar de alegria
E se triste for um dia
As lágrimas aliviar
Aprendo , aprenderei
Pra sempre
Como confiei
No seu Deus que seguirei
Vc me ensinou assim
Que um dia a vida não terá fim
A eternidade, é na verdade
O nosso futuro, sim
Por isso pai, reintero
E de verdade digo
Com sentimento sincero
Me orgulho de com vc ser parecido
Levante-se, não se envergonhe de ter caído
Orgulhe-se, que se por de pé,
VC tenha escolhido
Aquele que gargalha com sua queda
Não entende sua fé
Não entende sua perda
Se espanta ao te ver de pé
Levante-se, jamais deixe de tentar
Por que a vergonha é a desistência
Não tenha medo de fracassar
Só mantenha a persistência
Como água mude a rota
Não o sentido
Mude seu caminho
Não seu objetivo
Busque, rebusque e siga
Siga em frente, parar jamais
Tropeça feio, quem olha pra trás
Sabe aquela frase cheia de sabedoria?
Sabe aquela coragem que vence barreiras?
Sabe aquele sorriso lindo e farto?
Sabe aquele olhar, profundo e luminoso?
Sabe aquela alegria contagiante e benéfica?
Sabe aquela espiritualidade de uma amiga de Jeová?
Sabe alguém, impossível de não gostar?
Sabe entender o pq tudo deu errado até hj?
Eu sei, pq conheci alguém que me ensinou em um curto período, que as vezes a sorte bate a porta
Eu sei pq conheci alguém que tem tanta esperança, fé, que montanha é pouco perto desse poder
Eu sei pq conheci o que é meiguice na concepção da palavra, na personificação, ainda que imperfeita, dessa qualidade
Sei tudo isso, pq conheci VC
E como Jeová é bom, de fato, ele não mede bênçãos quando as distribui
Tá na hora de ser feliz, querida, e muito em breve, estaremos oficialmente juntos, e se Jeová permitir, pra sempre! Bjo
Alguém já te chamou de casa?
Pois é, tinha que ser ideia minha?
Que você é especial pra mim, isso vc já sabe
Mas pq casa?
Sabe aquele dia difícil, onde tudo dá errado, onde nada colabora, pra onde vc quer correr?
...
Ou aquele dia maravilhoso, onde tudo deu certo, dia de sol, de alegria fácil. Aí bate aquele cansaço gostoso, aonde vc pensa em terminar o dia?
...
E quando vc conhece um novo amigo, uma grande companhia, pra onde vc convida pra um café, pra conhecer?
...
Sim, pra sua casa!
Você é tudo isso pra mim
Você é o consolo de um dia ruim
Você é o descanso, depois de um dia bom
Você é quem eu apresento pra quem tem meu afeto, meu respeito e confiança
Você é minha vida
Você é meu amor
Você é minha CASA!
é tão muleca
tão menina
alegria fácil
coragem que ensina
carinho que de ti ganho
como um grande prêmio,
recebo em encanto
e desse não canso
o errar do falar
seu charme particular
menina linda, linda menina
não canso de olhar
ganho o dia, o ano
ao fazê-la sorrir
e não viso teu mal
ao te reprimir
doce, és doce
criança, leite moça
e que o mundo nos ouça
que bom que Deus te trouxe
e teu dançar
baila Valentina
Bela menina
plie ao luar
o canto cantado
o cantar falado
ao fim teu sorriso
recebo encantado
teus cachos encaracolados
volume tão belo
teu abraço eu quero
ao chegar cansado
princesa tão linda
encheu minha vida
com tanto amor
florzinha, minha flor
Começa em rima
a triste descriçao
do humano que hoje vive
e encara a dura missão
Caracteristicas, do agora
deste que explora
por aqui ser e estar
e escrever, e poder relatar
Arrogante,
que nunca me torne tal
O asco e o ignorante
Formando um horrivel casal
Aquele que cobra
Aquele que pede mudança
Mas nele a atitude nao mora
Nele não há esperança
Chega uma hora que cansa
Tanta, tanta, tanta arrogancia
E que eu não entre na dança
da má sobrepujança
Labuto todos os dias
Não me desespero em qualquer agonia
Mas me maltrato no meu proprio silencio
por que vivo ao lado da falta de bom senso
Ando cansado de saber
Que ter dinheiro,
é ser melhor
do que se pode ser
Não compactuo com a ideia
De que ser bom
é ter um papel impresso
seja sujo e desonesto
Detesto saber,
Que querer meu bem
é atrair poder
e saber ofender
Cresci pensando,
ou melhor, sabendo
que viver amando
é superior a viver querendo
Cresci sabendo
e isso defendo
que o amor é união
é ajudar, estender a mão
Cresci sabendo
que nao ia ser fácil
que o mundo não é amavel
que nem todo mundo é confiavel
Cresci sabendo
a dar valor ao que é simples
a ter estima, em síntese
por pessoas humildes
Tudo isso cresci sabendo
mas hoje não ando vendo
por que o contrario vem crescendo
e o que é bom, o mal vem subvertendo
Hoje o aluno tem ser o numero um
e o segundo é o primeiro dos ultimos
a brigar pra ter livre cada segundo
e desperdiçá-los teclando curvado mudo
Aprendi a acreditar em mentiras
Compartilha-las como verdade
defender de forma agressiva
o que se impoe de forma covarde
Tanta luta na semana
Tanto labor em vão
pra descobrir que uma planta
aproveita melhor o verão
Tanto conhecimento jogado fora
no abrir da comporta de um avião
e a hipocrisia que não se esgota
nem no soar de uma explosão
tanto treino pra ficar forte
tanto alimento pra nutrição
pra nao conseguir escapar da morte
e ficar sem vida num caixão
Isso tudo é pelo que nos empenhamos
mas o "nos" tem excessão
e não sou só, pois acertamos
a viver a vida na certa direção
E me nego a mudar
deixar de amar
viver a buscar
o que a riqueza tem a dar
Dessa procura,
digo e falo
pra mim é tortura,
Não me tem sustentado
Quero ter a maior das fortunas
Que é deixar saudade nessa terra
por que não prevejo as horas futuras
mas feliz estou, se essa for a que se encerra.
E a madrinha descansou
Também pudera
Até deitada cantou
Encantando a plateia
Cantou samba
Em ritmo de esperança
Cantou a confiança
Do amar nas andanças
Cantou Cartola
E seu perfume das rosas
Que se falassem elogiariam
seu cantar de maneira esplendorosa
Cantou pro malandro
que malandragem não é pilantragem
que o trabalhador sempre venceu
e portanto podia dizer
malandro sou eu!
Cantou a coisinha
A continuação da família
E fez esse verso
Alcançar o universo
Essa foi Beth,
Que viveu a cantar
A madrinha do samba
Que usou sua fama
Para a arte compartilhar
Eu me indigno na ironia desse mundo,
Onde quem trabalha é pobre,
E por ser pobre é vagabundo.
Eu me indigno com quem criminalizou a palmada,
E criou o monologo dialogo da reconciliação,
Onde ouvimos conselhos de quem está de fralda,
Respeitamos a quem nunca demos educação.
Que geração! Conhecem apenas seus direitos,
Transformam arte em preconceito,
Liberdade, na mais pura libertinagem,
Usando como argumento a famosa frase:
“Meu! Eu já tenho idade!”
Se pudessem olhar para o futuro
Esticariam seus ouvidos,
Estariam atento à ruídos
Em busca das palavras de quem vive te falando:
“Cuidado, cuidado , cuidado fulano”!
Mas não, se acham dono do próprio nariz,
E ao errarem desculpam-se dizendo:
“Mas não fui eu que fiz!”
Cada vez mais mimados,
E não amados,
São por vezes afagados,
Com carinhos comprados nos mercados.
Sem amigos,
Estão resumidos
A redes de pessoas solitárias
Onde Trocam muitas palavras,
Se falam por longos momentos,
Porem, não externam nenhum sentimento.
Sofrem calados
Com um sorriso no rosto,
Estão desesperados
Mas continuam em seu mundo absortos.
Digno de dó
Expõe a soberba
Dignos de pena
Continuam só
Não vivem paixões
Afinal , são superiores
Sobre o amor pressupõe
Mas não são entendedores
Não fazem favores
Nem mencionam sacrifícios
Gostam de brigas e lutadores
Mas sua covardia escondem nos vícios.
Se embriagam por dever
Não por prazer
Se drogam pra esquecer
Não para viver
Sem duvida
Esse é o retrato da nossa juventude
Infeliz e depressiva
Que oprimem sua virtude
E deixam a mostra suas atitudes repulsivas .
Casa de tijolo
Casa de madeira
Casa lá no morro
Em plena ribanceira
Gente de todo tipo
Gente trabalhadeira
De sujeito esquisito
As várias mães solteiras
Muitos sons, ritmos muitos
O silencio nunca impera
A ostentação convive junto
Com a mais plena miséria
Tem a rapa da esquina
Que ganham a vida parados
Tem seu Zé que não para
Em busca de algum trabalho
Tem menina bonita
Que vive fazendo coisa feia
Tem criança que não brinca
E pega coisa alheia
Falam que lá tem de tudo,
Que só não tem dinheiro
Embora tenham achado um monte
Com um ex-prisioneiro
Hum, fofoca?
é o que lá mais tem
É a fulana que vai ter filho
E não sabe quem é o pai do neném
Lá não tem caloteiro
Lá não precisa de SPC
Pega emprestado algum dinheiro
E não paga pra tu vê
O castigo vem ligeiro
A punição é um horror
É melhor doer no bolso
Do que morrer de tanta dor
Mas lá tem muita coisa boa
Gente simples, né Arlindo
Gente que vem suportando
Gente que vai indo
Gente que não tem nada
Mas divide tudo
Gente que sofre em silencio
Mas que nunca fica mudo
Gente que para e pensa
E que não usa razão pra justificar
Gente que briga e luta
Para paz proliferar
Tem gente inteligente
Que vive achando que o governo vai ajudar
E gente que como o Renato
Morreu por isso esperar
Esse é o retrato
Essa é a realidade
E sei que esse sofrimento
não tira da quebrada a felicidade
Nunca é fácil de entender
Afinal, não existe logica na morte
Não é por azar nem sorte
Não deveria acontecer
Uns se vão depois de muito sofrer
Outros falacem impetuosamente
Sem ao menos perceber
E nós, tocamos em frente
Não existe ordem natural
Afinal, quem nos garante
Quem morrerá depois
Quem morrerá antes
É imparcial, sem nenhuma seleção
Não é privilegio de pobres
Nem dos donos de mansão
Não visa fracos , nem fortes
As vezes avisa
As vezes age com descrição
Mas após ela
Há tristeza e consternação
A certeza que temos
É que pra isso não vivemos
Não está em nós
Ficarmos sem quem amamos, sós
Uma questão eu levanto
Será vontade de Deus
Causar tristeza aos seus?
Não há logica, se assim for
Afinal, Deus é amor
E assim sendo, portanto
Não vem Dele esse pranto
Não provem do dador da vida
Tamanha tristeza, tão dolorida
Não provem de quem nos dá o ar
O nosso folego tirar
E em breve ele agirá
Acabará com o sofrimento
Tirará o poder do seu lamento
Da morte ele livrará
Essa é a logica
Esse é o bem
Isso é o que rogamos
E dizemos, amém!
Entendo o que é arte, ao te ver sambar
Teus belos movimentos em harmonia
A poesia do poeta que vive a rimar
A graça do palhaço que traz alegria
Teu belo rosto, tua pele mulata
O balanço do teu corpo, beleza nata
Sedução dos teus olhos, tua covardia
Olharia pra você até raiar o dia
Qual o teu nome, nunca vou saber
Em meus sonhos estarás, sem mesmo perceber
Negra de fato, daquelas que canta Aragão
Deixou vazio o meu coração
Esse fraco poeta, que se atreve a poetizar
Rimar o belo com feio, no mais doce amar
Transformar em fantasia, o que nem de perto é a realidade
A chance de com você estar, te beijar, te amar de verdade.
A batucada vazia, sem a companhia do violão
Põe fim ao meu sonho, ao samba , ao show
Ao lar retornar com aquela sensação
De olhar, sem parar, pra que nunca me olhou.