Coleção pessoal de Expaze
Você já perdeu alguém?
Perder alguém pra morte é muito ruim!
…
Mas, pior, é perder pra vida.
A pessoa tá lá…
Mas você não pode mais ver,
Não pode mais falar com ela,
Você não pode mais abraçar…
Você não pode mais contar com ela…
Mas ela tá lá…
Foi numa manhã chuvosa de trilha
Você passou por mim.
Vestia short e um casaquinho
Cabelos ligeiramente presos na parte superior da cabeça, corpo perfeito
Trazia a paz em forma de sorriso e uma instigante leveza no olhar
Nem me notou.
Eu não sabia coisa alguma a seu respeito,
Mesmo assim, nasceu poderosamente dentro de mim,
Sem perceber, uniu sinapses e gerou conexões entre tudo o que faz sentido pra mim
Despretensiosamente, destilou a sua essência e se fez marcante
Poesia livre, em harmonia com a natureza
Interpretei sua beleza à luz do que me dizia a sua alma
Nunca saberás, mas te amei no instante em que teu sorriso alcançou o meu olhar
Saudades
Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...
Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...
Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...
Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...
Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!
Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!
Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!
Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.
Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...
Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!
Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!
Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,
Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.
Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...
Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.
Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.
Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.
Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.
E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...
Com o tempo, a gente aprende que a vida é assim mesmo: que nem tudo dá certo, que nem tudo tem resposta, que nem tudo sai como planejado.
O mais importante é seguir em paz; moldando o que for possível e aceitando o que não pode ser mudado.
Com o tempo a gente entende que os altos e baixos são da essência da vida e que não precisa estar tudo perfeito pra gente ser feliz.
Trago em mim vários mundos.
Um misto de sensibilidade e de força.
Ora vento, ora brisa.
Às vezes independente; às vezes apegado e carente.
Sou feito de sonhos e desejos.
Num momento, silêncio e solidão,
Noutro, adrenalina e emoção.
Há dentro de mim um universo bagunçado e coerente, correndo, pulsando, vivendo, existindo, construindo, se formando e transbordando.
Sou tantas coisas, muitas das quais nem sei definir...
Quanto mais o tempo passa, mais eu ressignifico a vida e o mundo ao meu redor: o que ontem era tão importante, hoje não tem importância alguma. Novos valores, novos sentidos, novas razões pra continuar me despindo do que só vale na dimensão material da vida.
Minha mãe, a quem devo tudo o que sou.
Quem me ensinou que a vida não seria fácil, mas que com fé em Deus e perseverança nenhum sonho estaria fora do meu alcance.
Obrigado, mãe, por ter segurado as minhas mãos em meus primeiros passos e nunca mais tê-las soltado.
Obrigado pelo abraço e cuidado, que mesmo distante nunca deixei de sentir.
Obrigado por ser meu abrigo, quando tudo em volta se mostrava caótico e sem solução.
Obrigado pelas palavras sábias e conselhos precisos.
Sei que muitas vezes te deixei aflita e até te entristeci acidentalmente, mas nunca deixei de te amar com amor profundo.
Todos os meus sucessos são resultados dos teus conselhos, do teu colo, do teu cuidado, das tuas orações, das tuas noites em claro e de todas as lutas enfrentadas por mim.
Hoje sigo vitorioso graças a Deus e a senhora.
Obrigado, mãe.
Calma interior.
Aprendi a olhar para dentro de mim, a conversar comigo mesmo e a me abraçar, quando o exterior se mostra confuso e incerto.
Abrigo-no no esconderijo do altíssimo e sinto descanso à sombra do onipotente.
O que mais admiro em mim é a capacidade de renovação.
A consciência de que sou forte, mesmo quando cansado.
E a minha fé, que me faz olhar sempre pro amanhã, mesmo depois de uma noite mal dormida.
Há dias em que as adversidades parecem ser maiores que a minha capacidade de vencer.
A ansiedade vem com força.
Me sinto sozinho e cansado.
Então, Deus toca meu ombro, pega minha mão e me diz: "calma! Essa luta é minha! Tudo vai passar."
Faz um tempo que me mudei....
Sim, me mudei para mais perto de mim.
Hoje, desfruto sem medo e sem culpa da minha propria companhia.
Liberdade pra mim é isso: me sentir pleno ao lado de mim.
É tempo de deixar os caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É tempo de atravessar a rua, virar na outra esquina, percorrer aquela via desconhecida...
Quem não ousa, não descobre, não se dá a chance de viver o novo.
Pesar
A moça, cuja presença une céu e terra, não quis o abraço trazido de longe...
Sinto pena de mim, sufocado com as imagens divinas da moça-menina
Tenho pena do meu corpo dependente, cativo em terra ingrata
Tenho pena da minha mente, inundada por imagens dela
Tenho pena do meu coração, que soluça como criança na vã expectativa de tocar o dela
Tenho pena dos meus pés, que insistem em seguir em direção a ela
Tenho pena das minhas mãos, que não acariciam aquele corpo
Tenho pena das palavras, outrora usadas para expressar felicidade, agora, expressam a dor
Tenho pena desse poema imperfeito e inacabado, que resultou do silêncio.
Desabafo
Com a ansiedade de um sedento te busquei
Com a inquietude de um prisioneiro te esperei
De tanto te querer
Afoguei-me na minha ansiedade
O frio da noite sem luar e sem estrelas fecundou um medo de querer sozinho
O que no começo era uma agradável perturbação
Cristalizou o tempo num momento sem ti
Chamei, clamei, supliquei, mas só o silêncio me respondia
E o infinito se instalou na tua ausência...
Impotente, assisti meus planos se desdobrarem e fenecerem
Num suspiro de consciência, quis salvar o que ainda restava de mim e fugi
Fugi, levando em uma das mãos meus pedaços e, noutra, a saudade e o desejo, igualmente feridos
Assim, sem haver sentido a magia do teu olhar e o calor do teu corpo
Acolhi-me onde pudesse, sem tanta dor, remontar-me.
Eu existo em cada dia que vivo e em cada lugar que visito.
Por mais simples que pareçam ser, eles me alcançam e constroem quem sou.
Transito entre passado e futuro, sem, contudo, deixar de viver intensamente o que a vida me deu por presente.
Sou fluido, sou leve, sou brisa que chega, que passa e que volta sempre que o coração manda.
Quão admirável é a vida!
Sempre me surpreendendo.
Uma caminhada para um lado ou para o outro e ela me traz belezas inesperadas.
Ela me ensina a ver, às vezes em coisas simples e aparentemente comuns, o toque das mãos de Deus e me permite, a todo momento, experimentar pequenos e grandes milagres.
Eu já quis morar em vários momentos da minha vida. Mas o céu sempre me diz, que o melhor ainda está por vir.
Gosto do mar...
Ainda que seja só pra sentar na areia e ficar apreciando.
Sinto que a música intervalada das ondas me convida a um desacelerar do coração, da mente, da alma...
Desconectar das ansiedades da vida e me reconectar com a essência do que é eterno.
Gosto da maneira carinhosa que as ondas brincam de tocar meus pés na areia. Daquele "vou te pegar" que fazem comigo.
Parece que vejo o mar sorrindo, quando timidamente, em ondas brancas espumantes, ele me alcança, acarinha meus pés e rapidamente se recolhe.
Isso me ajuda a lembrar que a vida é feita de ciclos e que existe beleza na impermanência.
Já me perdi algumas vezes dentro dos meus labirintos.
Explorei cada canto, até os sombrios. Entrei em portas, percorri caminhos... Descobri que alguns não me levavam a lugar algum.
Mas não tive medo de me explorar, de me desvendar e de me descobrir.
Assim, entre perdas e descobertas, entendi que sou um lugar seguro para mim mesmo e um aconchego sempre que preciso.
Não precisa mudar de vida.
A mudança de olhar acerca das coisas da vida já é transformador.
Ressignificando sempre!
A cada dia, descubro novas razões pra me levantar, pra continuar, pra recomeçar. Entendo a importância de cuidar de mim, de manter a mente sã e de proteger o meu sentir.
A cada dia, uma nova maneira de me abraçar e de me acolher.