Coleção pessoal de ewertonoliveira
O Sofrimento do Jovem Werther
Se não me ver amanhã
Já sabe...
Terminei o livro
que ninguém leu
E se de mim
você sentir saudade
Pode me ver
no meu funeral
Pode levar flores
e um cartão postal
Com selo de estrelas
e um universo só seu
Não existe poesia
sem amor e sonho
E só é feliz
Quem um deles viveu
Se na minha peça
Faltarem personagens
Você pode ser a Julieta
e eu faço o Romeu
Na minha estante
tem espaço pros seus desenhos
Guarda pra mim um espaço
no seu coração
Ensaio o tempo todo
pra te chamar a sair
Mas morro de medo
que me diga não
E por isso continuamos
Assim...
Eu sou um verso
e você meu refrão.
Demore o tempo que for para decidir o que você quer da vida, e depois que decidir não recue ante nenhum pretexto, porque o mundo tentará te dissuadir.
Eu até tentei
Ser um cara normal
Mas todos os amigos
Eu já perdi.
Me perco em fotos
Que eu não estava presente
São vestígios de sorrisos
Que não guardaram em mente.
O tempo se faz cinza
De um luto comumente
Desfavorecido de um tempo
Onde nunca imaginei estar presente.
A saudação foi inesperada
Mas, esperada à todo instante
Mau sabia ser entrada
De outro adeus constante.
Agora sou eu
Enfrente a tuas palavras
Encontrando consolo em versos
E uma rima bem montada.
Prometi mais uma música
E aqui estamos nós
Eu longe de você
E você a sós.
Lidar com as dores
De quem não estava doente
Não foi fácil pra mim
E você junto a outros discos
Eram à salvação.
Ei! Você que ainda me vê
Pelo outro lado da janela
Eu ainda tenho uma criado mudo
E uma escrivaninha para escrever
Tudo aquilo que penso sobre você
E o que ainda vou pensar
São muito versos a sussurrar
Sem métrica e rima
São apenas pra dizer
Eu estou aqui
Ainda pensando em você.
Se eu procurasse saber
Nem a mais perfeita ciência
Seria exata em dizer
O quanto tempo eu pensei em você.
Foi numa dessas datas
Que eu nunca comemorei...
Os anjos falam comigo agora
São 21h30mn no relógio
Te convido a sair
Sem ao menos se despedir
Terminamos por aqui
Adeus!
Suicídio hereditário
Uma cicatriz na alma
Viver à beira do colapso
Como um vulcão em erupção.
Ser movido pelo medo
Se manter no chão fortalecido
E se perder do mundo
Ser um mediador
Entre o universo e o mundo.
E agora que você encontrou
Diz-me o que a gente faz?
Se for melhor olhar pra frente
E nunca mais olhar pra trás
Fingir que nada disso aconteceu.
- Rascunho -
E você que sempre esteve tão perto
Mas eu nunca tive olhos pra enxergar
Talvez exista alguém no meu lugar
Você pode ser mais uma ferida pra cicatrizar.
Eu posso te convidar pra sair
Mas eu queria te ver entrar
E nunca mais voltar
Voltar para o lugar onde você está
Onde eu nunca posso alcançar.
Essas palavras vão ao ar
Com a certeza de não te encontrar
Mas se um dia você ouvir
Eu queria te chamar pra sair
Pra gente nunca mais voltar.
Sou eu aos versos
Sou eu resultado das melodias
Mesmo que tudo pareça desconcertado
Nesse brilhante concerto da vida
Onde os céus nos rege
E nós interpretes
Esperamos o final feliz.