Coleção pessoal de EversonFernandes
A vida é flexível, nos permite metamorfosear a “forma tida como exata”, nos dá o poder de poder mudar constantemente.
Pontos podem coincidir, vistas podem embaçar. Pode ser um ponto muito pequeno e pode ser que a distância seja distante demais.
Pode ir direto ao ponto. Marcar o ponto de partida e subir até o topo. Pode expressar, enfatizar, pontuar uma exclamação, mas, a resposta pode estar justamente no ponto de interrogação.
“A notícia não é nítida em qualquer capa de jornal e, o silêncio não é ouvido no centro de toda catedral”.
Pode nadar contra a maré
Entrar ou sair pela chaminé
Arremessar palavras forçadas pelo ar
Mas, a força do mar não dá pra domar!
Pode entrar no começo da onda
Sair no meio da cena
Pode mostrar para si mesmo
Ou jogar tudo, tudo mesmo a esmo...
Pode comprar, vender, vendar
Pode perder tentando ou não provar
Pode correr risco correndo do perigo
Pode ser queimado pelo vulgo fogo amigo!
Pode criar sua própria perspectiva
Pois, na verdade, a verdade não passa de ponto de vista.
Antes eu sonhava agora já não durmo
Às vezes descobrindo novos universos na extensão de um mesmo mundo.
Em meio as dúvidas concretas e incertas convicções, eu me sinto em paz, só não sei ainda se duvido ou se acredito!?..., mas talvez a criativa elaboração da questão seja mais sábia de que a solução propriamente dita...
Nessa imensurável necessidade de explicar tudo ou se explicar em tudo, seguimos sem encontrar definição para o nada. Ainda temos certezas demais, sem entender que a dúvida também nos traz razões para viver, e mais uma vez esquecemos que saber como se faz, não é saber fazer.
Entre pontos e vírgulas, letras e linhas, escritas e pronuncias. Entre os ditos já ditados, pensamentos já falados e retratos já tratados. Entre ir ou ficar, calar ou falar, rir ou chorar. Entre tantos entres, uma porta provavelmente haverá. Cabe a cada um descobrir se é preciso esperar, bater ou entrar.
Nem toda chuva é de inverno e o calor não surge apenas no verão.
Nem toda flor brota na primavera e a folha não cai em qualquer estação.
Nem todo dia é claro, mas é claro que o dia todo é uma continuação, pois, o dia também abrange a sombra da escuridão.
“Faça o que precisa ser feito ou invente o que fazer. Se não foi-lhe dada uma missão, construa uma, ainda que a superfície seja a sola de um sapato”.
“Todo cuidado agora é pouco...
Todo condado por vez é único.
Mais um pouco. Mais um soco.
Mais um ‘louco’ pede troco!”
Propaganda é a alma do mercado
E a arma da publicidade é a mentira
– O alvo do consumo em público é processado
Mas a fábula impressa em resumo segue teleguiada.
Tá tudo relatado e reluzido a frente da visão
Tá tudo reduzido e refletido na palma da mão
Tá tudo retorcido. Repetido... Repetido... Repetido...
– Será que alguém presta atenção?
Tá tudo restrito, reescrito, refeito.
Tá tudo reprimido entre rosto e retrato
Tá tudo tão reverso, relativo, rarefeito...
– Será que é tudo real ou será um remoto abstrato?
Há um muro de concreto.
Um dilúvio no deserto.
... Um delírio, um delito!
Um furo profundo no muro
– Que a chuva traga, que a noite caia
Que a vida leve, que os ditos não ditos nos digam!
Há um vácuo vago no espaço
Um vazio opaco nesses traços...
Um passado pairado em pedaços
O pudor, o poder, o pisar dos passos.
Há uma figura, um figurante
Um sentido, um figurado...
Um dia sortido, efeito surtido!
– Álibi mediato. Alívio imediato.
Há quem diga que não entende
Quem não entende o ditado
– Há um rio, um riso, um raio!
O escuro, o escudo... Um espelho quebrado.
Cai a noite com a enorme escuridão e o sol imediatamente ilumina o Japão, e aquelas lentes que horas atrás tinham tanta servidão agora já não convêm com tanta precisão.