Coleção pessoal de evelin_andino
Oh, tempo que passa e me deixa a esperar,
os anos escorrem, suaves, num lento bailar.
Em meu peito arde um desejo, doce e secreto,
de semear o bem e ver brotar o afeto.
Ah, que eu possa viver de sonhos e luz,
na ternura dos dias que o destino me conduz!
Cada instante é um convite a se encantar,
pois o mundo é vasto, é belo, e eu o quero explorar.
Antes que o brilho dos meus olhos se apague,
e a juventude, tão breve, se desfaça em miragem,
deixa-me tocar as cores da manhã rosada,
sentir o perfume da vida, em plena alvorada.
Que a velhice me encontre, mas só depois,
quando eu tiver sorvido as horas sem lençóis.
Que a vida me seja um longo, doce prazer,
e que eu possa enfim, no fim, apenas agradecer.
A Vida
Não importa o quanto a vida me atinge, o quanto os ventos sopram contrários e as tempestades parecem intermináveis. Importa é o quanto eu aguento, o quanto eu me levanto depois de cada queda. São os passos cambaleantes, as mãos que tremem, o coração que às vezes se perde, mas que nunca desiste.
A vida me lança sombras, mas também me dá forças para enfrentá-las. É na dor que descubro minha essência, no cansaço que entendo minha resistência. Cada cicatriz, uma história, cada golpe, um ensinamento. E sigo, porque sei que a força não está em nunca cair, mas em sempre me levantar, em continuar mesmo quando tudo parece desmoronar.
A vitória não é feita de um só ato, mas de cada dia em que escolho enfrentar. Não importa quantas vezes eu caia – o que importa é que eu tenha coragem de levantar, um dia após o outro, até alcançar aquilo que acredito ser meu e que ousei sonhar.
Amanhã é um livro em branco,
um horizonte que mal se desenha,
as nuvens carregam mistérios
e os ventos falam sem que eu entenda.
Mas carrego em mim a centelha,
um fogo que nunca se apaga.
No peito, a certeza me aquece,
mesmo se o mundo desaba.
Caminho em meio à neblina,
sem ver, mas sentindo o compasso.
Se tropeço, levanto de novo;
a queda é só um breve atraso.
As dúvidas são como sombras
que dançam na luz da manhã,
mas a vitória é sol que desponta,
certa e fiel, amanhã.
Então sigo firme, sonhando,
um passo de cada vez, sem parar.
Pois, mesmo na incerteza do mundo,
há uma vitória à me esperar.
Nada nos pertence, exceto nossa própria memória e tudo que tecemos no papel eternizando para a história.
Tudo o que tocamos, vemos, amamos ou perdemos,
é como areia que escorre por entre os dedos,
grãos fugidios na vastidão do tempo.
Posses e sonhos são sombras que o tempo apaga,
mas a memória gravada nos livros, essa, sim, é raiz profunda,
tatuagem invisível na pele da alma,
única relíquia que resiste à passagem dos dias.
Nosso lar verdadeiro é o que guardamos em silêncio,
paisagens secretas, histórias mirabolantes, risos ecoantes,
em nossa mente, onde tudo vive eternamente,
onde somos inteiros, mesmo quando o mundo desaparece.
A verdadeira posse não está nos bens materiais ou nas experiências passageiras, mas sim no que guardamos em nossas memórias e escrevemos. Essas lembranças são como um lar invisível, um lugar seguro onde permanecemos inteiros, independentemente do que acontece ao nosso redor.
Esse é um convite a valorizar o que realmente importa: as histórias, os sentimentos, os aprendizados. Porque, ao final, são esses registros na mente e no papel que nos imortalizam e nos humanizam, tornando-nos parte de algo maior e eterno.
Que a história se teça como um fio de luz,
Que cada palavra seja um sussurro suave,
Um eco de emoções que o tempo seduz.
Que as almas se entrelacem nas páginas escritas,
Como flores que dançam ao vento da brisa,
Cada dor, cada riso, uma melodia bendita,
Que ressoe no peito, em cada premissa.
Contemos de amores que ardem como estrelas,
De sonhos que brilham na escuridão,
Das lutas travadas nas batalhas mais belas,
E das lágrimas que regam o solo da nação.
Assim, ao contar, humanizamos a vida.
Transformamos a dor em beleza nessa terra querida.
E ao falar ao coração, a essência é sentida,
Pois na história do outro, e da vida, reside o amor.
Mato Grosso do Sul: Belezas Sem Fim
Em terras amplas, sob o céu anil,
Mato Grosso do Sul, encanto febril.
Campos verdes que o horizonte abraça,
Onde o vento dança e o rio passa.
Pantanal imenso, reino selvagem,
Morada de vida, em rica paisagem.
Nas águas claras, peixes brilham ao sol,
Enquanto o tuiuiú no azul faz seu rol.
A cultura pulsa no bater do tambor,
Festa e folclore, do povo o fervor.
Do tereré, sabor que traz união,
À viola que chora em suave canção.
Terra de guaranis, de história e memória,
Que guarda em seu peito tanta vitória.
Do agro à arte, riqueza se espalha,
Neste rincão onde a vida se entalha.
Mato Grosso do Sul, de belezas sem fim,
Teu solo é poema, teu ar é jardim.
Tua natureza, esplendorosa e forte,
É vida que ecoa em cada sulco, de sul ao norte.
Por vezes, há quem te admire sem jamais ter te visto,
E há quem, em tua jornada, cresceu contigo e te menospreza.
Mas o valor que verdadeiramente carregas,
Não é medido pelo olhar alheio, mas pelo que em ti floresce.
O brilho que irradias não vem de fora,
Nasce no âmago, onde a essência repousa,
E ainda que muitos não o vejam ou compreendam,
És a própria luz, por ti mesmo preciosa.
Há momentos em que a alma almeja o refúgio do silêncio, onde as interrogações se esvaem como névoa ao romper da aurora, e as respostas moldadas pela mente perecem em sua efêmera fragilidade. O ato de viver, por um ínfimo e plácido instante, encontra repouso. É nesse delicado interlúdio que concedemos ao coração, com sua sabedoria atávica, o privilégio de sussurrar o que sempre soube, mas que os ruídos do mundo abafavam. E ele sussurra, com a leveza de uma brisa acariciando as copas das árvores, revelando mistérios que só o silêncio é capaz de desvelar.
É na quietude do cosmos que captamos a voz de Deus, sutil como um eco longínquo, porém tão inabalável quanto uma montanha. Mesmo quando o intransponível se ergue à nossa frente, e os olhares ao redor nos envolvem em incredulidade, é Ele quem nos sopra ao ouvido: vai, avança, e concretiza. Pois, quando até o último vestígio de fé em nós mesmos se rompe, Deus permanece crente, sustentando-nos com a esperança que já não conseguimos vislumbrar.
Se o cansaço te abraçar, aprenda a repousar, não a desistir. Se os teus sonhos ainda ressoam no teu peito, segue em frente. Não é para tentar apenas na esperança de que um dia dê certo; é para tentar até que o certo aconteça, até que o destino se curve à tua determinação.
Não seria justo comigo aceitar o mínimo, quando sou eu que, a cada dia, travo batalhas silenciosas para que nada falte. Não seria justo com a minha caminhada acatar o pouco, apenas porque o esplendor de amanhã ainda não se revelou. Luto, sofro, mas me fortaleço em cada passo, tecendo com mãos calejadas os sonhos que mereço. Seria como trair a mim mesma, roubar de minha alma o que ela, em sua essência, sempre soube merecer. Assim, aguardo o melhor, com fé em Deus e na força Dele que em mim habita.