Coleção pessoal de eva_guarani_kaiowa_potiguar

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⁠Hoje já não é mais dia
Mas o sol jaz no teu olhar
A sombra do temor
Deu lugar a brisa
Ao canto que soou
Que celebrou por ti
Os laços que quebrou
Então corre para o teu mar
Contempla sua vastidão
Não há porque temer
As ondas e vendavais
Creia nos teus remos
Na proeza de teus rios
Que nada jamais
Te impedirá!

⁠Não sou apenas mulher.
Sou caco retorcido,
Que rasga a vergonha,
De choros recolhidos,
Em noite sem luar.
Benguela sem medo!
Com as minhas feras,
Com as raízes imersas,
Em novas primaveras!
Trago os meus vulcões,
Gritos do sangue que me gerou.
Sou fogo de brasas vivas
Por coragem que destila
Sem medo do opressor!

⁠Sou indígena além do tempo.
Meu presente está no passado
E o meu passado está no presente,
Em cada ser, irmão sagrado.
Na pedra, no fogo, ou no ar,
Em cada filho Tupi amado.

⁠Ser indígena não é folclore, é honrar os ancestrais.
É renascer cada manhãs, como o sol nos milharais.

⁠Eu sou aquela que foi enterrada viva,
mas não deixou morrer os seus sonhos.
Ressurgi das cinzas e redesenhei os meus ramos.
Venci montanhas de palavras secas e fortaleci os meus ramos.
Hoje sou árvore florida, enterrada na relva,
coberta por flores do campo.

⁠Como torna-se borboleta,
sem enfrentar o casulo?

⁠A vida tem as cores que a gente pinta

O Homem e o Leão
Fábula de Esopo

Um homem e um leão discutiam sobre qual deles era o mais forte, e decidiram conferir ali mesmo.
O homem levou o leão até uma sepultura, onde havia uma pintura do defunto matando um leão.
O leão retrucou:
– O que você me mostrou foi pintado por um homem. Se eu soubesse pintar, retrataria um leão matando um homem. Não vamos mostrar nada, pois é melhor medirmos nossas forças um contra o outro.
Depois de matar o homem, o leão disse:
– Uma prova pintada não é suficiente. Ele agora descobriu que eu era mais forte.

Moral da história:
Nem sempre é verdade o que está escrito em algum lugar; é necessário provar a verdade com atos.

O Homem e o Machado
Um homem certa vez mandou forjar um machado e foi à floresta pedir às árvores que fornecessem um cabo para ele. As árvores decidiram que a oliveira deveria fornecer-lhe um bom cabo; o homem pegou-o, colocou no machado e começou a derrubar as árvores e cortar seus galhos.
Disse o o carvalho às outras árvores:
- Bem feito para nós. Somos culpadas de nosso infortúnio porque ajudamos nosso inimigo a arranjar o cabo. Somos a causa da nossa própria ruína.

Moral da história:
Aquele que ajuda seu inimigo causa infortúnio a si próprio.

História da Carroça Vazia

Num certo dia, um pai convidou o filho para irem de Maratona a Atenas a pé. O filho aceitou com entusiasmo, e disse:

– Que bom! Meu querido pai, quem sabe se não vejo os ilustres sábios a discursarem na ágora de Atenas.

E foram caminhando, depois de um certo tempo, pararam para descansar debaixo de frondosas árvores a beira de um riacho. Se fartaram de beber água e descansaram sob as sombras ouvindo as melodias dos pássaros. Nesse ínterim, também se ouvia um barulho.

O menino apurou os ouvidos e disse:

– Esse barulho deve ser de uma carroça.
– Isso mesmo, disse o pai do menino. É uma carroça vazia...
O filho perguntou ao pai:
– Papai, como o senhor pode saber se a carroça está vazia se ainda não a vimos?
Então disse o pai:
– Ora, é muito fácil saber se uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho que ela faz.

O menino virou adulto, e quando ele via uma pessoa falando demais, inoportuna, se intrometendo nas conversas dos outros, tinha a impressão de ouvir a voz do pai dizendo:

– Quanto mais vazia a carroça, maior é o barulho.

MORAL DA HISTÓRIA

Muitas vezes as pessoas que falam muito não têm muito a dizer, enquanto as pessoas mais inteligentes e sábias geralmente falam menos e ouvem mais.

Isso significa que, quando alguém fala demais, pode ser porque essa pessoa não tem muitas coisas interessantes para compartilhar ou porque quer chamar atenção para si mesma. Por outro lado, quando alguém é mais reservado, pode ser porque essa pessoa tem muitas coisas interessantes para compartilhar e está mais preocupada em ouvir os outros.

É importante prestar atenção na qualidade do que se diz e escolher as palavras com cuidado, em vez de simplesmente falar muito para chamar a atenção.

A Raposa e a Cegonha

A raposa e a cegonha mantinham boas relações e pareciam ser amigas sinceras. Certo dia, a raposa convidou a cegonha para jantar e, por brincadeira, botou na mesa apenas um prato raso contendo um pouco de sopa. Para ela, foi tudo muito fácil, mas a cegonha pode apenas molhar a ponta do bico e saiu dali com muita fome.

- Sinto muito, disse a raposa, parece que você não gostou da sopa.
- Não pense nisso, respondeu a cegonha. Espero que, em retribuição a esta visita, você venha em breve jantar comigo.

No dia seguinte, a raposa foi pagar a visita. Quando sentaram à mesa, o que havia para o jantar estava contido num jarro alto, de pescoço comprido e boca estreita, no qual a raposa não podia introduzir o focinho. Tudo o que ela conseguiu foi lamber a parte externa do jarro.

- Não pedirei desculpas pelo jantar, disse a cegonha, assim você sente no próprio estomago o que senti ontem.

(Quem com ferro fere, com ferro será ferido)

Quando não conseguimos encontrar tranquilidade dentro de nós mesmos, de nada serve procurá-la noutro lugar.

Os sábios falam pouco e dizem muito; os ignorantes falam muito e dizem pouco.

Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.

O Camelo que Defecou no Rio
Um camelo atravessava um rio de rápida correnteza. Defecou, e viu então seu excremento passar por ele, levado pelas águas ligeiras. E disse: "o que vejo? O que estava atrás de mim ainda agora, eu vejo passando a minha frente!"
Moral da história:
Isto se aplica a uma cidade ou país em que os últimos e os imbecis é que dominam em vez dos primeiros e dos sensatos.

A gratidão é a virtude das almas nobres.

Quem trama desventuras para os outros estende armadilhas a si mesmo.

Até mesmo os poderosos podem precisar dos fracos.

Não conte os seus pintos antes de saírem da casca.

Não se podem censurar os jovens preguiçosos, quando a responsável por eles serem assim é a educação dos seus pais.