Coleção pessoal de EuGilnaraa
Meu amor vive em uma cabana
No final da estrada
A porta está aberta
Mas minha alma está trancada
A solidão senta ao meu lado
Descortinando qualquer desculpa
Que impeça o famigerado amor próprio
De revelar a sua culpa
O vazio inebriante nada oferece
Mas entristece minha esperança
Sigo o sentido do vento que me chama a fugir
Mesmo sendo difícil existir, me tire daqui
Me deixe correr
Me ensina a viver
Me permita estar inteira para quando eu te ver
Não perecer
Não consigo não te esperar, só sei te esperar
O faço porque a ti pertenço
Vem ao meu encontro, que seja em sonho, meu coração grita
Mas permaneço em silêncio
Em algum lugar do cosmo reside uma alma inquieta
Compartilhando a mesma dor
Sucumbindo em ruínas, assistindo apagar
As fagulhas desse pseudo amor
Meu anjo desapareceu
Na penumbra luz do dia
Sem tempo de defesa
Sem hora predefinida
Vejo o denso vazio que guarda escondido o eco de suas carícias
Os rascunhos de minhas declarações
O desejo de mais, mas não há, ainda que intrínseco, nada concreto
Do que parecia infinito nesse imenso deserto
A solidão singela e lenta retira de mim um pouquinho a cada dia
Corrói minha vontade de ser, tão forte e fria
Carnaval sem alegria, o arco-íris cinza
O amor em cadeados a cada esquina
Nas lágrimas não há violência, são brandas, mas constantes
A saudade latente suga e consome
Vago a sua procura
Meu anjo codinome
Exponho a vulnerabilidade do meu sentimento
Me mostrando em toda luz e sombra
É ardiloso explicar para nossa alma que ainda temos que esperar o momento
Pra viver lá fora o que já existe aqui dentro.
Me vejo mais uma vez em uma busca afã tentando colocar em palavras o que já tomou conta de todo meu corpo
Eu quero você, que seja um pouco...
O que eu digo é repetitivo, mas te amo, te ouvir me alivia
Te imaginar me arrepia
Repetitivo também é acordar pensando em você ou dormir querendo, sem querer, sua companhia
Pelo menos uma vez sentir gosto do seu beijo ou aconchego do seu cheiro.
Eu quero conhecer o mundo com você, ele vai sentir inveja ao ti ver
E eu vou assistir
Eu quero confundir nosso cheiros e apreciar seus trejeitos.
Eu quero dormir e acordar com você a um palmo de mim
Percebendo o quanto seu amor desfaz qualquer humor ruim.
Eu quero te ouvir empolgado contando de suas realizações quero ser o colo que você recorre e finda suas preocupações
Ter todo o cuidado que isso requer
Eu quero ser sua noiva e sua mulher.
Quero rir com você, e te olhando agradecer por ser quem é
Quero fazer charme para chamar sua atenção quero comemorar ao seu lado mais um gol do mengão
Quero ficar p*** discutindo política com você e ouvir você dizer que sou sua gostosa
E por fim reforçando o meu clichê, Você é meu motivo meu por quê
Saí do requinte de um sonho ideal, no qual me adentrei a um castelo, a música preenchia o ambiente, mas não havia ninguém por perto.
E agradeci por isso, sempre me considerei minha melhor companhia, nem tentei mudar e o meu destino fora omisso.
Mas lá não senti pesar, andei um pouco mais e sozinha permaneci, novamente a música estava presente e me permiti continuar ali.
A música fazia do ambiente minha casa e não identifiquei de onde vinha. Talvez viesse de dentro de mim, mesmo me sentindo rasa.
A música me fez sair dali, do mais belo cenário, sem razão alguma. Uma parte de mim quis estar no castelo um pouco mais, mas a música me prendia com um elo imaginário.
Caminhei tranquila sentindo a música que ia à frente, o tempo se tornou um mero coadjuvante, não parava nem seguia, apenas olhava a gente.
De repente me perdi, cheguei a paisagem de montanhas desenhadas, e o sol, tal qual as maquiava, me extasiou. Segurei uma porção de lágrimas, minhas bochechas coradas, descobri que o paraíso me alcançou.
Seu calor me acolheu como um abraço de urso, embora não possa te tocar um único segundo. Mas não me senti em casa como ao som da música, agora queria voar e conhecer o mundo.
Pedi que me levasse consigo ao ver o sol partindo, mas já não podia me ouvir. E assim, despertei e me deparei com você.
Me permiti viver o êxtase mais uma vez, mas agora é real.
Sua voz soa como a música do castelo; a luz, aurora boreal.
Te sinto de uma forma tranquila, preenchendo cada espaço.
Te vejo nas coisas que faço e te encaixo no meu futuro
Na verdade ele se resume a você.
Essa distância amiga e inimiga, o amanhã incerto... Mas é quando chego mais perto de ter tudo que eu quero.
Eu já devia saber, mas é que o amor não dá tempo, assim, meu coração sai do peito e vaga até te encontrar
Cercada de gente desconhecida, perdida nas rotas da minha rotina, me concentro em te imaginar.
Um sentimento de adrenalina que dá frio na barriga, mas sensação de casa. Sem aviso nem nada, sinto que é você meu lar e a musica que eu quero escutar.
Você tem a energia de um amor inicial e ao mesmo tempo a calma de planejar
Você me olhou com tanto cuidado que fez o mundo parar, me olhou com a calma que o falta encontrar.
Agora sei que o melhor foi acordar e viver meu doce clichê.
Te sinto tão junto que não mais sei dicernir onde termino e começa você.
Você se misturou com a liberdade, com a minha essência, mas talvez, ainda assim, não dê certo
Talvez a gente nunca se encontre de perto
Sigo não querendo fazer planos
Talvez não vejamos, juntos, o flamengo em campo
Mas talvez, precipitadamente, eu te amo
Meus boletos foram o start
Efeito borboleta
Desencadeou a eternidade
Esquecendo o temporário e o passageiro, você pegou passagem só de ida pro meu peito
Te amo na ligação surpresa
Em plena segunda-feira
Aqui, ou velejando por Veneza
Borboletas no estômago
Amor sútil, audaz, feliz
Vamo casar e fugir pra Paris
Você vai ver que não foi em vão
Quando eu me declarar sob uma cerejeira no Japão
Não importa a vista, o cartão postal
Só quero viver esse sentimento atemporal
Difícil precisar quanto preciso
Nas grandes muralhas ou no nosso pequeno paraíso
O nós há de se eternizar que eu seja a lua e vc o mar
A noitinha te beijar
Você foi uma surpresa mais que esperada por toda minha vida
Te quero agora, mas juro que já te quis em alguma existência esquecida
Milhares de admiradores não causariam o efeito que você provoca em mim, é que não é tão simples assim
Você me arrepia, sua voz soa como um poema cheio de dopamina
Viver a paz de um amor tranquilo
Vive pra sempre comigo
Velhinhos, relembrando a viagem pro Nilo
Minha menininha
Você ganhou meu coração sem nem disputar
Bastou seu olhar
Se sou digno dele, congelo ou fico transparente
Me apego a esse desejo ardente
De olhos fechados deixo que me guie acima do desfiladeiro
É verdadeiro e perfeito
Se se afasta, minha visão fica turva
Como o rio depois da chuva
Acessa todas as sensações em mim reprimidas
Meu ego, chegada e ida ao mesmo tempo
Vive em mim, conhece minha alma todinha
Assim como o fiz por toda vida
Sempre estive a sua espera querida
Me escreva logo
A dança incessante de suas palavras
Me provocam e não mais me demoro
Sinto que andarei pelo mundo inteiro
Serei apresentado a castelos, a muito irei ver
Mas a palavra que me cura, só sua boca vai saber dizer
As vezes preparo meu coração pra te ver com outro e n desmoronar
Preciso me acostumar e amadurecer
Jamais vou me esquecer
Mas ei de viver
Mesmo sendo egoísta,
Pondero o fato de que meu peito não aguentaria
Te ver ao meu lado todas as manhãs
Algo que levaria toda uma vida pra se acostumar
Ter o mundo todinho ao meu lado
Talvez seja errado talvez n
Acabei procurando outras saídas
E entuí que o melhor é deixar o destino fazer sua função
Minha menina, menininha
Me sinto tão perto do final do arco-íris e ao mesmo tempo tão longe
Te procuro e a mim não responde
Esse sentir me fez querer agora o que nem o futuro pensara pra nós
Essa liga não me permite afastar-me de ti, de sua voz
Eis o mistério do amor!
Minha pedante sorte é que a poesia é forte e não procura entender
Assim, ei de escrever-te
Ela é livre e não deixa que o sentimento se esconda ou se camufle
Me confunde, mas se entender me fizer desistir, prefiro a alienação
Esse duo de frio na barriga e decepção
Minha garota, ao longe te vejo tão séria e livre
Seus ideais parecem realizar aquela satisfação tão prometida
São um ponto de apoio para os seus desejos e esperanças
Procure na lembrança, talvez tivesse na cabeça um plano perfeito para o amor
Contudo, um plano perfeito nunca tem realização
Assim eu apareço, destruo e construo seu coração
Mas te tenho, talvez eu fuja de padrões cuja mediocridade intelectual e insensatez a fizeram fugir também
Você foge desse vai e vêm convencional
Não acreditamos em metade da laranja, acreditamos que sempre existirá algo faltando na nossa completude
Esse algo pra mim é você
Te quero nesse e no próximo instante
Todavia não posso
Cada vez mais tenho certeza que amar é viver-se conflitante
Escritos da meia noite
Nesses escritos da meia noite
Abro meu interior, em sua mais íntima vastidão
Vejo armazenado doses tocantes de nostalgia
Hoje um açoite a esse desassistido coração
Te lembro e sinto seu cheiro
Perfume que a imaginação inventou
Mas não parou por aí, te imagino aqui
Nesse espaço que se fragmentou
Te sinto naturalmente, tu fizeste simples o presente
Meu querido amigo, seus versos são abrigo, são casa
De fato, tem gente que é casa sem nem te tocar
Te energiza, faz flutuar
Me chego a questionar a sentença que diz:
"Vagamos por este deserto sem saber para onde devemos ir"
Se devo, não sei
Mas o que quero está bem aí
O começo hábil e fácil
O desejo estava a me devorar
Eu o abraço e faço o ápice voltar
No tolo espaço de tempo suficiente para desapaixonar
Mas não funcionou, ainda estou a sua espera
Lenta e massacrante, desfigurando sem permissão o sentido bonito da paixão
A quimera, suposto resultado da imaginação que tende a não se realizar
De prontidão, a esperar o silêncio virar fera
A calmaria turbulenta
Depois que o fogo cessou
Assusta mais acalenta
Cada átomo que restou
Antes que o escrito tome entonação melancólica e ferida
Digo que há mudança positiva
Não existe mais medo, pois a garota tem seguro seu mérito
Descortinando esse segredo
Sinto que posso voar, na plenitude menina
Sem receio de me machucar
Posso ser feliz comigo
Ou se te sigo
Te juro
Abraço minhas vontades, enquanto dançamos (vc e eu) no escuro
Reconheço meu verdadeiro eu e por Deus
Anjo, em seus olhos...
Você está segurando os meus.
O toque
Capaz de soltar faísca
Capaz de viciar
Alguns necessitam do toque
Como de ar para respirar.
Na ausência, a imaginação floreia e vai de encontro ao desejo
Em meus sonhos te vejo e ouço sua respiração ofegante
No entrelaço do instante em que te peço mais um beijo.
O infinito curto do beijo, daquela "curiosidade" e "ternura" que apresentaste assim
Procuro respostas à conexão genuína que se instaurou,
Com a doçura das palavras ressignificou o sentimento para mim.
Contudo, o toque encontra barreiras que o impede
São barreiras em um coração ferido e desejoso então da solidão
E o toque se transforma em poema
Que faz do meu coração casa, e tão íntimo não parece ser problema.
O toque pega a estrada, através de suas palavras e me encontra
Me vejo querendo viver de imediato
Não permito hiato
Não há lacunas entre nós dois.
Sou composta de várias complitudes, mas em nenhuma delas há o ímpeto de amar
Quero unir nossas complitudes
Para que nossas essências transcendam o significado de se entregar.
Eu quero o toque que acima de tudo, conforta
Onde posso me deitar sem medo e sabendo que mais nada importa
Chega dói, mas ilumina e constrói
Expande e renova, nunca se viu algo assim.
Volto meus olhos para o pôr do sol
Seu encanto me trás nostalgia
Minha cabeça mergulha em lembranças
Daquela infância, doce euforia!
A vida era simples, longe de tristeza
Trago guardado desse tempo minha eterna alma arteira
Era joelho ralado e nem sentia dor
A vida se resumia em brincadeira.
Todo dia de tardezinha
A meninada ia brincar na rua
Era pique pega e amarelinha
O fim não tinha, enquanto não chegava a lua.
Um dia ensolarado caia feito luva
Não tinha tempo ruim
Se não tinha sol
O jeito era brincar na chuva.
Era um tal de corre cotia na casa da tia
E jogava bola sem pré requisito
Rancava a cabeça do dedo
E o grito da mãe era o apito.
É difícil de acreditar mas se parar pra pensar
Era o melhor sentimento
Correr, cair e levantar
Leve como o vento.
Eram tantas brincadeiras na infância
Hoje em dia nem se encontra
Gasta-se muito dinheiro em jogos
Mas aquela essência nenhum dinheiro compra.
Quer sabe quem é rico,
É só observar o extrato retirado
Se no cofre da alma tá guardado metade dessa lembrança
Hoje vivo sentindo falta das minhas brincadeiras de infância.
Ah silêncio, Como preciso de você!
Vc me diz tanto, me ensina em demasia me tira o véu de minha própria essência.
É quando sou mais eu do que nunca, faz desnecessária toda companhia fútil e fulgaz que um dia erroneamente julguei ideal.
Mas o ideal não existe, não pra mim
Talvez só o silêncio chegue perto
A priori assusta vendo nossa alma desnuda sussurrar a verdade
Porém chega uma hora que a falsidade já não tem lugar a mesa e somente o real, tão somente a verdade nos sacia
Oh como te apressio
Agora me conheço, temos uma boa relação, meu corpo e mente.
Do meu futuro almejo a plenitude sem a expectativa da tomada de amores avassaladores
Apenas a graça e a paz de caminhar ao entardecer
Que minha liberdade transborde em meus escritos e a dança incessante das palavras nunca acabe
Que a cada regresso o silêncio aprecie minha chegada e me faça companhia
Ao fechar os olhos ainda espero que a velha estrada esteja lá e que eu descubra aonde ela enfim me levará
Eu quero que ele seja engraçado mas não babaca;
Eu quero que ele seja sensível mas nao ciumento;
Eu quero que ele seja bonito mas que não ligue tanto pra vaidade;
Eu quero que ele ame cada parte subentendida do meu ser;
Eu quero que ele cante comigo, não tem problema ser desafinado pq eu também sou;
Eu quero que ele me apoie e se der errado me dê colo;
Eu quero ser a menina dele;
Eu quero a sua entrega sem desculpas ou vergonha;
Eu quero que ele goste da minha companhia e não vire pro outro lado e vá dormir;
Eu quero que ele seja gentil comigo e respeite meus medos e traumas;
Eu quero que ele perceba pequenos detalhes em mim;
Eu quero que ele me diga a verdade;
Eu quero que ele goste de Cazuza e Kid Abelha;
Eu quero ir com ele no show do Sandy e Junior e quero que ele ria enquanto eu choro em cada música;
Eu quero que ele ria das minhas piadas;
Eu quero que ele se importe comigo e me ame de uma forma única;
Eu quero que ele ligue para os problemas do mundo e não fique alheio a eles;
Eu quero que ele seja meu amigo e escute as fofocas que irei contar;
Eu quero que ele maratone Barbie comigo;
Eu quero seu toque e sua voz em meus ouvidos;
Eu o inventei em minha cabeça, mas talvez por acaso ou por descuido do destino ele saia do meu imaginário e me tenha.
Minha escrita perde cada vez mais a luz que um dia se fez constelação de palavras.
Nunca se esqueça da maldade humana, somente a lembrança dos males lhe fará prosseguir, na certeza da luta que nutrida pelo ódio colocará fim ao sangue derramado de inocentes.
Nutrida pelo ódio, porque talvez ele me faça forte e evite lágrimas diárias. Não cabe diálogo, seus pés pisam em gargantas que ousem contestar.
Nunca se esqueça da maldade humana, que divide e classifica seres que respiram do mesmo ar. Que esteriotipa aqueles que gozam da mesma lua e do mesmo sol. O frio arrepia a pele independente da sua cor. O calor aquece e queima na mesma velocidade e causa a mesma dor. O ar que enche os pulmões é o mesmo, o que difere é o sufocamento que acomete apenas...
O sentimento de acolhimento que um abraço trás pode ser sentido por todos, o que muda, é o medo que a exposição ao mundo lá fora gera. O cansaço ao fim do dia todo mundo sente, o que é diferente é que apenas um lado agradece por permanecer vivo ao fim do dia, pois sabem que nem todos tiveram a mesma sorte. Por isso nunca se esqueça da maldade humana, das crianças mortas em sua casa por armas de judas.
Nunca se esqueça da maldade humana, sim humana dos "civilizados" que cospem selvageria e azedume.
Nunca se esqueça da maldade humana, da mulher morta que mesmo morta, tem seus valores contestados, ainda que a acusada não tenha ao menos uma volta da terra em torno do sol de idade.
Nunca duvide da maldade humana, que é capaz de exterminar outras formas de amar, outras formas de ser.
Nunca se esqueça da maldade humana, eu digo pra te proteger e para que jamais durma sabendo que seus irmãos morrem.
Nunca se esqueça da maldade humana, que divide e classifica seres que respiram do mesmo ar. Nunca duvide da maldade humana, que é capaz de exterminar outras formas de amar, outras formas de ser.
Nunca se esqueça da maldade humana, eu digo pra te proteger e para que jamais durma tranquilo sabendo que seus irmãos morrem.
Eu amo ser mulher mesmo que por onde eu vá há a quem queira me acorrentar
Impõem impõem e impõem apenas
Meu sonho é que a chuva leve suas imposições pra distante
A roupa que eu visto, a cor do meu batom, meus jeitos e trejeitos parecem incomodar
Se não depilo sou suja
Se quero ser livre sou vadia
Vivo em um mundo que minhas escolhas são invisíveis aos olhos vis de quem pensa mandar
Se eu fosse o sol, se eu fosse o mar, se eu fosse o vento ou se eu fosse um homem eu não precisaria me proteger
Se me batem, antes de estancar o sangue, procuram listar minha culpa nisso.
Minhas culpa é ser mulher
Mas meu milagre é o mesmo
Eu luto e lutarei dia após dia pra dizer que esse milagre não foi em vão
Ditarei minhas próprias regras e não mais permitirei que os mandos e desmandos de seres que não possuem lugar de fala, decidam o que é melhor pra mim
Pelas que vieram antes de mim, pelas bruxas que o foram, pois ousaram questionar
Até quando vão continuar nos comprando e leiloando como se fossemos uma mercadoria ?
Até quando minhas lágrimas vão rolar por sua culpa? Se digo que dói,
pq minha dor virou seu prazer?
Por que pra provar meu valor preciso me queimar a barriga em um fogao?
Pq preciso encher meu útero pra ser útil?
E pq desconhecidos falam e me acusam se simplesmente quero decidir oq ser feito ao meu próprio corpo?
E ainda que pensem que suas opiniões nauseantes me causam rugas eu digo que serei livre.
"Honraremos meus anseios e emoções para que nossos espíritos triunfem"
Querido diário, resolva suas inseguranças antes de querer parecer normal, afinal de contas vc não é, vc sabe né. Quando a gente tá sozinha é que a gente descobre que não consegue gostar da própria companhia. Devia ser crime alguém causar isso em outra pessoa. É, pois é, todo querer parece errado ainda mais se intrínsecamente sua intenção fosse ser feliz. Lembre-se é errado, você esbarra no espelho e se acha bonita, mas isso é errado.
Ainda que tente burlar sua insegurança, ela te encontrará. Quando vc estiver longe, quando tiver voando livre, lá em cima, no pico da sua felicidade ela te dá um soco no estômago e vc cai e leva todo mundo junto.
Você não se construirá se tiver alicerces frágeis.
Eu escrevo pq me liberto ao fazê-lo, mas quando posta a prova, as palavras são as primeiras a me sabotar, seja pela falta de conexão entre elas ou seja pela falta delas, de todas elas.
Essa falta eu chamo de insegurança
Na Wikipedia a acepção da palavra faz referência a um sentimento que pode ser desencadeado pela percepção de si mesmo como um ser vulnerável de alguma forma.
Não tente achar culpados e não se culpe, tá, talvez um pouco, mas só se nesses surtos tiver deixado o amor da sua vida ir. E nessa ida a insegurança tiver entrado em seu corpo e não tenha te deixado proferir uma só palavra.
Infelizmente eu tenho que te dizer que você, que eu, não nos construiremos se tivermos alicerces frágeis.
E uma solução não posso dar pra ninguém, nem mesmo a mim.
Talvez se pudesse voltar atrás ou pudesse num futuro utópico ouvir sua voz grave e acolhedora novamente, eu viveria aquilo de uma forma diferente.
Se pudesse te daria um abraço de urso, ou não, não tá em época de abraçar né, mas ainda que vc tivesse contaminado eu te abraçaria e não soltaria mais pq isso não seria nada, vc me contaminou bem antes, com suas doces palavras, suas palavras sim nunca erraram, talvez elas gostem mais de vc do que de mim o que é compreensível. Como não gostar de vc
Se eu não tenho você, como vou me sentir viva?
Se eu não tenho você, como vou me deleitar com os raios de sol me atingindo a face?
Se eu não tenho você, pra quem vou fugir em busca afã de amparo? Quando o mundo emudece, é apenas sua voz que ouço
Se eu não tenho você, com quem vou sonhar a noite que sobrevoou as nuvens?
Se eu não tenho você, pra quem vou adjurar por desculpas quando pisar o pé, enquanto dançamos, entre os casais?
Se eu não tenho você, como ter novamente aquele abraço que me pacifica?
Se eu não tenho você, como vou voltar a me distrair bobamente apaixonada?
Se eu não tenho você, como vou gozar do frio na barriga e das borboletas brincando em meu estômago?
Se eu não tenho você, vou a lona todos os dias e não tenho suas mãos leves findando meus cortes?
Se eu não tenho você, como ter coragem de me revelar ao mundo?
Se eu não tenho você, para quem direi que repita o que disse para que eu me deleite com sua voz? Sua voz sempre me acalmou, como quando um bebê que nasce escuta a voz da mãe ou ainda que falando uma receita de bolo, sua voz magicamente me abrandava.
Se eu não tenho você, quem vai me explicar o infinito?
Se eu não tenho você, quem vai me dizer que o universo foi feito só pra ser visto pelos meus olhos?
Se eu não tenho você, quem me fará acreditar que eu posso fazer tudo?
Se eu não tenho você, quem vai se assustar com o toque das minhas mãos gélidas?
Se eu não tenho você, em quem pensarei para escrever meus textos?
Se eu não tenho você, quem vai enrolar meus cabelos entre os dedos e formar um cacho tosco?
Se eu não tenho você, quem vai corrigir meu inglês errado?
Se eu não tenho você, quem acreditará nas minhas teorias facilmente refutáveis?
Se eu não tenho você, qual nome sairá como um apelido por minha boca?
Se eu não tenho você, quem me fará sorrir em meio ao meu pranto com o insidioso intento de cessar eternamente minhas lágrimas?
Se eu não tenho você, minhas indestrutível fortaleza se desmancha
Se eu não tenho você, quem me amaria gradativamente como o cair no sono?
Se eu não tenho você, quem será a resposta da minha dubiez?
Se eu não tenho você, me torno alheia ao caos mundial.
Se eu não tenho você, eu me torno o caos.
Se eu não tenho você, a acromapsia se apossa do arco-íris e é tudo que vejo.
Se eu não tenho você, pelo menos ainda terei a mim.
Acordei, me vesti da minha última dose de confiança e fui rumo ao desconhecido.
As contas vai se acumulando paralelas a minha frustração.
O sonho de viver da escrita segue enraizado mas a cada partir do dia perde a força impulsionadora.
O consumismo e o imediatismo tirou os valores e virtudes, deram lugar fama a todo custo, justificando atitudes vãs e fúteis.
A multidão têm seus sonhos resumidos a sonhos comuns a todos.
A beleza fez-se padronizada. Com o transcorrer dos anos tentarão findar as rugas com procedimentos estéticos, porém, jamais vão se dar conta do real, que aqueles ditos loucos sim sabem, que a beleza interior nuca perece.
Me julguem e digam que não me encaixo e quanto mais isso acontecer mais terei certeza de estar no caminho certo.
Tenho a tenaz confiança de que pertenço a liberdade e que padrões não me sujeitam e nem me colocam em suas listas e planos triviais.
O crime de pensar fora da caixinha eu cometo e sei que dias supernos virão e findar-se-á toda marca do que é fútil e limitador.
O meu maior consolo encontro nas palavras que me circundam e me abraçam. As palavras vão se juntando, formando poema, poesia, música, nasce emoção, nasce vida até nos dias mais cinzas.
As palavras impulsionam meu sonho de independência em meio a intensidade da adolescência, apoiam meus anseios de ganhar o mundo, me libertam das amarras da ignorância.
As palavras banem as dores e desvendam os maiores enigmas do universo que somos nós seres humanos.
As palavras revelam e findam os danos fomentados pela tristeza interna.
Assim, as pessoas se vão, todavia, suas descobertas ficam imortais em suas palavras.
Diante de tais cisões conflitantes predilete sempre o falar entre o sofrer e o chorar.
A menina chora e não encontra consolo em nenhum abraço.
Mas uma vozinha sempre esteve a te consolar e agora se parece atrevida, dizendo que dá conta do recado.
Essa voz sempre esteve presente e ajudou nas escolhas.
Nas noites em que ela usava o travesseiro do lado que incomoda pq o outro tava encharcado de suas lágrimas.
Nos dias em que escapava pro banheiro pra chorar sozinha, lá estava a vozinha conversando com ela.
Na primeira desilusão amorosa, na promoção no trabalho, no fim do dia exaustivo, ela dizia sobre um futuro utópico e sobre as recompensas que a vida lhe traria.
Essa voz nem sabe mas se a garota continuou foi por causa dela.
Mas espera da onde vem essa voz?
E olha só, vem daquela garota que ela nunca imaginou que o que ela sempre pedia tava dentro de si o tempo todo.