Coleção pessoal de eualedias

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O mal é um ponto de vista.

Ainda amo você. É esse o meu tormento.

Você é a noite, e só a noite o compreende e o acolhe nos braços. Unido com as sombras. Sem pesadelos. Uma paz inexplicável.

''Quando olhava dentro de seus olhos, sentia-me como se estivesse sozinho no fim do mundo, numa praia oceânica batida pelos ventos. Sem nada, alem do rugido macio das ondas.''

O diabo pode citar as Escrituras quando isso lhe convém.

⁠Um dia o coração d'ocês
vai se encontrar
e isso é tão certo
quanto às águas de um rio
que corre sempre em busca do mar.

⁠O véio é o vento
não faz morada, não tem parada
é pó de estrela
é aquilo que ainda se pode confiar.

Era um capricho e nada mais,
Doce como um dia de abril,
Mas o seu olhar azul de anil
Roubou de vez a minha paz.

Quando sou doce, sou doce. Senão, sou mais ardida que pimenta!

Quando janeiro vier, de tão azul, o céu parecerá pintado. E que seja doce!

Quanto mais conheço a humanidade mais eu amo os meus cachorros...

Todos pensam em mudar a humanidade e ninguém pensa em mudar a si mesmo.

Qualquer indivíduo que realmente acredite que seres supra-humanos concederam à nossa raça informações sobre os objetivos de sua existência e do mundo ainda está em sua infância. Não há outra revelação senão os pensamentos dos sábios — e mesmo esses pensamentos estão sujeitos a erros, como é a sina de tudo o que é humano.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Provo desta maneira ao mundo odiento
Pelas grandes razões do sentimento,
Sem os métodos da abstrusa ciência fria
E os trovões gritadores da dialética,
Que a mais alta expressão da dor estética
Consiste essencialmente na alegria.

Amas, oposto a mim. Por conseguinte
Chamas amor aquilo que eu não chamo.

O homem que nesta terra miserável mora entre as feras, sente inevitável necessidade de também ser fera

Primavera

Primavera gentil dos meus amores,
- Arca cerúlea de ilusões etéreas,
Chova-te o Céu cintilações sidéreas
E a terra chova no teu seio flores!

Esplende, Primavera, os teus fulgores,
Na auréola azul, dos dias teus risonhos,
Tu que sorveste o fel das minhas dores
E me trouxeste o néctar dos teus sonhos!

Cedo virá, porém, o triste outono,
Os dias voltarão a ser tristonhos
E tu hás de dormir o eterno sono,

Num sepulcro de rosas e de flores,
Arca sagrada de cerúleos sonhos,
Primavera gentil dos meus amores!

Para onde fores, Pai, para onde fores,
Irei também, trilhando as mesmas ruas...
Tu, para amenizar as dores tuas,
Eu, para amenizar as minhas dores!

Cansado de chorar pelas estradas,
Exausto de pisar mágoas pisadas,
Hoje eu carrego a cruz das minhas dores.