Coleção pessoal de essespedro

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Encontro de dois.
Olho no olho.
Cara a cara.
E quando estiveres perto
eu arrancarei
os seus olhos
e os colocarei no lugar dos meus.
E tu arrancará
os meus olhos
e os colocará no lugar dos teus.
Então eu te olharei com teus olhos
e tu me olharás com os meus.

⁠Eu não me vejo sendo mais ninguém além de mim mesmo

A Dança/ Soneto XVII

Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
amo-te como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

E mesmo eu podendo ser mil e uma versões de mim mesmo nunca serei o suficiente para você.

Que morram todos os meus amores, mas enlouquecerei se morrerem os meus amigos, pois não há nada mais precioso do que uma amizade verdadeira.

Se eu morrer novo,
sem poder publicar livro nenhum
Sem ver a cara que têm os meus versos em letra impressa,
Peço que, se se quiserem ralar por minha causa,
Que não se ralem.
Se assim aconteceu, assim está certo.

Mesmo que os meus versos nunca sejam impressos,
Eles lá terão a sua beleza, se forem belos.
Mas eles não podem ser belos e ficar por imprimir,
Porque as raízes podem estar debaixo da terra
Mas as flores florescem ao ar livre e à vista.
Tem que ser assim por força. Nada o pode impedir.

Se eu morrer muito novo, oiçam isto:
Nunca fui senão uma criança que brincava.
Fui gentio como o sol e a água,
De uma religião universal que só os homens não têm.
Fui feliz porque não pedi cousa nenhuma,
Nem procurei achar nada,
Nem achei que houvesse mais explicação
Que a palavra explicação não ter sentido nenhum.

Não desejei senão estar ao sol ou à chuva -
Ao sol quando havia sol
E à chuva quando estava chovendo
(E nunca a outra cousa),
Sentir calor e frio e vento,
E não ir mais longe.

Uma vez amei, julguei que me amariam,
Mas não fui amado.
Não fui amado pela única grande razão -
Porque não tinha que ser.

Consolei-me voltando ao sol e a chuva,
E sentando-me outra vez a porta de casa.
Os campos, afinal, não são tão verdes para os que são amados
Como para os que o não são.
Sentir é estar distraído.


As vezes eu me vejo sendo um telespectador da vida e isso não me assusta, muito pelo contrário, de certa forma me faz pensar em como estou atento e sensível ao outro, em poder observar a felicidade de uma amigo e lembrar da sensação por já ter vivido algo assim e ficar feliz com isso. Ultimamente tenho observador muita coisa, tendo estado atento a tudo ou quase tudo ao meu redor, as dores, amores, conquistas e perdas e estou feliz com isso, em poder compartilhar as sensações de algo que eu não necessariamente passei, como num filme, onde a gente sente tudo sem necessariamente estar passando por aquilo.

⁠Por mais idiota que isso possa parecer, unhex me lembra você.

⁠Meu coração bobo ainda bate por ti
Me assusta o quão insistente ele é
Mesmo depois de tudo
Mesmo depois de tanto
Se permitir bater assim
Que inveja eu tenho dele
Eu que desisto de tudo tão fácil
Fui ter um coração tão diferente de mim

⁠Eu te amo de todas as formas, jeitos, tamanhos, sons, cheiros e sabores.

Melhor magoar de vez do que ficar magoando aos pouquinhos.


Eu me abro
Eu facilito
Eu abro todos os trincos
Eu deixas as portas sem fechar
Mas você não vem
Eu corro risco de trancas abertas
O sono leve a te esperar chegar
Quanto mais eu te chamo
Quanto mais eu te espero
Mais você demora
Será esse o erro?
Te esperar.
Quem sabe se eu trancar as portas
Fechar todas as janelas
Dormir pesado
Te faça voltar
Te faça querer
Me faça feliz
Me faça viver
Tudo menos essa espera
Tudo mesmo o sono leve
Eu só quero descansar


Eu gostaria de ser corajoso
Ou pelo menos ter mais coragem
Uns 15 minutos de coragem extrema
Pra sair de pijama
Correr até a sua rua e
Bater na sua porta
Te encarar de frente
E assim me encarar de volta
Encarar todo esse medo
Medo que nos impede de falar
De sentir, de viver
Diferente de estar vivo
Viver!
Bataria 15 minutos de coragem insana
Me sinto um completo covarde
Que está vivo
Mas que não vive
Sobrevive.


Tenho me tornado inimigo da noite
Toda noite você vem me visitar
Morar nos meus pensamentos
As vezes eu quase posso te sentir
Eu revivo todos os nossos momentos
Eu lembro da sua roupa
Das suas palavras
Do teu cheiro
Eu lembro de tudo que deveria esquecer
Mas esqueço de esquecer
Você que virou amigo íntimo
Visitante assíduo da minha cabeça
Aquele que bate o meu coração
Como se bate um tambor
Eu danço nesse samba
Eu pulo nesse carnaval
Ponho minha melhor fantasia
Fantasia essa que eu criei
E saio no bloco do eu sozinho
Cantando marchinhas de amores imperfeitos
Eu te procuro na multidão
Nessa ânsia eu quase te vejo
Mas não é você
Será que não gosta de carnaval?
Será que a marchinha não te agrada?
Ou minha fantasia te assusta?

⁠Teus dedinhos são tão lindos, da vontade de beijar tua mão, pegar tua mão com minhas duas mãos e trazer pra perto do meu rosto e deixar lá por tempo como forma de carinho.
fragmentos de conversas


Hoje eu quis falar com você
Te contar como eu me sinto
Te falar o que acontece aqui dentro
Te dizer que tive um dia bom
Te mandar uma música que descobri
To arrumando a casa
A casa eu
Os móveis estavam quase que pregados no chão do tanto de tempo que eles estavam lá
Intocáveis
Olhando agora tudo parece maior
Sem os móveis
Sem bagagens
Móveis que só faziam ocupar espaços
Mas que de fato não tinha serventia
Sentimentos, memórias, essas não vão embora, só vou mudar de lugar
Ressignificar
To precisando de um decoração diferente
Poucos móveis para não dar trabalhos desnecessários
Quero apenas o essencial.

A maior fonte de felicidade que há na vida, é saber que alguém nos ama; que nos ama pelo que somos ou, melhor, que nos ama apesar do que somos.

Mora comigo na minha casa
Um rapaz que eu amo
Aquilo que ele não me diz porque não sabe
Vai me dizendo com o seu corpo
Que dança pra mim
Ele me adora e eu vejo através de seus olhos
O menino que aperta o gatilho do coração
Sem saber o nome do que pratica
Ele me adora e eu gratifico
Só com olhos que eu vejo
Corto todas as cebolas da casa
Arrasto os móveis, incenso
Ele tem um medo de dizer que me ama
E me aperta a mão
E me chama de amiga.


Dentro de mim tudo permanece igual, aquela velhinha ainda atravessa no sinal vermelho sem fim, o casal apaixonado troca carícias naquele bar da esquina, meu celular que não para de chegar mensagem tua, fotos de uma folha em formato de coração, ah o amor, a beleza de tudo, paixão? É o que mantém a gente vivo, paixão por alguém, por si próprio, por alguma coisa ou algum propósito. No banco da praça ainda te espero, as crianças correndo como se correr fosse a única saída, os pássaros cantam, e o sol está na sua melhor hora, o famosa golden hour! Tudo igual, tudo exatamente igual, os anos não se passaram e no meu rosto não tem uma ruga, no meu coração não tem uma mágoa, dentro de mim tudo permanece igual.

⁠Você matou uma pessoa que morava dentro de mim.