Coleção pessoal de escravadainsonia

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‎"Para de usar maquiagem que isso deixa a pele envelhecida!"

Ah, é? Então para de torrar no sol no final de semana que isso causa câncer de pele, para de trair sua mulher que isso causa transtornos familiares, para de comprar coisas roubadas que isso fortalece o crime, para de espancar seu filho que isso causa trauma infantil, para de dirigir bêbado que isso causa acidentes, para de votar em político corrupto e depois vir reclamar que seu país não vai para a frente, para de jogar lixo no mar que isso causa a morte de animais marinhos, para de tomar anabolizante que isso te leva a morte, E PRINCIPALMENTE, parede colocar os problemas pequenos - e dos outros-, em primeiro lugar e pense nos maiores e mais importantes.

Quando você lembra que esteve bravo, fica bravo. Quando você lembra que esteve triste, fica triste. Mas quando se lembra que esteve feliz, não fica feliz.

Gostaria de encontrar alguém que tenha plena vontade de descobrir meus lados ocultos,que tenha a paciência de decifrar o garrancho de meus rascunhos e tente organizar essa confusão interna que carrego. Seria pedir muito?

Podemos ler todos os livros que quisermos, conhecermos vários lugares diferentes, termos uma série de sensações variadas, mas se não compartilharmos isso com alguém, estamos vivendo em solidão. Dividir espaço com outro, é difícil. Mas não se consegue viver sem tocar, sentir, ouvir, compartilhar ideias, emoções e sentimentos.

Hoje acordei mais solitário do que nunca. Fiz café da manhã para dois mas a segunda pessoa não apareceu. Enquanto me vestia, olhava para aquelas almas emolduradas que um dia já estiveram do meu lado e agora vivem na minha estante. Nos meus olhos se cria uma barreira invisível que impede que minhas lágrimas caiam, enquanto na minha cabeça a frase "você está sozinho", fica se repetindo sem parar.

Talvez o meu maior defeito seja viver de passado. E ainda reclamar que minha vida não se renova. Vivo visitando antigos lugares, revendo antigas pessoas, organizando antigas memórias e me esqueço do presente, do futuro. Não há vagas para novidades. Vivo do passado, meu sobre-nome é nostalgia.

Carrego uma sede de liberdade. Não aguento mais essa espera contínua para viver, existir cansa. A vida é efêmera. Em um piscar de olhos já não estarei mais aqui. E levarei comigo apenas um conjunto de decepções e sonhos jogados no lixo. Os carregarei comigo até o túmulo, junto com a certeza de que tive uma vida desperdiçada.

Por mais que eu tenha orgulho de ser quem eu sou, por mais que eu ache a solidão totalmente agradável e por vezes, até acolhedora, por mais que eu tenha criado um mundo em minha mente e pessoas irreais, de vez em quando, em noites em que o cigarro e a música não bastam, eu imploro por companhia de alguém real.

Leia as entrelinhas, eu raramente serei direita. Serei direta quando estiver cansada das tantas vezes que escrevi nos rodapés, soltei um olhar, uma frase, um sorriso e você viu normalidade. Leia as entrelinhas!

E tu diz que vai fumar um cigarro para espantar a nostalgia e quando vê já se foi um maço inteiro.

Ele não é muito bonito mas dá para o gasto. Dá para andar de mãos dadas na rua, dar beijo na boca e chamar de meu amor.

Hoje é um daqueles dias reservados apenas para a minha individualidade. Dia do qual tudo o que eu quero é ficar na cama até as 14h, levantar para tomar uma xícara de café, ligar o som alto e pensar na vida sem ninguém pra me atrapalhar. Passar o dia inteiro com uma roupa velha e aproveitar para mudar esse branco sujo e velho da parede por uma cor que me dê vontade de viver. Depois de tocar violão por horas, deitar na rede e ler um livro, observando as nuvens enquanto troco de página. Hoje é um daqueles dias em que a única pessoa que eu quero ver e conversar, é aquela que eu vejo quando olho no espelho.

Sinto-me como um pássaro dentro de uma gaiola. Um pássaro infeliz, que se limita em usar suas asas para voar em menos de um metro quadrado. Um pássaro que sente vontade de fugir da gaiola e conhecer novos lugares, novos pássaros, novos horizontes. Mas algo ou alguém sempre me impede. Talvez, quando me soltarem da gaiola eu não me acostume com o novo ambiente e me tranque de novo. Ou melhor, eu me acostumaria. Fácil! E voaria para longe, bem longe, para que não tentassem me trancar de novo naquela velha gaiola. Mas enquanto isso ainda estou aqui sonhando em voar. Mesmo sem ter asas.

Precisamos de mulheres ou homens mais autoconfiantes e determinadas(os), que saibam respeitar o nosso espaço e entender que isso é necessário para um relacionamento ser saudável.

Todo dia eu acordo e já não realmente importa se agora é a faculdade o que antes era a escola. Continua sendo sempre a mesma coisa, o mesmo dia. Se por descaso ou por faltas, as notas não vão bem, em casa não faz diferença, ninguém espera que eu vá mais além.
Eu não entendo esse vazio tão cheio, a agonia da falta de não ter. E eu não sinto e não entendo o meu presente. Não quero aquilo que não posso escolher.
Minha mãe, sempre ocupada, só me encontra quando vai fazer as unhas ou o cabelo no salão. E o meu pai acha que se eu tivesse nascido homem, o estudo importaria bem mais do que a boa educação. E a empregada acha estranho minha maneira de conversar, mas sabe que é só com ela que eu sou sincera ao falar.
No fim de semana quando eu saio, eu procuro coisas novas. Novas drogas, novos homens, pra tentar me fazer sentir. E quando já é de manhã, e eu volto pra casa, não há nada além de lágrimas, não há palavras pra exprimir. Então eu choro, choro e tento entender o que acontece... Mas eu não entendo.

(Adap. Madalena - Unidade Imaginária)

Às vezes eu acho que alugar uma apartamento cheio de posteres de cinema, almofadas coloridas e festinhas com amigos bacanas e músicas boas resolveria o meu problema. Me entupiria do meu mundo a ponto de eu parar de sentir falta de mim.

Acontece que me acostumo com as coisas muito fácil. Está ruim? Depois passa. Está complicado? Daqui a pouco resolve. Está feliz? Deixa estar. Está difícil? Fazer o que, é a vida.

“Com um sorriso desses você não precisa de olhos…”

É como se você me conhecesse melhor do que eu jamais me conheci. Eu amo como você consegue descrever todos os pedaços de mim.
Eu sou mal-humorada, bagunceira, eu fico incansável, e não faz sentido como você parece nunca se preocupar. Quando eu estou brava, você escuta. Me fazer feliz é a sua missão e você não vai parar até que eu esteja aí. Eu caio, às vezes eu caio tão rápido e quando atinjo o fundo do poço, você é tudo que eu tenho.
Como você sabe tudo que estou prestes a dizer? Eu sou tão óbvia? Espero que isto nunca se apague.

METADE

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.