Coleção pessoal de ERIKAMENDES
Coragem é fazer o que tem que ser feito, é gritar se insistem em não ouvir. Omissão é a arte de se acovardar sob o estigma da pseudocalmaria, da falsa honraria.SIMPLES ASSIM.
O QUE TE FAZ FELIZ?
O que te faz feliz?
Um sorriso amarelado
Ou um abraço apertado?
O que te faz feliz?
A lágrima que você ver
Ou o sorriso ao amanhecer?
O que te faz feliz?
Um pé que se atravessa de repente
ou a mão que você estende?
O que te faz feliz?
o fútil
Ou o útil?
O que te faz feliz?
Um vespeiro
Ou um brigadeiro?
O que te faz feliz?
O que te faz sorrir?
Qual a cor do seu lápis de cor?
Qual o tamanho do seu amor?
O que te faz feliz
Faz o outro também feliz?
Você troca a dor
Por um ato de amor?
Você troca o dinheiro
Por um bom companheiro?
Você troca um espinho
Por um carinho?
Você troca o preconceito
Por um novo conceito?
Você troca uma vida vazia
Por esta poesia?
O que te faz feliz?
Érika Mendes
Democracia, futuro do pretérito e sem indicativo
Democracia
Se fosse plena
Que bom seria.
Se fosse verde e amarela
João e Maria não sofreriam.
Democracia...
Seria,
Progrediria,
Alimentaria,
Educaria,
Respeitaria...
Se não terminasse com “ia”
Que bom seria!
Disparada
O homem bicho desceu a ladeira
Desceu em disparada
Sem seta, retrovisor ou farol,
Mas desceu.
Como uma avalanche carregou tudo,
Sem caráter e sem hombridade desceu.
Deixou rastro e gosto de sangue.
Lá embaixo olhou para trás
Feliz com o que via
Quis continuar a descer
Mas já tinha descido tudo
O homem bicho resolveu sentar
Maquinar
Arquitetar
Como continuar a descer?
Queria novamente
Rumo a truculência.
O jeito vai ser subir de novo
E descer em disparada
Como avalanche
Descendo de novo e de novo.
Sempre em disparada
Rumo a selvageria.
Érika Mendes
Do meu lado, do outro lado
Ei, psiu, você aí,
Que tem uma vida vazia,
Ocupações superficiais,
Amor de menos,
Indiscrição nos olhos,
Farpa na língua,
Veneno nos poros.
A vida classifica,
A vida seleciona,
E você escolheu
O azedume, a falsidade, a discórdia, a baixeza.
Fique daí, que eu fico daqui.
Ei você aqui, abraçado a um livro
Fazendo cafuné,
Cantando Renato Russo,
Distribuindo sorrisos
Compartilhando gentilezas,
Cuidando dos amigos
Vamos ali, tomar um sorvete,
Ajudar a senhorinha,
Contar histórias de Pedro Malazarte,
Vamos combater a discórdia,
Combater a malícia e maldade humana.
De salto alto, peito pra fora, barriga pra dentro
Vamos sapatear na cara da hipocrisia.
Vamos ser FELIZes..
Ponto
Quando chegaram àquele ponto,
Não adiantava mais travessões.
Quando chegaram àquele ponto,
Não havia mais interrogações.
Quando chegaram àquele ponto
Exclamações já não mais existiam.
Quando chegaram àquele ponto,
A vírgula separou.
Quando chegaram àquele ponto,
Era hora do ponto final.
Quando chegaram àquele ponto,
Concluíram que se houvesse amor,
Não teriam chegado àquele ponto.
E ponto.
Érika Mendes
Consciência
Toc, toc
Alguém aí?
Por favor...
Responda.
Está frio aqui fora.
Toc, toc
Se não abrir ...
Vou arrombar
Não adianta dormir
Vou te atormentar
Abraaaaaaaaaaa.
Toc, toc....
Sou eu
Sua consciência
Hoje você não dorme
Toc, toc.
Quero não.
Não quero o azedume daqueles que nasceram para criticar
Não quero o silêncio dos acomodados que nada têm a acrescentar.
Não quero o grito mexeriqueiro
Não quero o silêncio traiçoeiro.
Não quero ser vulcão, tampouco planta.
Não quero ser oito ou oitenta.
Não estou em cima do muro, tampouco cristalizada.
Em meio à subjetividade da verdade
Me afasto do sincericídio
E me escondo da hipocrisia.
Érika Mendes
GENTE
Tem gente.
Tem muita gente!
Quando convém:
Memória seletiva,
Boca de Siri.
Quando representa:
Memória de elefante
Boca no trombone.
Tem gente que mente.
Mente com cara limpa,
Acampa na pizzaria,
Engana gente simples,
Ensaboa o cérebro alheio.
Diz-se cordeiro,
Mas esconde o lamaceiro.
Ainda bem que tem gente
Que velozmente sente.
Sente a hipocrisia,
A falsa filosofia.
Esse é o artista homem bicho.
Mata o passado,
Distorce o presente
E no futuro faz tudo de novo
e nada de novo.
Erika Mendes