Coleção pessoal de EPRN
À medida que o relógio trabalha, a percepção de que não há tantas coisas e pessoas especiais na Terra aumenta em proporção geométrica. Na real, é exatamente isso que se espera; que não haja tanta coisa especial, afinal, devemos respeitar o significado da palavra. A questão é que cada um que "deixa de ser especial", também deixa marcas como caminhos abertos na mata.
Caminhos abertos na mata demoram para se reintegrar à mata como se caminho nunca tivessem sido.
Demoram, mas conseguem.
E, se conseguem, é por que aquele caminho não deveria ter sido aberto.
Mas, já que foi, levou a algum lugar.
E, se levou, serviu para algo.
E, se serviu, foi bom.
E, se foi bom, valeu.
E, se valeu, foi especial.
Ops...
Cada um tem seu jeito e cada jeito tem seu um. Mas nem todo um é pra qualquer jeito, e nem todo jeito é pra qualquer um.
O silêncio, por vezes, é a melhor escolha. Ele é o catalisador da reação do tempo sobre as feridas.Silenciar é ter respeito consigo mesmo, com outrem e com as feridas. Silenciar é, por fim, acelerar a cura, a cicatrização a volta da paz.
Silencie. Respire. Não observe.
Seja feliz.
A marcha do tempo independe de opiniões, vontades, achismos, verdades, mentiras, dores... Ela simplesmente há. A nós, cabe apenas a observação dos seus efeitos, que são basicamente a colheita do que plantamos. Não temos obrigação alguma de acertar sempre...
Até acho que temos muito direito de errar.
Mas, independentemente do que se pensa ou acha, a colheita virá, inexoravelmente.
Na minha humilde opinião, o tempo é generoso.
Ele nos faculta o plantio que bem quisermos realizar e ainda promove o lapso necessário até a colheita.
Eu diria mais ainda: o tempo é foda.
Erros são professores que ministram matérias como a tristeza. A tristeza é, pela minha experiência, uma das matérias mais difíceis de sermos aprovados, mesmo com prova final.
Aprendi recentemente que, em meio a uma tempestade forte, a gente tende naturalmente a se desesperar, no início, tentando sobreviver dentro daquilo que parece o fim de tudo. Mas, só parece o fim. Tem uma hora, amigo, que você percebe que não é o fim, que a tempestade já está no seu máximo e, advinha; você sobreviveu. Nessa hora, uma opção é você simplesmente parar de tentar, passar a somente observar a tempestade, ficar completamente estático, sem nenhum tipo de reação. Nenhum. Nem por dentro. Posso te afirmar que, um dos efeitos disso, é que você se tornará a tempestade e, muitas vezes, uma tempestade implacável.
Vou lhe falar uma verdade: tem dias que a tristeza insiste em vir como o vento....
E, como o vento, ela bate, mas não consegue entrar. Bate na porta, acena, sorri, pede licença, e até me convence a abrir a porta, mas, como eu sei que a tristeza é torta, não a deixo entrar.
Nem com a porta trancada ela deixa de estar aqui... Pertinho... Sedutora... Insistente... dá até um sorriso pra gente, tentando tomar conta dessa casa, que é o meu ser.
Nessas horas, peço a Deus que olhe pelo seu filho e chamo a felicidade, que mora dentro de mim, para conversar com ela, pela janela...
Peço que ofereça-lhe até uma café, mas nunca perco a fé que, nessa casa quem manda não é quem tem vontade, quem manda é a mais forte, e a mais forte é a felicidade.
Acho que vc precisa saber
Eu estou de partida
Mas ninguém sabe ainda
Faz tempo que comecei a partir
Faz tempo que já não caibo aqui
Faz tempo que a minha vontade é ir embora
E essa hora é agora
Preciso lhe falar, pela nossa proximidade, que é chegada a hora da verdade, quando a minha vontade ganhou a batalha e, por toda minha falha, preciso ir
Vou, e vou com certeza
Vou sem olhar para trás
Vou assim, para não voltar mais
E, por fim, se algo lhe resta a dizer, que diga numa só frase, porque, daqui a pouco tempo, o tempo jaz.
Invariavelmente, colhemos o desenvolvimento correspondente às sementes que plantamos, a menos que uma tempestade destrua tudo antes da germinação.
Dizem que a vida é um sopro, passa rápido demais como um carro veloz numa estrada boa.Engraçado é que essas mesmas pessoas jogam coisas pela janela do carro, em alta velocidade, e querem voltar para encontrar na estrada.
Acha não...