Coleção pessoal de emaildosamuka
Minha utopia
Teria eu um júbilo epifânico se nossas preocupações fossem menos hipócritas, se uma sociedade menos catatônica diante da morte de um policial cobrasse de seus representantes uma resposta!
Quem morreu naquela viatura policial? Um homem? Um pai? Um jovem? Um filho?
Não importa pra você! Não estou dizendo que não te interessa o assunto, estou dizendo que não importa pra você! Importa para a família. Importa para um pai, uma mãe, uma esposa, alguns amigos, filhos. Para eles importa!
Morreu ali mais um homem, entende? No entanto, a sociedade, que assisto de coração partido, catatônica e inerte, deveria atentar para o fato de que é mais um homem da lei! Um homem que tem a função de garantir nossos contratos sociais assentados em leis. Nossa liberdade, nossa vida e nossos patrimônios são garantidos por essas leis. Por isso podemos viver uma vida na qual, por via de regra, uma pessoa não entra em sua casa e toma suas coisas e abusa de sua família e fica impune. Entendeu?
Esses contratos sociais, essas leis, são as coisas que garantem que podemos viver uma vida civilizada. Através desses contratos, nós instituímos governos que garantam o seu cumprimento.
Está no contrato! Se roubar, por via de regra, é preso e separado do restante da sociedade, a fim de preservar a sociedade e ressocializar o infrator do contrato.
Quando um homem da lei é atacado, muito mais do que um ser humano, é atacada toda uma sociedade. Entende isso?
Aqueles marginais, homens que andam às margens da lei, estão mandando um recado pra você. Eles dizem que não têm medo das suas leis, que não se importam com elas e que podem tirar impunemente sua vida, sua liberdade e seus bens. Você se torna refém desses marginais quando um homem da lei morre e seus algozes saem impunes. Você é tão atacado naquela viatura quanto o homem da lei que ali pereceu. É atacado e vai ficar inerte? Calado? Covardemente indiferente?
Será que você já entendeu?
Os Governos por nós instituidos têm poder para dar uma resposta a esses marginais, dizer que, ao violar nossas leis, eles serão punidos. Mas por que não o fazem? Porque você está parado e calado! Dar uma resposta seria trabalhoso e caro. A única coisa que pode fazer o governo trabalhar e investir dinheiro é a comoção pública!
A essa altura, acho que você já entendeu.
Essa semana foi atacado e morto mais um policial em um dos acessos à Linha Vermelha, no Rio de Janeiro. Demônios fortemente armados passaram de carro e metralharam a viatura em que o policial se encontrava. A viatura, que deveria ser blindada, como diz a lei, era apenas um carro pintado de azul e com luzes vermelhas piscantes.
Ali você também foi atacado! (Será que você entendeu realmente?)
O que fazer, então?
Cobre dos deputados em que você votou! Mande e-mail para eles. No Site da Alerj, você encontra o endereço. Precisa do link?
Cobre do Governador! Cobre das instituições!
Enfim, se nossa prosa abriu sua mente, apenas compartilhe a ideia. "Uma mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original"!
Não fique inerte, pois é o que ELES querem!
(Anônimo)
Meu Rei me pediu a espada, minha espada lhe ofertei,
Com lâmina de Toledo e copo de ouro de lei...
Meu Rei desejou meu elmo, escudo couraça...lhe dei.
Sempre os usei nas batalhas, lutando pelo meu Rei.
Meu rei me pediu bravura, nas guerras me desdobrei.
Lutei com ardor e raça pela glória do meu Rei.
Meu Rei desejou meu cavalo, que eu mesmo domei,
sem relutar fui Infante para atender ao meu Rei.
Meu Rei me pediu a honra da farda que sempre honrei,
de coração contristado, disse não ao meu Rei.
Dei-lhe a espada de Toledo com copo de ouro de lei.
Mas, honra é bem de família que dos ancestrais herdei.
Um conto
Surfista Prateado
Quando eu não passava de uma criança, me perguntavam o que eu seria quando crescesse. Eu era categórico. Lendo milhares de revistas em quadrinhos e vendo muitos desenhos animados, eu só desejava ser um super-herói. Todos riam de minha inocência.
Certo dia meu pai, vendo minha tristeza diante da incredulidade dos outros, explicou que eu seria um super-herói de qualquer forma.
Um super-herói como pai, na visão de meus filhos. Para eles eu teria conhecimento ilimitado, uma força insuperável, bondade e empatia sobre humanas. Teria até o poder de realizar os desejos deles. Na visão deles eu seria um herói.
Um super-herói como marido, na visão de minha esposa. Eu seria sua fortaleza nos momentos difíceis. Como uma rocha eu estaria ali, inexpugnável, virtualmente indestrutível e protetor.
Um super-herói como filho, na visão dele. Ao me ver crescido, honesto, bondoso, também pai de família, eu teria o poder de inspirar os melhores sentimentos nele e em minha mãe. O Orgulho de ter dado uma educação excelente, de missão cumprida.
Ele explicou também que o super-herói tem uma identidade secreta. Era sobre essa identidade que as pessoas me perguntavam. O que eu faria quando não precisasse ser um super-herói. Outra profissão.
Os anos se passavam eu eu ficava com a dúvida na infantil mente: Porque eu precisava de uma identidade secreta? Porque eu não poderia ser um super-herói o tempo todo?
Lendo quadrinhos conheci um super-herói de tempo integral, o Surfista Prateado. Fiquei maravilhado por ele não ter identidade secreta. Era um super-herói o tempo todo. O Surfista Prateado abandonou uma vida comum em seu planeta para salvar e ajudar outros. Quando a entidade que o conferia a condição de super-herói deu uma ordem contrária a seus princípios ele não se submeteu, abriu mão da sua condição.
Corri para contar a novidade ao meu pai. “Papai achei! Achei um super-herói sem identidade secreta!”. Ele, meio sem jeito e sem querer frustrar minha alegria, simplesmente disse que quando isso acontecesse me apoiaria.
Eu cresci e chegando em casa joguei a “bomba”: Passei pra Polícia Militar! Ninguém ficou a favor. Meu pai me chamou para conversar outra vez:
-Filho, esse trabalho é muito perigoso! As pessoas não gostam de policias porque alguns se desviam do caminho certo e acabam manchando o nome da maioria que é honesta!
-Eu sei pai! Pra mim basta que minha família e amigos saibam que sou honesto!
-Mas o salário é muito pouco! Você não vai ganhar o suficiente para ter uma vida digna!
-Quero uma vida digna! Mas não quero ser policial pelo dinheiro!
-Ninguém reconhece esses homens! Mesmo que você morra no cumprimento do dever, salvando alguém, vai ser apenas mais um número anônimo.
-Também não é pelo reconhecimento!
-MAS QUE DROGA RAPAZ! No que você está pensando? Policiais não tem descanso! Mesmo na folga, quando não precisariam ser policiais, eles o são! Muitos morrem nas suas folgas!Eles são policiais em tempo integral e… - Ele fez silêncio como que se sentisse um nó na garganta e deu seu sorriso amarelo. Olhos trêmulos deixando escapar discretamente uma lágrima ele sussurra:
-Maldito Surfista Prateado!
Passei a receber total apoio e compreensão de meu pai, que hoje defende a profissão. Ele me vê como um super-herói em tempo integral.
Só quem veste a farda sabe como é. Só vestindo a farda podemos ver a expressão de alívio da vítima que é salva do agressor. É vestindo a farda que vemos o medo nos olhos do malfeitor. Em alta velocidade numa viatura com a sirene histérica temos pressa para atender o 190! Quando alguém liga, só nós podemos ajudar! Somos nós que temos a responsabilidade pela vida daquela pessoa que passa a respirar aliviada ao avistar a farda!
ORGULHO DE SER POLICIAL MILITAR!
O homem de alma grandiosa é honrado e serve a sociedade
O homem de alma pequena é corrupto e serve somente a si
O homem de alma miserável é omisso e não serve pra nada
Olhei pela janela e vi um povo egoísta.
Um monte de gente ocupada com seus universos particulares e sem tempo de olhar para o lado.
Crianças morrendo de fome ao lado de crianças obesas.
Um lugar onde chefes de estado e representantes da lei não cumprem a lei.
Também vi um povo passivo de mais, era oprimido e nada fazia para mudar.
Tinha uma gente bastante desonesta fazendo careta para o guarda que aceitava suborno e com a outra mão oferecia suborno ao guarda.
Senti pena daquele povo e do rapaz que me olhava de volta.
Ele parecia inteligente e forte. Mas nada fazia para mudar sua situação nem a dos a sua volta. Indignado decidi gritar pela janela para lhe mostrar que ele deve reagir, lutar.
Tamanha foi minha surpresa, ele gritou de volta.
Meu Deus! Não era uma janela, era um Espelho.
Eu tinha tudo.
O Destino, com inveja, reclamou minha casa.
Pelo cansaço fui vencido. Desisti!
AS chuvas vieram e levaram minha casa.
Mas tendo você ainda tinha tudo.
Não satisfeito o destino reclamou meu trabalho.
Pelo cansaço fui vencido. Desisti!
O opressor veio e levou meu trabalho.
Mas tendo você ainda tinha tudo.
O destino reclamou minha saúde.
Pelo cansaço fui vencido. Desisti!
A peste veio e levou minha saúde.
Mas tendo você ainda tinha tudo.
Então o destino me reclamou você.
Pelo cansaço fui vencedor. Resisti!
O Destino não pôde nos separar.
E tendo você ainda tenho tudo!
Nossa sociedade ocidental tem a tendência de subestimar a maldade nas ações das crianças e maldar todas as ações dos adultos. Isso é a raiz de muitos problemas.
Grande Sábio, desculpe interromper seus estudos mas é uma questão urgente. –Diz homem visivelmente transtornado que entra na Biblioteca.
–Pois não jovem, o que é tão urgente? –Questiona o Sábio.
–Minha profissão é recolher o lixo da cidade, eu tenho vergonha de ter um trabalho tão pouco valorizado. O senhor poderia me ensinar outro ofício. Algo que seja realmente importante?
–Sim, eu posso! Mas primeiro você terá que me fazer um favor! – Responde o sábio fechando o livro que estava lendo.
– Claro, o que o senhor me pedir!
– Pois bem, vá até o mercado da cidade e venda esse meu anel. Mas é imprescindível que você consiga o máximo por ele. Se te oferecerem menos de 1 moeda de ouro, recuse de imediato. Vou usar o dinheiro para pagar uma dívida que tenho. – O sábio entrega um anel pequeno que carregava em seu dedo mínimo.
– Sim senhor! Vou agora mesmo! –Nem terminou de falar o homem e já foi saindo com o anel.
Chegando no mercado o homem começou a oferecer o anel. Muitos paravam para ver, porém quando ouviam o preço, saiam rindo de deboche. Diziam que era muito para se pagar por um anel. Alguns até ofereceram moedas de prata para ajudar o homem. Como ele havia recebido instruções de só vender se conseguisse uma moeda de ouro pelo menos, voltou triste para falar com o sábio.
–Grande sábio, me desculpe! Não consegui vender seu anel. O máximo que me ofereceram nele foram 3 moedas de prata. Então eu o trouxe de volta, me perdoe!
–O sábio coçou a cabeça intrigado e disse ao homem:
–Estranho, poderia jurar que o anel valeria um pouco mais! Façamos o seguinte: Leve-o até o Joalheiro e peça para avaliar. Mas de modo algum venda o anel. Apenas avalie!
–O homem foi até o joalheiro e entregou o anel. Após examinar o anel com uma lupa e pesá-lo o Joalheiro disse:
–Diga ao seu amigo que, se ele quer vender agora, não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel.
–58 MOEDAS DE OURO! –Exclamou o homem.
–Sim! –Replicou o joalheiro, eu sei que com tempo eu poderia oferecer cerca de 70 moedas, mas se a venda é urgente...
–O homem correu emocionado à biblioteca para contar o que ocorreu.
–Sente-se! –Disse o sábio após ouvir tudo o que o homem havia lhe contado.
–Você é como esse anel! Porém só terá valor se avaliado pelas pessoas certas!
–Continuando o sábio pergunta:
–Sua Profissão é pouco valorizada por quem? Seus filhos ou sua esposa que recebem dela o sustento? Pelos amigos que frequentam sua casa e desfrutam da hospitalidade e confortos gerados por seu trabalho?
–Não senhor, para eles eu faço um trabalho muito importante!
–O sábio guarda o anel e diz:
–Vou lhe ensinar a profissão que desejar, mas não diga que a sua não é importante. Todos temos nosso papel na sociedade! –Então conclui:
–Que ofício gostaria de aprender?
–O Homem já saindo da sala responde:
–Já faço o que gosto! Obrigado por tudo!
Existe algo que é extremamente mais fácil de falar do que fazer, porém quem consegue vive mais e mais feliz! O Perdão!
O segredo da inspiração é o começar! Experimente, mesmo sem inspiração, arrumar sua gaveta de meias. Você vai ter arrumado o quarto inteiro antes de se dar conta.
De todas as coisas que você poderia perder no curso de sua vida, a que lhe trará mais problemas é o caráter!
Prefiro sofrer a indignação de ser injustiçado ao ser condenado por minha consciência pela vergonha de cometer injustiças!