Coleção pessoal de EloSr
Naqueles últimos segundos, com a sorte da sua presença, eu me senti no topo do mundo.
Na minha última experiência com o seu toque leve, eu me senti completa de todas as formas.
No último som da sua voz pronunciando que eu era para ti o mais importante, eu senti arrepios longos.
No teu último olhar, cheio de amor, eu me senti o ser mais admirável do mundo.
Na tua última demonstração de afeto, eu me senti em casa e por uma fração de tempo tive um lar.
Agora, sem a tua presença, o topo do mundo parece inalcançável, sinto um vazio enorme, só o frio profundo me traz arrepios, me sinto julgada aos olhares e o que resta é a ausência de uma vida ao seu lado.
Tu podes me dar a lua, mas jamais será aquela pequena estrela.
Tu podes me dar os maiores campos, mas jamais será aquela pequena flor.
Tu podes me dar as melhores comidas, mas no final eu ainda quero aquele cachorro-quente da esquina.
Tu podes me dar os mais belos olhares e eu ainda assim quero aqueles olhos fundos.
Tu podes me dar teus maiores carinhos, mas ainda prefiro aquele toque macio e único.
Tu podes tentar ser o meu príncipe, porém ainda prefiro o meu camponês.
Tu podes me dar toda a tua companhia e fidelidade, só que no final de tudo quero a sensação da presença dele.
Você não pode ser ele, você jamais me terá como ele e eu jamais amarei você como amei ele.
Me sustento com migalhas.
Me mantenho com o mínimo.
Sobrevivo com o pouco.
Aproveito os “quase nada”
Sou criado como cão.
Alimentado com restos.
Quer você queira, quer não.
Sou animal doméstico.
As madrugadas deveriam ser proibidas para pessoas fracas.
Deveriam ser dadas as fortes e longas aos que amam.
As madrugadas deveriam obedecer aos corações tristes, deveriam ser descanso aos corpos inquietos.
As madrugadas deveriam ser lar dos tímidos, deveriam ser mais que uma faísca de tempo aos que amam sendo amados.
As madrugadas deveriam ser moldadas na necessidade daqueles que a têm e a querem.