Coleção pessoal de Ellysi
Agarrada a essa maldita dor,
Carregando um fardo que é quase impossível de se carregar.
Tudo prestes a chegar no limite,
Mas nunca há de chegar.
Agarrada a esse maldito fardo,
Meu amigo, quase uma parte de mim.
Devo aprender a amar ele,
Antes que esse mesmo cause meu fim.
Em espelhos quebrados, busco meu reflexo,
Na eterna jornada, sempre insatisfeita.
Por mais que alcance, o vazio é complexo,
Nada preenche a alma desfeita.
Conquistas e glórias se tornam poeira,
Em meu peito, a chama se apaga,
O que quero, o que anseio, é uma fogueira,
Mas a satisfação, essa, nunca me diz nada.
Sonhos despedaçados, promessas ao vento,
Nada basta, nada é bastante.
A insatisfação é meu tormento,
Sempre distante, nunca constante.
Em busca de paz, me perco na estrada,
O que falta, o que sobra, é uma cilada,
E no espelho, vejo apenas o mar.
Um mar de desejos, de ambições sem fim,
Mas na verdade, só quero me encontrar.
Dilacerante é esse sentimento de não se reconhecer em si mesmo.Estou perdido em minha vida, mas esqueço constantemente de viver;
Uso qualquer sentimento como escudo para disfarçar, mas por mais que eu negue, eu sei que algo realmente morreu a anos atrás.
Não existe ser mais infeliz do que aquele que foi amaldiçoado com o peso de sua própria consciência.
Entre sonhos e suspiros, busca-se abrigo
Num amor distante, que o coração faz mendigo.
Seu anseio é simples, deitado ao seu lado,
Mas a indiferença dele me deixa assombrado.
Na cama fria, o vazio se alarga,
E a distância cruel como uma chaga.
Só deseja o calor, o toque, o carinho,
Mas ele se vai, sozinho no caminho.
O medo cresce, o peito se aperta,
Queria só aconchego, uma alma aberta.
Mas esse calor vai se apagando,
E o silêncio ecoa, tão cortante e tão brando.
É na suavidade da tua voz
Que encontro o aconchego do meu ser,
Cada palavra, um sopro de ternura,
Cada riso, um raio de sol a nascer.
Tua fala é melodia que embala,
Um cântico que o vento traz para mim,
Lembra-me o aroma doce de canela,
Aquecendo meu coração até o fim.
Nos teus sons, encontro abrigo,
Como se fossem feitos só para mim,
E nesse canto, eu me aninho,
Esvanecendo qualquer dor ou fim.
Então, quando te ouço, amor,
É como provar do céu o néctar,
Como se tua voz fosse leve brisa,
Que me acalma e me faz sonhar.
Queria morar em cada verso,
E me perder na doce sensação de te ouvir falar.
Intoxicada por ele, enfeitiçada pelo seu sorriso, embriagada pelo seu cheiro, completamente envolvida pela sua voz.
Seu olhar acelerava o coração; suas palavras faziam o mundo desaparecer, livre de preocupações, mas presa a essas sensações.
Tais sensações são como um vício, cada momento uma eternidade, fragmentos de um paraíso.
Intoxicada, mas não quero me curar, pois desejo mais do sorriso, do cheiro, da voz, porque nas nuvens é onde sempre quis estar.
Nos jardins onde o sol repousa, um olhar inesperado me capturou. Ele era alto, bonito e charmoso, um encanto que me transtornou.
No primeiro momento, senti um suspiro profundo, como se o mundo tivesse mudado de lugar. Seus olhos, vastos e serenos, me levaram a um horizonte desconhecido que jamais sonharia em encontrar.
Aquele sorriso que não podia ignorar iluminou o meu dia. Minha mente, antes tranquila, agora estava em pensamentos se perdia.
Cada movimento seu era um sonho silencioso, um convite para um novo universo. Sua presença envolvia-me, estava presa em seus doces versos.