Coleção pessoal de Elly21

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O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!

Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria aceso o sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo afora. Lembraria os erros cometidos para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos. Deixaria para você, se pudesse, o respeito aquilo que é indispensável. Além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação. E, quando tudo mais faltasse, um segredo: o de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída.

Acalme-se, amor, ainda caminharemos juntos, mãos dadas, corações grudados, pôr do sol a frente e o amor transbordando na gente.

Acho que amo demais as nossas lembranças para abandona-lás, desculpe, mas esse é meu defeito.

Quando sinto que há tristeza em tua voz a minha alma se entristece. Já não somos dois, somos essencialmente um. Tenho defeitos e problemas, talvez não queiras lidar com isso. Tens a vida resolvida... Mas se ainda assim me aceitas, não haverá mais tristeza em tua voz... o meu amor não deixará. Eu te amo e isso, é tudo.

Tenho me decepcionado muito com a vida e com as pessoas.
Com os sentimentos e com a falta deles, com uma estranha mania de espera.
Essa coisa estranha chamada amanhã... Temos deixado de viver o hoje com toda intensidade, em toda sua plenitude, aguardando por um amanhã que não sabemos se virá.
Se chegar, bem-vindo! Já não será amanhã, será hoje. Os melhores sentimentos têm sido deixados de lado em nome de alguma coisa que não sei bem o que é, uma forma estranha de viver, uma vida vazia.
Confusos? Eu também!
Só quero um dia cheio, cheio de amor, cheio de abraços e carinho, cheio de amigos verdadeiros, de afagos, de palavras gostosas, de esperar meu amor sabendo que ele virá, hoje e tão somente hoje. Quero rir gostoso das piadas que os amigos deixam aqui nessa página, quero rir como uma criança que muitas vezes nem sabe do que ri.
Hoje, e tão somente hoje, quero essa tal felicidade pra todos nós.
O amanhã, com certeza, a Deus pertence!

Momentos meus

Bom mesmo é essa paz que vai tomando conta da gente, essa sensação de libertação. Começar a deixar de lado coisas e pessoas que só nos fizeram mal... A dor vai diminuindo a cada dia... Parece que a agente vai recomeçando a viver, devagarinho, a alma quase em paz... Cada um tem o que merece e eu acho que mereço o melhor porquê me conheço, sei quem eu sou de verdade.
Estou de alma limpa como sempre, cabeça erguida, não preciso me esconder de nada nem de ninguém.
Agora mais do que nunca sei porquê sou de poucos amigos. Amizade é uma palavra muito séria e envolve acima de tudo muito respeito, verdade, consideração... Infelizmente esses valores estão desaparecendo.
Lamento pelo vazio que marca a vida de algumas pessoas, isso faz com quê elas não sejam amigas nem delas mesmas. Más faz parte da trajetória da vida; cada um é como é e ponto, não devemos lamentar, não há o que lamentar.
Seguir em frente sempre! Esse espetáculo chamado vida continua, graças a Deus.

Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor.

Vontade só de dormir, dormir muito, para nunca mais acordar. (...) Só tenho passado, o presente é esta viscosidade, o futuro não existe. Ah, eu queria ter um objetivo na vida, uma coisa que sugasse todas as minhas forças, conduzisse todos os meus gestos e todas as minhas palavras. Não tenho nada, só este vazio.

♥ De repente em meio a um lindo sorriso ele falou: passamos o dia quase todo rindo, de quase tudo. Parecemos dois idiotas, vamos parar com isso. E eu lhe respondi no meio de um sorriso: impossível, somos muito felizes...♥

A TRISTEZA PERMITIDA

Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça de cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como?

Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.

Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.

A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido.

Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.

“Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.

Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.