Coleção pessoal de elizete1598
Raízes do Tempo
Na vastidão da natureza,
canta o vento em liberdade,
soprando histórias antigas,
tecendo fios de ancestralidade.
Sob a sombra das mangueiras,
dança a vida em movimento,
num abraço de diversidade,
nos batuques do tempo.
O rio ensina com paciência,
a maré flui sem vaidade,
refletindo no espelho d’água
o pulsar da humanidade.
Que haja terra para os passos,
que haja voz para o afeto,
que o amanhã floresça livre
no caminho do respeito.
A História Não Contada
O vento soprava forte sobre as águas revoltas. No horizonte, o sol se punha, tingindo o céu de vermelho, como se sangrasse em despedida. Nos porões escuros do navio, o ar era denso, pesado, misturado ao cheiro da madeira úmida e dos corpos amontoados.
Ali, entre as sombras, estavam aqueles que tiveram suas vidas arrancadas à força. Eram reis, guerreiros, mães e filhos, agora reduzidos a mercadoria. As correntes marcavam seus tornozelos, mas não podiam acorrentar suas memórias.
Dentre eles, um jovem chamado Obafemi mantinha os olhos fixos na pequena fresta de luz que entrava entre as tábuas. Ele não conhecia aquele mar, mas sabia que, além dele, havia uma terra desconhecida — e um destino cruel à espera.
— Meu filho… — sussurrou uma mulher ao seu lado. Era Iyalá, uma anciã que carregava no olhar o peso de muitas luas. — Se não podemos mudar o caminho, que o caminho não nos mude.
Obafemi não respondeu, mas apertou os punhos. Seu coração queimava com a dor de sua gente.
Alguns, em silêncio, decidiram que não seguiriam viagem. Preferiram entregar-se ao mar, nas mãos de Iemanjá, do que viver sob o domínio do inimigo. Obafemi os viu partir, um a um, dissolvendo-se nas ondas, e por um instante, pensou em fazer o mesmo.
Mas não fez.
O navio atracou dias depois. Os que restaram foram levados à força, empurrados para um mundo onde seriam vistos apenas como mãos para o trabalho, como corpos para o lucro. Chicotes cortaram sua pele, línguas estranhas tentaram roubar sua identidade. Mas dentro deles, a chama não se apagava.
O tempo passou. Obafemi sobreviveu. Seu nome foi mudado, sua voz abafada, mas ele nunca esqueceu quem era. Aprendeu a resistir, a lutar sem armas, a falar sem palavras. Seus filhos herdaram sua força, seus netos contaram sua história, e mesmo quando tentaram apagá-lo da memória do mundo, ele permaneceu.
Pois um povo pode ser acorrentado, mas sua essência jamais será escravizada.
Nas águas do tempo, o tambor ressoa
No ventre da noite, o açoite rasgou,
mas a chama acesa nunca apagou.
Dos becos da dor, dos gritos calados,
nasceu o axé, forte e sagrado.
No giro da saia, no toque do chão,
ecoam os cânticos de consagração.
Dos terreiros erguidos com fé e suor,
a tradição resiste, dança e maior.
Dia de lembrar, dia de sentir,
a força que o vento não pode extinguir.
Do Ilê ao quilombo, do corpo ao cantar,
a herança africana segue a pulsar.
É dia de honrar quem nos antecedeu,
quem plantou a raiz e nunca cedeu.
Que o 21 de março seja sempre farol,
lumina o caminho, aquece o sol.
Você mente, colonizador!
Existem histórias que você não contou,
bonitezas identitárias de povos que subestimou!
A nobreza do povo preto, que você ocultou,
e em atos de violência raptou,
levou para as diásporas, escravizou!
Hoje dizem que esse povo não contribuiu,
que a cor preta não tem valor,
que não existem dívidas.
Mas o trabalho forçado, que você explorou,
é um silêncio perturbador!
Essa dívida, colonizador,
gerou juros, correções,
riquezas que você embolsou,
privilégios que seus descendentes acumularam.
Nem dividendos compartilhou!
O senhor mente, colonizador!
Escondeu nos escritos, nos livros,
que havia pretas e pretos cientistas, arquitetos, criadores!
Que havia conhecimento de doutor!
E a ciência natural, que você usou?
Desconsiderou!
E as ervas medicinais,
indicação dos ancestrais,
aquelas que te curaram?
Chamou de magia,
condenou como inflação, bruxaria!
Sentenciou e matou,
ainda mata nestes dias!
Queimou, ainda queima,
nossa religião,
negou, demonizou!
Nos deu rótulos de infratores,
mas foi você quem transformou em escravo
um ser humano,
livre como pássaro,
para depois abandonar, desempregado,
sem assistência, sem reparação.
Quem com ervas te salvou?
Intolerância é sua moeda de valor!
Mulheres pretas foram dizimadas,
as mesmas que seus filhos amamentaram,
lavaram suas roupas, passaram,
cuidaram da sua casa, cozinharam,
deram à sua boca sabores e iguarias!
Ah, como o branco gostou!
Tanto, tanto, que se apropriou.
Ainda assim, eram obrigadas
a satisfazê-lo nas madrugadas,
quando a senhora estava cansada.
Essas pretas, criadas,
apanhavam das mulheres brancas mal amadas,
tinham seus bicos de seio arrancados,
eram chicoteadas,
mas o pior destino era ver seus filhos arrancados!
Vocês rotularam de liberdade
quando expulsaram o povo preto da cidade,
enxotaram das mansões,
sem direito a indenização,
sem direito à educação,
sem direito ao trabalho,
sem remuneração,
sem direito, sem dignidade de cidadão!
Convidaram brancos de outras nações
para assumirem cargos,
com cotas e indenizações,
com renda e título de cidadão.
E disseram que o povo preto,
andando na rua sem emprego,
seria preso.
Aí, superlotação!
Matança!
Antes de chegar na prisão,
o extermínio é a solução!
E a contemporaneidade?
Quinhentos anos depois,
quase nada mudou!
O rio é de dor,
encontro de sangue derramado
com lágrimas de mães em luto, afogadas!
Tiro certeiro do preconceito,
não é bala perdida.
A direção é sempre a mesma:
pretos nas periferias!
Toda mãe teme o cruel destino
de seus filhos amados.
Mas quem está sentindo?
Se as balas já têm destino?
Corpos-crianças,
meninos estendidos,
perfurados de balas!
Quem matou os caras?
Os inimigos!
Nos veem apenas como bandidos,
os pretinhos.
Toma cuidado, filho!
As drogas abreviam os caminhos,
encurtam vidas de meninos!
Mas, qual seria mesmo o destino?
Não responde.
Mas silêncio não é racismo?
Silêncio.
OUVI TIROS!
Dor no peito.
Mais um extermínio do povo preto.
Sempre escolhido.
Estas terras,
que tantos povos abrigaram,
agora são regadas
com sangue de pretos,
Senhor Colonizador!
Mas o que cresce livre
é nossa consciência.
Ela brotou.
Nossa ancestralidade aflorou.
E agora, brotamos para sustentar justiça.
A justiça há de haver!
Neste caminho de identidade a florescer,
este é nosso oásis!
Onde saciaremos nossa sede temporal
com liberdade.
Tudo que se foi,
renascerá em tantos outros tempos,
quantos forem necessários,
para fazer-se presente
em todos os presentes modernos e borboletear.
Nós sabemos, nós podemos!
A raiz vingará!
Viveremos em outras, tantas naturezas.
Formaremos os nós,
resistindo por ideais,
com a força dos Orixás!
Mulher Elemental
Ela carrega a força sagrada do quinto elemento,
filha da natureza, identidade em movimento.
Nobreza de pertencimento,
essência que é fundamento,
legado de boniteza universal,
vida pautada em exemplos.
Abrigo que acolhe tudo o que gerou,
assemelha-se à mãe-terra,
raízes que o tempo não apagou.
Neste solo amoroso, onde a vida brotou,
é energia, vibração, pulsação,
mas jamais se resume ao que se vê ou se diz:
seu amor é ação.
Se provocada, ela se faz vento,
dança com o tempo,
peita os enfrentamentos,
não sabe recuar!
Mas quando quer se materializar,
seu canto é cura,
bálsamo para as dores ausentes,
abrigo das lembranças distantes,
conexão com o ar.
Mulher é chama!
Quando se alinha, acende alianças,
fogo que ninguém contraria.
Firmada no encantamento,
lança magia,
sedução em labaredas,
derrete de emoção!
Mas seu “não” é um escudo firme,
respeitem sua decisão!
Seu fogo aquece, mas jamais consome.
Mulher é mar.
Suas águas profundas
guardam mistérios,
oceano reverso,
espelho dos céus.
Sereia, canto de ninar,
bússola que orienta,
mergulha na superfície
e com cada movimento desenha a vida.
Ensina.
Resistir é sua doutrina.
Se há declínio, há fôlego.
Se há tormenta, há guiança.
Na resiliência, ela se refaz,
e no ápice da conquista,
ergue-se iluminada.
Sou uma gota de água desbravadora, resultado do encontro de dois rios (minha origem), tenho essência forjada por esta afluência, minha ancestralidade é de leveza, as ações do vento provocaram movimentos dançantes dos saberes, estou e sou ar, mar, rios cachoeiras, posso vislumbrar e alcançar todo lugar, não existem barreiras que água não possa contornar, ultrapassar e até mesmo derrubar a paciência exige silêncios. E no oceano da vida, avançando destemida, linha do horizonte é porto de possibilidades, onde com resistência e consciência, navios negreiros não vão mais navegar.
Mulher quilombela, sábia!
Ela controla sua potência, porque mulher grande ofusca outros sóis, mas ela também, aprendeu que as águas correntes de oxum, quando encontram obstáculos, desviam com calmaria, e seguem seu curso desbravando enfrentamentos impulsionada, porque ela tem a sabedoria de Oxóssi, flexa certeira, precisa recuar, ganhar força e retornar, assim sua essência é constituída, revigorada, ela bebe na fonte do rio sancorfa. E toda ela, é ancestral...
O novembro negro, simboliza um marco de lutas com resistências, e existe como homenagem a todo antepassado, que hoje se faz presente em lutas contemporâneas contrarios ao racismo. Quantos dos nossos vivenciam o racismo sem consciência de que é preciso combate-lo, o que se faz neste mês é trazer a baila, o que é preciso valorizar, porque se estamos aqui, houveram lutas lá atrás, e precisamos tomar nosso cajado, e continuar. Então, para os que tem consciência, bravo e os que não tem? Que não despertou?! O novembro negro, não vai conseguir aplacar tudo que foi apagado, mas certamente é um ponto de luz que precisa ser alimentado.
“A semente sagrada quilombola, germinou no solo da diáspora, cultivando oralidade, natureza é raiz ancestralidade, jardim adubado em solo sagrado é consciência, nossa resistência, é sustentabilidade da resiliência, frutos vingados numa diversidade trajetória, marcada em lutas por equidade.”
Dicas de etiquetas antiracista!
Anfitriã! Anfitrião, é quem SERVE!
E se Manuel Soares, não estivesse ali? Quem iria servir? Será que outros, outras do “É DE CASA”, serviriam? Ou será, que já servem, ao modelo naturalizado “É DE CASA”? Afinal quem aguardou ser servida(o)? E quem se manifestou de imediato? Conforme regras de etiquetas social, afitriã ou anfitrião servem), É necessário reavaliar servir, “É DE CASA”! O que foi servido, ao final, além do destacado compromisso anticolonial de um homem preto, sabor de soloridade não teve! Não perdi minha esperança! Gratidão, Manuel Soares...Eli Odara Thoedoro
MULHER É UM QUILOMBO!
A igualdade está na lida, fazemos parte da diversidade feminina. A história universo mulher nos ensina, temos lutas. Resistências, cumplicidades, violências, mortes, medos, anuências e convergências, coletivos contrapondo com vigor, forças, resiliência, poesia amor, beleza e competência. Nossas narrativas revolução! Nossa consciência é raiz ancestral, natureza com independência, objetivando emancipação humana, para existência. Toda mulher, traz na sua essência a representatividade, elas são a potência.
MULHER TEMPO PRESENTE!!!
Ela tem a força sagrada do quinto elemento, filha da natureza, identidade nobreza de pertencimento, essência com fundamento, legado da boniteza universal, pautada por exemplos.
Abrigo acolhedor de tudo que gerou , se asselhelha mãe terra, as virtudes se conectou. Neste solo amoroso, onde a vida brotou, energia, frequência e vibração define sua atuação, mas não resume seu amor.
Se provocar, ela se associa com o tempo, invoca vento, peita enfrentamentos, não sabe recuar! Mas, quando quer se materializar, seu canto consolador é para curar, saudade dos presentes, dor dos ausentes, lembrança dos distantes, conexão com o ar.
Mulher chama, quando se alinha, provoca nascedouro de alianças , fogo que ninguém contraria, firmada no encantamento, provoca magia, lança chamas de sedução.Queima de paixão, derrete de emoção! Mas, seu não! É não! Respeitem sua decisão! A energia do bem, aquece o coração. Eli Odara Theodoro
O melhor encontro cênico, intérpretes da comunicação, colóquio de seres envolvidos num canário universal de afinidades, sentimentos originários da emoção, minados na essência da alma a entrega da representação ...
REFORMAS!
Vou escoando um pouco de mim por caminhos onde passo, situações e pessoas que encontro, como uma fusão energética, sou singularide de uma diversidade! Reformas são provocadas, não vou enganar, às vezes dói, eu choro! Mas, há muito, já não sou, quem eu era! E, muitas vezes, não me conheço, rs... descortinar-se é dar passagem, ao verdadeiro eu, uma essência divinamente ancestral! Rota sem regresso, encruza de progressos irreversíveis! Onde forjada por enfrentamentos, mesmo vazando na estrada vida, sento renovação, vou borloletiando, ficando integral, compreensão de que nada esta perdido, afinal todo projeto, tem processos, vida é interação! Identidade é consciência da existência! Certamente, sobre hora de escorre, hora de colher pertenças, ainda há muito para aprender, mas as já existem conquistas, nesta trajetória de avanços, sim! O saldo será sempre equivalência! Todos os dias, é um tal de morrer, renascer! E assim, não perco, quando deixo verter, eu encontro em mim o essencial! O que servirá, para outros caminhos, que percorrerei, onde será necessário, revelar toda luz em mim...
Hoje, te canto parabéns, compartilhando um bolo de palavras, as velas são energias positiva, luz de bênçãos para te fortalecer, nos enfrentamentos! Que neste teu nascer, não importe o quantos anos vc faz, mas importe, o que vc fez, e faz, em cada um deles,
o que aprendeu, quem vc alegrou em cada despertar, quem te amou e ainda ama, não importando onde vc esteja, quem vc aqueceu, com seu sol de verão? Então? Qual a reflexão de sua linda jornada? Você é a pessoa que nasceu para iluminar, representa também, cada ancestralidade, em seu caminhar, porque está luta resistência é de cajado passado, e vc respeita e reconhece, chegaram até você, por merecimento, por competência, para dar seguimento, as pessoas, são singulares, sempre deixam algo em nós, e leva um pouco de nós com elas, É isso, somos um pouco de cada um, somos composições! O especial disso, é viver, e saber que nada esta perdido, somos a equação resultante do amor maior! Por isso em meu coração, sempre recordarei sua trajetoria e tua oratória em memórias, templo sagrado e divino das recordações, que fazem bem e orienta! Por isso não da para esquecer, hoje é um dia muito especial! FELIZ ANIVERSÁRIO!
Minha pele, revestimento de uma essência de pertencimento identitário, onde apenas o olhar da pureza consegue alcançar.
Quem alumia, há! Quem alumia! Quem buscou guarida, acentamento sagrado, pensamentos santificados, abrigo das afinidades forjadas nas fé . Lugar onde hóspede viajor creditou, fez morada, essência com fé, ímã de conexões divina, onde luz celestial é farol do essencial! Quem se achega, a iluminar? Leva esta embarcação seu marinheiro! Mar se agita! Enfrentamentos balançam, lampião não apaga e navegável se lança. É o mar da vida, horizonte tem perigos desconhecidos, preciso navegar, alcançar e enfrentar! Leva esse barco marinheiro, não tenho medo! Não temerei mal algum! Porque todas as vezes, que tive de lançar âncora, em portos das lutas, estavas comigo, com sua espada invencível!