Coleção pessoal de eliezeraguiar
Eu garimpo e lapido para ti
O que há de melhor em nosso mundo.
Eu evito o raso e piso o fundo
Oferecendo o que de melhor vi.
Analisando os fatos descobri:
Eu pergunto, mas não sou perguntado;
Sempre lembro, mas nunca sou lembrado
E a incerteza o meu peito tumultua
Se eu morrer de saudade a culpa é tua
Que nem mesmo um bom dia tem me dado.
Sou um cara da paz e não faço guerra
Dou uma boiada para evitar briga
Eu fujo ligeiro de qualquer intriga
Na tranquilidade o meu passo não erra
Quem quer fuleragem comigo se emperra
Pois essa semente não vai semear
Na minha lavoura só deixo plantar
Semente de amor, de paz e de bem
E que dê bons frutos no peito de alguém
Nos dez de galope na beira do mar.
Não tem nome nem pronome
Pra minha disposição
Pode enfileirar o cão
Que num croque tudo some
Se precisar que eu tome
Uma jarra de coalhada
Pode ser de colherada
Também tomo de canudo
Quem não tá pronto pra tudo
Também não serve pra nada.
O movimento da vida
Depende do coração
E o fruto da nossa ação
Dá qualidade à partida
Então não negue guarida
A alguém na sua jornada
Tenha a alma preparada
Pra azarado e pra sortudo
Quem não tá pronto pra tudo
Também não serve pra nada.
A vida é um sobe e desce
Nos caminhos do destino
Por isso meu peregrino
Evite o que te enfurece.
Não tema o que te padece
Tenha a alma animada
Se prepare pra risada
E não fique carrancudo.
Quem não tá pronto pra tudo
Também não serve pra nada.
Um buquê só é clichê
Quando for mal empregado
Mas contextualizado
Surpreenderá você.
E mostrar um bem-querer
Muito bem elaborado
Com cuidado e resguardado
Para então te oferecer.
Como se fosse semente
Eu quero na sua mente
Os meus atos fazer lavras
Também quero ter contexto
Pra te mostrar que meu texto
Tem bem mais do que palavras.
Se eu lembro da banda Roupa Nova
Te cantando pra ser a minha Dona,
Meu esforço você não sanciona
E de pronto a ação você reprova.
Eu sou visto tal qual um Casanova
Ou alguém de atitude fanfarrona,
Mas te quero pra ser minha madona
Se quiseres a ti eu mostro prova.
Se me deres um pouco de espaço,
Te devolvo-o dobrado em doçura
Embrulhada em pacotes de abraço.
Abra mão dessa sua armadura
Que sequelas não deixa meu amasso
Pois o laço que faço é com ternura.
Se a física é a força validada
Temos quatro que ganharam Nobel.
Se insistem em negar-lhes um papel
A escrita não será apagada.
Se lhes tiram espaços na jornada
Procurando anular a natureza
A história nos dá uma certeza
Que ninguém priva sua liberdade.
Se alguém nela ver fragilidade
Nela é onde encontro fortaleza.
Eu evito alta velocidade
E não curto cantada de pneu.
Se alguma ação minha ofendeu
Eu recuo em prol da civilidade.
Prezo sempre pela fraternidade
E a mensagem do bem irradiar,
Mas se houver um trem pra descatitar
Eu amolo a peixeira com lambida
São nas curvas estreitas dessa vida
Que às vezes é preciso acelerar.
Quando vou partilhar conhecimento
O respeito é sempre o primeiro passo
Para evitar perder o compasso
Nessa lida eu não tomo assento
E no palco da sala apresento
Coisas boas que podem agregar
E a força que tenho para mudar
Eu entrego a todos com carinho
Não pretendo a aluno dar caminho
Quero apenas faze-lo caminhar!
Ouvindo o som dum baião
Meu viver eu retempero
Pois na falta de quem quero
Pra aquecer o coração
Ouço a voz da solidão
Me tratando com bondade
Embalando a mocidade
Num caminho só de ida
Na serenata da vida
Só tem canção de saudade.
Mote: Cidoval Morais
Glosa: Eliézer Aguiar
Eu sou hóspede do mundo
Minha casa é a floresta
O céu é pequena fresta
Onde do luar me inundo
No espaço dum segundo
Tenho um belo espetáculo
Quando o sol no seu pináculo
Traz a lua pruma dança
E meu coração balança
Sem encontrar obstáculo.
Esporei o cavalo do destino
A procura de alguém leve e singela
O achado deixou grande sequela
Me fazendo de novo um clandestino
Eu pensava não ser mais um menino
Porque tudo na vida eu aprendia
Mas a aula que me falta fazia
Recebi como um chute na canela
Que a pior solidão é sempre aquela
Que vivemos em falsa companhia.
Vivo sem fazer de conta
Que o que conta não importa
Que o passado é letra morta
Pro futuro que desponta.
Por isso nada amedronta
O traçar da minha lida
Na descida ou na subida
Não falseio os passos meus.
Tá pendurada com DEUS
A conta da minha vida.
Glosa: Eliézer Aguiar
Mote: Cidoval Morais de Sousa
Necessito de espaço pra voar
Mas o céu da sua boca é curto e baixo
Quando abro as asas não me encaixo
Se as fecho me sinto incomodar
Necessário me é se libertar
Do teu riso que é falso paraíso
Articulo um lance de improviso
Pra traçar uma nova trajetória
Vou pedir liberdade provisória
Dessas grades que têm no teu sorriso.
Glosa: Eliézer Aguiar
Mote: Maurílio Sampaio
Eu não encaro de frente
A saudade que carrego
Tampouco sou um descrente
No oceano em que navego
Mas é duro acreditar
Que algo vai transformar
Essa minha nostalgia
Pois não há diapasão
Pra afinar meu violão
À música de alforria.
A semente do ódio é irrigada
Com as lágrimas da falta de amor
E a cura que há pra nossa dor
Não é rara nem cara quando dada
Vejo massa aos montes preparada
Pra alimento mostrando-se incapaz
De aplacar o necessitar voraz
Que se espalha da elite ao submundo
Quatro fomes se espalham pelo mundo:
A de pão, de amor, saúde e paz!
Glosa: Eliézer Aguiar
Mote: Cidoval Morais
No carteado da vida
Goste ou não do crupiê
É preciso que você
Seja senhor da medida
Iniciada a partida
Cuide da carta que entrega
Pois na hora da refrega
Não há vez pra ato falho
A vida traça o baralho
A carta é você que pega.
Não reclame de camaço
Nem tema levar sueca
Se o sucesso te obceca
Mil cuidados com o abraço
Porque pode ser um laço
Frágil que não recarrega
Suas forças e sonega
Seu vigor para o batalho
A vida traça o baralho
A carta é você que pega.
Glosa: Eliézer Aguiar
Mote: Iponax Vila Nova
O que pode surgir no horizonte
Será sempre melhor que o que passou
Do passado o legado que ficou
Usará o presente como ponte
Pro futuro agirá como uma fonte
De alimento perene para a mente
E ao mantermos o peito sempre quente
Todo dia um milagre sai do forno
A estrada da vida é sem retorno
O caminho a seguir é sempre em frente.
Glosa: Eliézer Aguiar
Mote: Regiopidio Lacerda
Retoquei do piso ao teto
Removendo as lembranças
Consertando as lambanças
Que surgiram no projeto
Procurando ser discreto
Pensei tê-lo renovado
Mas descobri abismado
Não ter surtido efeito
Cada canto do meu peito
Tem o seu nome gravado
Glosa: Eliézer Aguiar
Mote: Luiz Ademar