Coleção pessoal de elianereis40
A vida da gente
-tal como de outras -
É esse eterno ir e vir,
Chegar e partir,
Encontrar-se, perder-se...
A vida da gente
é coisa doida,
Por vezes, (diversas)
doída também.
Enquanto eu tomo o café, a vida me toma. Tão constante é essa via de duas mãos que nos traz e nos leva. Nada há além do agora, se vier mais depois; é bônus, é graça, é uma chance a mais de, quem sabe, ser e fazer a que viemos.
Carpe diem!
Não preciso de nenhuna metade, sou inteira! A única incompletude que há, em mim, é a minha mesma, o que me torna ainda mais completa: sou inteira com minhas manias e minhas lacunas.
Tenho o estranho vício de me perder dentro de mim, eu sei que estou ali em algum lugar, mas a complexidade das minhas entranhas faz com que eu não me ache, pelo menos, não quando eu quero me encontrar. Então, fico, dentro de mim, vagando confusa.
Carlos
Sabe, Carlos, o amor é sacrilégio!
Também ouço, do meu quarto,
os desiludidos desferindo tiros,
e, olhe, há sangue por todos os lados.
Abutres, à espera de desgraça alheia,
sentam-se, ao redor, do desamor,
do caos que o amor alimentou.
O inferno turvo
( da tua poesia)
Reincidi
( na minha)
em dose única.
Na sua pele
Não, eu nunca estive!
Não, você nunca esteve!
Suposições são lacunas:
Vazias, cheias de talvez,
Cheias de quem sabe,
Cheias de Nada!
Não, você não sabe!
Não, eu não sei!
A dor que deveras sente,
Ou a dor que certamente sinto
Carregada de mentiras reais,
Ficções de um mundo paralelo
Meu, seu, de ninguém!
Não, eu não estou!
Não, você não está!
Não me venha com ideologias
Que eu solto as pedras que carrego
Elas aumentam o fardo vespertino.
Deixemos a Césares o ato:
O falho ato de lavar as mãos!
Não há julgamento, não haverá!
Não há crime, se o perdão antevier
É lícito errar em nome de si,
É LÍ - CI - TO!
Não, não é minha!
Não, não é nossa!
É a sua!
Sua pele, sua vida, seu caos!
Cale-se, diante do cálice do outro
Bebida amarga, só quem toma, sente!
Quando for na sua pele:
Aí, você decide!