Coleção pessoal de elianempaiva
Permaneça-me feliz
Felicidade é esse carinho que você me faz
É esse beijo que, inesperadamente você me dá
É esse olhar atento no momento do nada
É esse encontro de mãos distante das convenções.
Não precisa me dizer que é Feliz
Eu sinto em mim o que a tua quietude espelha
O que o teu silêncio transmite,
o que a sua adaptabilidade reitera.
Não precisa explanar.
A segurança que me desprende e,
ao mesmo tempo, me deixa fincada em nós dois
é a minha felicidade.
Acarinhe-me,
Beije-me,
Olhe-me,
Encontre minhas mãos,
Permaneça-me feliz!
Abundância
Não me contento com as migalhas que você quer me dar
Com os nichos de momentos que queira viver por mim
Posso até entender os instantes,
mas não vou fechar os olhos
A uma imensidão que se estende à minha frente.
O pouco sentimento, a falta de plenitude,
A desdenhosa atenção no regaço da manhã,
a fresta de afeto ao estilo blazé,
os intervalos de amor, os gaps de paixão.
Deixe as pontes aos rios, as frestas às portas, os intervalos à televisão
Intensifique o meu mundo e aflore a minha alma interminavelmente.
Quero aquecer ternos e sublimes momentos
e ser protagonista do enredo até o final.
Adversativa
Convém imaginar que eu sou outra
Convém sentir-me extremada
Convém comportar-me exagerada.
Convém mostrar-me descomedida
Desregrada, desenfreada, excessiva.
Cabe tornar meu momento eterno
Cabe tornar meu instante imortal,
Cabe sublimar o que sou nessa ocasião
Cabe sim, ser transformada
Apresento-me incasta e não temo o mundo
Sendo assim EU PROMETO
Prometo a efervescência
Prometo a transformação
Prometo o oposto, o adversativo
O contrário, o desfavorável, o impróprio
Prometo cumprir.
Sendo assim convém:
Convém estranhar-me a qualquer momento
Convém mastigar a minha alma
Convém celebrar o que sou e sinto
Convém acreditar que sou OUTRA
A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez.
Para quem tem uma boa posição social,
falar de comida é coisa baixa.
É compreensível: eles já comeram.
Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem.
O homem moderno não combate as calamidades com a humildade; descobriu que elas devem ser combatidas com os conhecimentos científicos.
A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência coloca-se na retaguarda para ver.