Coleção pessoal de eleonora_avello
Função afim de você
No interior do meu conjunto numérico
meio complexo, mas ainda assim real
Você é o ponto de aderência principal
Na função do nosso amor
bijetora, de variáveis reais e traço contínuo
Meu sorriso e minha imagem
tem você como domínio
Então você, garota de olhos castanhos
cabelos de constante elástica invejável
olhos com brilho inevitável
chegou de fininho
e se guardou em meu peito
E eu, me encantei com seu jeito
Direito, imperfeito
porém perfeito, pra mim
Mulheres na luta
A cada 9 minutos
uma mulher é estuprada
A cada dia, são 13 assassinadas
A cada 2 minutos
uma agressão é registrada
e ainda dizem que nossa luta
é desnecessária??
Desnecessário mesmo,
é esse seu moralismo fajuto
escondendo um ser nojento e corrupto
tal qual não há nenhum atributo
a não ser seu machismo infantil
Minha luta é a de mais de cem mil
protestando em todo o Brasil
em busca de paz e resposta
pra toda essa gente de bosta
ouvir nosso canto febril
As mulheres não vão se calar
a violência precisa acabar
tanto faz quanto tempo levar
mas já cansamos de ignorar
e hoje vale lembrar:
que quem cala, consente
Marielle, presente
sempre de pé a lutar
Basta!
Basta!
não basta dizer
Não basto!
bastarda insuficiência
maldita insegurança
desbasta meu corpo
deforma meu ser
Sem saber o que fazer ...
Fiz de novo!
Não fiz nada!
maldita insuficiência
profunda insegurança
Pro fundo eu fui
do fundo eu não saio mais
Sem sentido
Sem razão, sem sentido
meus gritos jogados ao vento
levam o que resta de mim
Meu passo, no espaço
dento, na noite fria
Não posso
Não passo
Não fico
Me afasto
Me arrasto ...
pelos becos da cidade
meu corpo desaba
sente na pele
memórias do ato
memórias do fato
de eu ser só mais uma
Meu amor
Para saber o que é o amor
não há palavras corretas
nem definições concretas
só descrição do meu sentir
Para mim, amor...
é quando me vejo em meio
a imensidadede seus olhos castanhos
quando me desmancho por completo
em razãoao seu sorriso
quando encontro em seu abraço, abrigo
e em meu peito, gratidão
Diria que amor é poesia
que amor é cantoria
que amor é escrever
versos, e memórias
pois nessa minha história...
o meu amor, é você
Angústia
Há uma crescente angústia
por dentro do meu peito
esta vai de inverno a inverno
pressionando meu esterno
como um balão a inflar
Eu mal consigo respirar
não sei mais o que fazer
não sei mais o que falar
só queria que isso parasse
Ah, e se eu não pensasse?
mas creio que nem isso dá
Pensar se tornou inevitável
não é só um pensar agitado
é um pensar incomodado
com tudo que se há de pensar
É um pensar distante
com pesar gigante
sempre a me atormentar
Já estou cansada disso
de viver sob essa angústia
de tentar e não dar certo
de pensar em algo incerto
ou de ao menos respirar
Só queria um pouco de paz
de vez me livrar do medo
do vazio e da solidão
e também da escuridão
que meu eu insiste em ficar
O vento
Navegando no infinito
Disperso entre 7 mares
Guio meu singelo barco a vela
Rumo a um destino desconhecido
Qualquer que seja, só o vento importa,
E junto, o peso em que si carrega
Ouvinte de tantas histórias
Guardião de tantas memórias
Declarações de amor
Gritos de dor
Se acumulando em mesmo canto
Mesmo conto
Mesmo ar, mar
E nesse instante
Sua força é tanta
Sua intensidade espanta
E em sua constante frieza pergunto:
É possível existir tamanho sofrimento
Pra ter atormentado tanto meu querido vento?
Passado
Eu viro e reviro o passado
em busca de uma solução pro presente
mas acabo ficando à deriva
presa dentro de minha própria mente
As feridas que um dia me causaste
permanecem sem se fechar
e ainda não compreendo o motivo
pelo qual continuo a te amar
Talvez seja o medo da solidão
quem sabe uma leve esperança
de tudo voltar a ser flor
e ti sentir novamente o amor
que sentia algum tempo atrás
Resquício
De você sinto um resquício
Dentro do meu coração
Por muito tempo foi meu vício
Hoje, apenas solidão
Eu não te reconheço mais
Sempre tão alegre e singela
Hoje permanece bela
Mas sua alma apenas cai
E ouço o seu pedido
Fraco, singelo, franzino
Mas implorando por abrigo
E implorando por paixão
Apenas mais um dia
Muitos dias levanto
e apenas sigo indiferente
não vivo e nem canto
muito menos acordo contente
Entre idas e voltas
sorrisos e lamentos
mares e revoltas
vazios e tormentos
Somente me vejo no escuro
não há claro por perto
nem há nenhum muro
que eu possa escalar de certo
Apenas vazio
por dentro do meu eu
uma alma posta ao frio
que pouco a pouco apodreceu
Eu
Eu
Com medo de me afastar
Me afastei
Meu próprio medo, fez meu destino
E isso dói, me destrói
Dor inigualável
Que cresce
E o meu coração não esquece
Apenas permanece pedindo perdão
Tentando se provar
Com receio de se machucar
Se machucou
E eu
Jurando não acontecer
Aconteci
Naquele famoso poço eu caí
E eu que me coloquei ali
Procurei por abrigo
Mas apenas permaneci à deriva
Até que em meu despertar
Fui tentar me tirar de lá
Mas apenas cai denovo
E como perdido provo
Da minha própria escuridão outra vez
Caminho
Caminho, passo a passo
Mas meu passo se cansa
Descansa
Pare, sinta o vento
O tempo, que não passa
Passa a me prender
Prende a respiração
Solte as palavras
Jogadas ao vento
Penso, que tudo poderia ser diferente
Tento, não mais lembrar disso
Sigo, mantendo essa culpa
Peço, que tudo melhore
Fico, a beira da estrada
Levanto, e vivo outra vez
Te gosto muito
Te gosto muito,
Mais do que imagina,
E toda vez que olho pra cima,
Minha mente é invadida por ti.
Sinto algo que não sei explicar,
Apenas procuro sentir.
Viver esse momento,
pois do meu pensamento,
A moradora é você.
Quando estou contigo,
Tudo parece bem
Os problemas se vão,
E a tranquilidade vem.
Quando fito seu rosto,
Quando tu se aproxima,
Quando acaricio sua pele,
Aperto o seu cabelo macio.
Todas estas coisas,
e muitas outras,
Me renovam e me acalmam.
A conclusão que tiro disso?!
Que eu te amo.
E os poemas que declamo,
são todos eles pra ti.
As partes boas da vida
Sabe aquela prova que gabaritou?!
Aquela comida boa que provou?!
Aquela menina linda que beijou?!
Essas e outras são as partes boas da vida
A vida é feita de altos e baixos
Brigas e reconciliações
Textos e contextos
Certezas e confusões
Mas sempre tem algo bom
Sempre tem algo que te faz gostar de viver
E no meu caso...
Esse algo é você
Olhar em Volta
Tem um mar de sentimentos no mundo
Que as pessoas não se dão conta
Por olharem simplesmente elas mesmas
Sabe, as vezes é bom voltar a atenção pra si
Mas muitas vezes não é só isso que importa
Poesia
Muitas vezes antes de dormir
Recito todos os poemas de minha caderneta
Aos muitos que perguntam o porquê
Eu lhes respondo
Eu os recito porque são poesia
E por sua vez eles me acalmam
Pois poesia me acolhe
Poesia, me fortalece
Meus Lados
Eu descobri que tenho dois lados
O primeiro é o feliz
O contente
Que está sempre sorrindo
Sempre cantando
Sempre brincando
O segundo é o profundo
O que se esconde
Se esconde do mundo
E muitas vezes até de mim mesma
O feliz é o que me faz sorrir
O que me faz seguir
O profundo é o que me faz escrever
que me faz sentir
Ainda procuro me definir
Mas sei que não posso
Sei que não consigo
Quem sabe um dia
Não hoje
Hoje
Ainda sou eu
Eu e meus dois lados
Apenas seguindo
Apenas, existindo
Me Encontrar
As vezes quando estou mal
Procuro alguém para conversar
Alguém para contar o que penso
Alguém para contar o que sinto
Talvez na esperança de no meio da conversa
Eu me encontrar de verdade apenas nas palavras ditas
Mas algumas dessas conversas
Acabaram sendo como drogas
Um pequeno choque de realidade, incentivo e adrenalina
Que passam logo depois que acordo
Quando relembro delas
Sinto que são apenas sensações
Estas que eu julgava boas na hora
Mas que só me machucaram mais
Por isso eu pensei que talvez,
Eu deva parar de tentar me encontrar em palavras
E deva tentar me encontrar apenas em mim mesma