Coleção pessoal de EduBreves
Para mim, não é a primeira impressão que fica, mas a última. Pois é diante da morte que todo ser humano revela sua essência.
SOBRE SER UM SONHADOR
Sou um sonhador porque a realidade é cruel demais e me recuso a viver assim. Preciso acreditar que as pessoas ainda são boas e honestas. Preciso me alimentar da inocência do romantismo que, como o sabor dos alimentos, não nutre, mas é o que nos faz escolher entre uma comida e outra. Ninguém escolhe um alimento pela realidade nutritiva. Somos seres de sonhos e desejos. Deixar de acreditar nisso é deixar de acreditar em nós mesmos.
Se julgar é uma atitude involuntária e automática, condenar não. Para condenar alguém é necessário conduta volitiva, ou seja, vontade consciente que objetiva tal fim.
SOBRE O AMOR E A VERDADE
Nossas relações não se sustentam na verdade ou na razão, mas tão somente, no amor. Pois o que adiantar estar certo a respeito de uma coisa, mas não estar com quem se ama? O que adianta ganhar uma discussão e não ganhar o beijo da pessoa amada? Da próxima vez, portanto, em que você tiver que decidir entre estar certo e estar estar com a pessoa amada, faça a escolha certa, escolha amar.
SOBRE O ESTÉTICO, O ÉTICO E O RELIGIOSO
No evangelho segundo Lucas, encontramos uma das mais famosas parábolas de Jesus - a parábola do filho pródigo. O filho mais novo pede sua parte na herança (antes mesmo da morte de seu pai) e sai em busca de prazeres e paixões carnais. Gasta tudo o que tem e percebe que não foi feliz. O outro filho, aparentemente mais responsável, submete-se à obediência das normas do Pai. Fica com ele na fazenda, mas não o vê como um pai justo e amoroso, haja vista que questiona seu pai quando este decide receber de volta o filho pródigo. Um paralelo à filosofia existencialista de Soren Kierkegaard, nos remete à ideia das três etapas a que todo ser humano passa, a saber: o estético, o ético e o religioso. O filho pródigo representa o estético, ou seja, a busca por prazeres e paixões. Há uma fome insaciável e um buraco existencial que o leva ao desespero. No ético, representado pelo filho mais velho, existe uma busca pelo que é correto, acreditando que, obedecendo regras, se pode encontrar a paz para alma, contudo, o que se percebe, é uma vida insípida travestida de moralidade, tal qual os fariseus. Apenas no religioso, afirma o filósofo, vamos encontrar a paz para nossa alma. Da angústia, surge a fé - o salto para além da razão, e a total resignação a Deus.
SOBRE A JUSTIÇA COMO ANSEIO SOCIAL
O homem é um ser em maior ou menor medida racional, pois procura justificar seu comportamento racionalmente, isto é, pela razão, impelido pelo temor e pelo desejo. É deste modo que seu temor ou seu desejo se relaciona como um meio, através do qual um fim será atingido. A relação entre meio e fim se confunde com a de causa e efeito, de modo que, com base na experimentação e, consequentemente de modo científico-racional, justifica suas ações. Consoante este pensamento, cria-se necessariamente, uma escala de valores que nortearão o que a sociedade chamará de “comportamento justo”. Embora a pergunta sobre o que realmente venha a ser o valor maior não possa ser respondida racionalmente, posto que o valor é um juízo subjetivo-relativo, é necessário ao homem a profunda justificação ou racionalização de seus atos, afim de aplacar sua consciência.
Uma vida tranquila decorre da certeza de que a incerteza do futuro, é a garantia de que nada podemos fazer.