Coleção pessoal de Eduardov
Nunca subestime uma pessoa detalhista...assim como se encanta com os detalhes, serão por detalhes tambem que se desencantará.
O que eu aprendi até aqui?
Que nenhum ser humano é isento de qualidades ou defeitos, e que sempre podemos aprender com eles.
Que cada um carrega em si a singularidade da sua natureza e das suas experiências,
Que a vida passa rápido e que o orgulho e o rancor aceleram esse processo.
Que o perdão não é fraqueza, é respeito.
E que o medo te proteje, mas também te limita.
Aprendi que todas as histórias tem o lado da caça e o lado do caçador.
Que devemos saber nos amar antes de querer amar o próximo.
E que chegamos aqui sozinhos e sairemos sozinhos.
Que tempo, distância e ponto de vista são relativos,
Que a vida é feita de momentos, não de épocas,
E que o presente é o tempo mais curto.
Que com humildade, gentileza e gratidão chegamos muito mais longe.
Que praticar o bem é um ótimo caminho, assim como ser autêntico.
Que ser é melhor do que ter, mas aqui, ter também é legal.
Que alguns amigos se tornam família,
Que a saudade é sensacional,
Que um abraço sincero conforta,
E que o mundo é pequeno, mas pode ser imenso.
Eu gostaria de agradecer à todos que passaram pela minha vida, e especialmente aos que continuam, desejo que permanecemos sempre a evoluir.
E uma desilusão. Mas desilusão de quê? se, sem ao menos sentir, eu mal devia estar tolerando minha organização apenas construída? Talvez desilusão seja o medo de não pertencer mais a um sistema. No entanto se deveria dizer assim: ele está muito feliz porque finalmente foi desiludido. O que eu era antes não me era bom. Mas era desse não-bom que eu havia organizado o melhor: a esperança. De meu próprio mal eu havia criado um bem futuro. O medo agora é que meu novo modo não faça sentido? Mas por que não me deixo guiar pelo que for acontecendo? Terei que correr o sagrado risco do acaso. E substituirei o destino pela probabilidade.
Embriagai-vos!
Deveis andar sempre embriagados. Tudo consiste nisso: eis a única questão. Para não sentirdes o fardo horrível do Tempo, que vos quebra as espáduas, vergando-vos para o chão, é preciso que vos embriagueis sem descanso.
Mas, com quê? Com vinho, poesia, virtude. Como quiserdes. Mas, embriagai-vos.
E si, alguma vez, nos degraus de um palácio, na verde relva de uma vala, na solidão morna de vosso quarto, despertardes com a embriaguez já diminuída ou desaparecida, perguntai ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo que gene, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai que horas são. E o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio vos responderão:
- É a hora de vos embriagardes! Para não serdes escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos! Embriagai-vos sem cessar! Com vinho, poesia, virtude! Como quiserdes!
Cuidado com as palavras pronunciadas em discussões e brigas, que revelem sentimentos e pensamentos que na realidade você não sente e não pensa... Pois minutos depois, quando a raiva passar, você delas não se lembrará mais... Porém, aquele a quem tais palavras foram dirigidas, jamais as esquecerá...
Para realizar um sonho é preciso esquecê-lo, distrair dele a atenção. Por isso realizar é não realizar.
Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser.
É saudável rir das coisas mais sinistras da vida, inclusive da morte. O riso é um tônico, um alívio, uma pausa que permite atenuar a dor.
O medo sempre me guiou para o que eu quero; e, porque eu quero, temo. Muitas vezes foi o medo quem me tomou pela mão e me levou. O medo me leva ao perigo. E tudo o que eu amo é arriscado.
Às vezes é difícil ver os limites que criamos. Até atravessá-los. É aí que confiamos em quem amamos para nos impulsionar. E nos dar algo para confiar. Então há os limites claramente demarcados, os que se ousar ultrapassar, talvez nunca ache o caminho de volta.
Quero você, quero o frio, quero o cigarro, quero a companhia. Quero o chá, o uísque, o álcool, o abraço. Quero a presença, a confiança. Quero o olhar, quero não ter nada disso, só para querer mais e mais. Quero a lágrima, a risada e a discussão. Quero a música. Quero as ferias que deixaram saudade, e quero que as próximas não cheguem. Quero meu fígado de volta, junto ao meu pulmão. Quero muita coisa. Muita coisa. De novo, e de novo. Essa sede nunca acaba. Incessante. Talvez eu esteja apenas dormindo e esse seja um sonho gritando a minha fraqueza.
Em um momento sozinho, pensando, deparei-me com um fato: certas coisas são muito perfeitas e - imperfeitas - ao mesmo tempo. "A vida é perfeita no que tem que ser". Custo a esperar a tal perfeição. Mas ainda não cheguei a entender se essa seria, perfeição ou imperfeição.
Quando sozinho madrugada a fora, apague as luzes e veja quão lindo se torna o brilho das estrelas em um momento de solidão.