Coleção pessoal de ednamorb
O primeiro passo para sentir-se suficiente para alguém é estar satisfeito consigo mesmo e gostar da própria companhia. É sentir-se completo sozinho
Os seres humanos têm sempre o pensamento preso em algo. Um emprego melhor, um amor recordável, Deus, um pepino de família. Isso faz-me indagar quantas vezes uma pessoa já parou para pensar sobre si mesma neste dia.
Ninguém sabe dizer quais caminhos você trilhou ou narrar as marcas do seu passado. Irão, diversas vezes, construir uma imagem de quem você é totalmente diferente da forma como você deve se ver. Mas não é no espelho da sociedade que nos enxergamos, dentre esses rótulos e limitações de perfeição e medida. O reflexo da sua alma é para quem sabe te viver, só para quem sabe como te olhar.
Escrever é desafogar dos braços da amargura, meu senhor. Você faz das vírgulas as suas arfadas e os pontos são marcas de amores acabados. Os travessões são quando a boca tenta falar mais que a mente perdida em pensamentos, os parágrafos, são esperanças de novos inícios. A caneta marca o papel como a lâmina marca a pele fazendo doer quando somos forçados a escrever a história melancólica de nossas vidas.
Estou me desprendendo do silêncio. Despejando no mundo as cinzas do meu cigarro e a confusão dos meus pensamentos.
É apenas engraçado como o amor nos consegue tornar em algo grande, assim como em algo completamente miserável.
Dolorosa é essa ideia de continuar. Estou cansada de planejar idas e vindas, recriar caminhos e escolhas que outrora não me moveram. Lutar por algo é uma prova de amor próprio, uma forma de não aceitarmos o nosso fracasso e seguirmos em frente.
Não escrevo por escrever. Não tenho auto piedade. Não me comovo. Não me reprimo. Continuo, ainda que a vida me encha de pancadas ao longo do caminho, crendo nos meus passos e de mente erguida, consciente de que farei mais por mim do que qualquer outra pessoa faria.
Em relação a esquecer, nada melhor que admitir que ainda se lembra. Nada melhor que não forçar o esquecimento. Nada melhor que aceitar que ainda dói.