Coleção pessoal de edipocaneppele
Observar
Observar, observar e apenas observar
Vigiar seu sono, acariciar teus cabelos
Esta pele de um corpo jovem
Menina doce, não ousou se entregar ao amor
Este ser desconhecido, perigoso
As vezes sendo maravilhoso por ora devastador
Começa sempre com a cura e termina com a dor
Abro os olhos e seu rosto reflete na minha retina
Reflito na janela de sua alma
Como um trem desgovernado
Seu nome passeia na escrita e nas entrelinhas
Dos meus versos. Onde a tinta da caneta sai e grava o papel
Mas e em meu pensamento?
Este labirinto que nem mesmo Icarus seria capaz de escapar
Me de asas e voarei ao seu encontro
Embriague meu corpo, nossos corpos, cada célula, a atração de um jovem casal, ligeiramente apaixonado.
Adeus
Poucos metros separavam o abraço de Adeus
A tempestade balançava os cabelos
Levava embora as lagrimas
Mas o orgulho era maior...
E nenhum passo foi dado
Nem mesmo um movimento que possa ser considerado redimível
E aquela despedida não ocorreu...
Apenas pode-se ver... pedaços de partículas
Moléculas de água, entre sentimentos e corações partidos
Tudo que viveram foi deixado para trás
Enquanto cada um seguia seu caminho
Sem ao menos entregar-se a aquele tão desejado, ultimo abraço de Adeus.
Siringas
Raparei que você não tem lido minhas cartas
Sem saber se o que eu faço é certo ou errado
Foi quando eu te abandonei ou fui abandonado?
Trocado por uma pele em trapos
Me lembro de você, seu sorriso de bebê
Seu corpo quente, como era nosso abraço
Éramos tão jovens, pensávamos tão pouco
E não sabíamos ao certo onde queríamos chegar
Com as veias trancadas a cabeça aloprada
Foi quando te deixei e hoje eu tenho saudade
Saudade de um tempo bom
Saudade do tempo que não aconteceu
Saudade até do que não vivemos
Saudade de quando Deus, quis fazer você para mim
O tempo passou e hoje os pensamentos estão no lugar
Com os olhos vermelhos, pois aquele verde ainda me traz paz
O medo me corrói, mais que a papoila percorrendo as artérias
Nunca te encontrar e me curar, um dia iremos nos curar?
Será que um dia ainda iremos nos encontrar antes que a morte venha nos visitar?
Em todos os luares, o satélite me acompanha
Apareça meu sol, e faça mais uma vez a alegria em mim brilhar
Âmbar
Carrego 300 gramas, músculo incansável
Órgão impenetrável de sentimentos
Incontáveis pessoas tentaram conquista-lo
Todos morrem ao se ferir, o corte foi tão profundo para você desistir?
Entrego-lhe ó doce jovem menina
Antigamente costumava possui-lo bem
Por verões que somente a sensação
De estar na multidão e sentir-se em um deserto
Nesta manhã acordei com medo
Com medo do que eu mais temia
Lhe perder
Aquele coração como um âmbar,raro, distante, vazio e solitário
Solúvel!! Por muitas vezes foi fermentado e destilado.
Quando acordei nesta manhã, somente nisso consegui pensar
Que depois que te conheci, nada mais faria sentido
Se este órgão eu não lhe entregar
Tome!! Use, é seu!!
Apenas peço que me devolva
Quando ele não puder mais trabalhar
E sangue em suas entranhas não estiver mais há passar
Busca
Quando o coração está em pedaços, e o pensamento não sai de você
Tudo aquilo que o homem produz, tentando me satisfazer
Todas as cores e sabores, todas nos lembram dos nossos amores
Talvez mais uma noite ébrio e o que sinto irá dissolver?
Quando tudo parece estar vazio, isento de toda forma de vida
Entre gelo seco e bebidas, nossa troca de olhares passa despercebido
O silencio paira no ar, mas os ruídos sempre voltam
Emudecendo minha voz, sobrepondo nossas palavras
Quando o canto de um quarto, aquele chão gelado parece ser o melhor lugar para estar
Sem espelhos por hoje, não desejo ser este reflexo
Será que um dia eu saberei? A consciência recusa-se a voltar ao seu lugar
Porque os caminhos que escolhi me afastaram de quem eu realmente quis?
Quando não há nada para dizer, nada para fazer
Apenas aguardar, sentar, esperar ela chegar e nos levar
Um dia a mais, ou seria uma madrugada a menos?
Mais uma noite passou... continuamos nesta busca interminável
Alguns Minutos
Ela esteve parada ali
Observando tudo ao seu redor
Está heroína que já salvou
Hoje está correndo em suas veias
Observando a neve e o gelo cair
Esteve pensando já que a temperatura está tão baixa
Tão fria e congelada quanto o seu amor
Cada sentimento que petrificou
Por falta de opção ou por diversão
Vende a única coisa que tem
Três vezes ao dia, não é muito
Bem menos que as picadas voluntarias
Quando a conheci era tão jovem
Cheia de vida, uma grande luz
A energia que transmitia era enorme
Por este corpo passaram tantos homens
Homens que já não se lembra mais
Uma companhia, uma ouvinte
Um prazer, um amor
Soube dar o que pediam
E sua vida onde está?
Esta sensação de viver para os outros
Outros corpos solitários como o dela
Estar na multidão e se sentir sozinha
Onde está aquele amor
Que na sua juventude
Sonhava em se casar
Trocou seus sonhos por um monte de papel
Hoje o sol abraça o lago
Será que então o chegou dia?
Então o astro rei descongelará seu coração?
E um novo amor surgirá, nesta doce neblina...
Fatal
As máscaras que cobrem nossos rostos
Mostram o quanto não somos capazes de fingir
Construindo castelos, que irão desmoronar
Um movimento pode ser fatal
As luzes que cegam
Na noite mais escura que vivi
Pessoas, corpos, mentes alteradas.
A distância que separa
O frio que congela
Dedos trêmulos
O sangue escorre
Impresso na Memória
Na minha memória está impresso
As histórias de um livro que nunca li
Uma vida que nem sequer vivi
Como se fosse uma supernova, dentro de mim explodiu
Entre constelações, astros, cometas e asteroides
Miro meus telescópios em sua busca
Vasculho cada canto deste ser infinito
Onde o ar é rarefeito, temo não mais poder voltar
Hoje você em está em mim
Eu não estou em você
Meus dias felizes se foram
Meus dias felizes virão
Estes que vivo hoje o que são?
E quando não houver no que pensar
Pensarei em você
E quando não houver o que respirar
Respirarei por você
Neste universo tão grande
O objetivo desta missão será encontra-la