Coleção pessoal de edileuzabr

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O medo das decisões difíceis me atormenta.

Estou exausta dessa falsa moral, desse ser humano sujo que asseia-se na lama tirada de outros corpos.
Esse que sente orgulho em apontar o outro por pensar que está limpo.
Uma moral tão falsa que qualquer um sabe que ele faria o mesmo, pois não esconde sua própria podridão. Mas é orgulho pra si, e todos aplaudem do esgoto.

O medo paralisa. Eu sei.

Sim, eu sei todas as respostas dos meus dilemas emocionais, mas não ouso responde-los, sequer ouso pensar nas respostas.

Mas, sei.

Em algum lugar do futuro talvez haja vida. Aquela vida sonhada, construída sobre a insônia, sobre a solidão. Em algum lugar do futuro deve existir vida, mas é aquela vida causada, constante e fria como as paredes do meu coração.

É cada dia mais difícil encontrar um humano por essência.

Escuto certos tipos de músicas para me prender em sentimentos que eu já não possuo mais.

Eu desejo viajar nos meus pensamentos livremente, preciso encontrar uma liberdade fictícia, necessito viver em um mundo que eu criei.

Eu tenho ilusões, e eu gosto de tê-las, esse é um dos meus hobbies, cultivar ilusões. Descobri que quando é livre se pode fazer qualquer coisa, inclusive voltar a se prender.

As vezes me sinto um completo fracasso. Daqueles rasos, voláteis e fácies de se converter.

Mas não tenho esperança, continuo achando que sou assim e não posso mudar. Aliás eu sei que posso tudo, todavia me falta mais audácia, como na juventude.

Eu queria esconder as dores que não suporto, camuflando-as com a falta de sobriedade.

Eu queria reverter uma humilhação na praça pública dos meus sentimentos.

Eu queria corrigir a dor, e colocar no lugar dela a indiferença colorida de orvalho.

Afetada psicologicamente pelas intempéries morais.

É possível fingir-se de morto enquanto todo o corpo esperneia pelo grito?

O sono é um prelúdio funesto.

Os meus pecados são pagos com penitências cotidianas.

Oh, morte! Leva me contigo para o vazio. Aonde meu ser esvaía-se completamente na penumbra da noite eterna.

Sentimentalismo funesto exacerbado, incoerente com a pragmática do meu ser.

Eu consigo compreender as pessoas porém não consigo pensar como elas. Pra mim chega a ser absurdo tal modo de vida.

Os seus pensamentos definem o que você realmente é, independentemente do que você supõe acreditar.

Muitas vezes acredito que seria melhor se eu morresse, mas talvez não tenha aprendido ainda o real significado da morte.

Solitário

Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!

Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos contorta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!

Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
– Velho caixão a carregar destroços –

Levando apenas na tumba carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!

Há coisas que não podemos negar a nós mesmos: não acertamos sempre, nem podemos perder todas as vezes.
O coração é a mente, a razão nem sempre traz felicidade e nem todos os caminhos certos levam aos lugares felizes.