Coleção pessoal de EddyKhaos
Só queria um abraço forte agora! E pode chorar de raiva. Sim! Homens choram... Dane-se quem pensa ou diz o contrário.
O anjo o observava em silêncio. Aproximou-se lentamente e o envolveu num abraço fraterno, sussurrando em seu ouvido:
– “Quem sou eu?”, tu perguntas, meu irmão! Sou o Arcanjo Gabriel,enviado do Reino Celestial para resgatar-te desta prisão terrena e libertar-te desta carcaça humana,
(Extraído do livro “O Anjo poeta.”)
O Apocalipse Angelical
Brasil! Era assim que costumavam chamar meu país de origem. As ruas do que um dia veio a ser a cidade de São Paulo estavam repletas de destroços,sangue seco e sujeira; em verdadeiras ruínas desde a batalha final entre humanos e anjos enviados pelo grandioso Pai, para pôr fim à sua criação.
Poucos sobreviveram ao que ficou conhecido como “Apocalipse Angelical” e os que conseguiram manter suas vidas a salvo abandonaram aquela cidade manchada de vermelho férreo, procurando abrigo em alguns raros lugares onde a fúria angelical, por algum motivo desconhecido, não conseguia alcançar.
Mas isso não desanimou a humanidade, muito pelo contrário. Movidos por um sentimento de revolta e compaixão, eles lutavam bravamente pelo direito de permanecerem vivos. No céu, aeronaves de combates da Força Aérea Brasileira lutavam bravamente abatendo os guerreiros alados, mas a luta parecia em vão, pois, para cada alado abatido, oito surgiam em seu lugar
“Quem sou eu?”,
-Tu perguntas, meu irmão! Sou o Arcanjo Gabriel, -enviado do Reino Celestial para resgatar-te desta prisão terrena e libertar-te desta carcaça humana, que foi teu calvário por mil e trezentos longos anos mortais, desde que tu desististe de lutar e entregou-te ao castigo do Todo-poderoso.
As asas do anjo estenderam-se por um instante, alongando-se e desprendendo-se de suas costas. De forma perfeita, envolveram o velho, que foi tomado por uma tormenta de lembranças e estranhas sensações. Um casulo de luz dourada se formou ao redor de ambos e começou a expandir-se lentamente, alcançando proporções épicas para, logo depois, dissipar-se numa onda de choque dourada que transformou a penumbra noturna em dia por alguns instantes.
O Anjo Gabriel afastou-se do velho, que agora estava de joelhos, com as mãos sobre a face e os olhos fechados. Ele tentava processar a tormenta de informações, imagens e lembranças que despertaram.
" O ANJO POETA "