Coleção pessoal de drikagomes
-Porque o amor deve ter aroma de perdão em flor,
sabor de vem-pra-junto-de-mim,
e chegar fazendo barulho de vento fresco de primavera.
Que nos permita ver arco-íris em noites de chuvas…
Tudo isso para deixar em nós uma sensação de
que-isso-dure-pra-sempre!
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A dança do amor só acontece quando os dois estão juntos e os passos se sincronizam. É preciso que ambos saibam dançar, pois não basta ser conduzido, os gestos só ganham harmonia no movimento em conjunto. É preciso que haja troca, é preciso que haja cuidado, é preciso que haja um brilho no olhar.
Eu amo feito cisne que desliza e te convido… me dê a mão? Dança comigo, amor, ao som desse bater do coração que pede enlouquecido para que tire dos pés esse peso e que se deixe voar… Voar pelo chão, porque quem ama tem asas no coração.
A CASA DE VIDRO
Ela não permitia invasões por isso ergueu um muro sólido e com cercas elétricas. A impenetrabilidade era sua maior arma. - Aqui nada entra sem permissão e só sai o que eu desejar.
Na vizinhança haviam propriedades de muros baixos, outras apenas protegidas por uma frágil e ornamental cerca de flores, haviam também as que eram totalmente abertas, apenas um gramado na frente da porta principal, como se fosse um tapete de boas vindas para qualquer pessoa sentir-se convidada a entrar.
Ela sentia-se indignada com tamanha falta de precaução e ingenuidade daquelas pessoas, em sua concepção era um erro fatal deixar-se vulnerável, era como ser ostra fora da concha, guerreiro sem armadura. Quanta burrice!
Observava de sua janela, lá no alto, onde tudo podia assistir, pessoas entrando e saindo das casas vizinhas, uns entravam alegres e saiam gargalhando, outros entravam tristes e saiam sorrindo, as mesmas pessoas e pessoas estranhas. Tanta gente… Ela ali no seu mundo, sozinha, apreciava sua solidão e seu silêncio. Podia ver também que ao passarem por sua casa, as pessoas olhavam o muro alto e se afastavam, não apreciavam com o mesmo olhar que dedicavam às outras casas. Sentiu uma ponta tristeza, mas ainda sim preferia manter a aparência sóbria e lúgubre daquela fachada porque lá dentro tudo era feito de vidro.
Fachada
Essa fachada de rocha, por dentro é areia movediça.
Ninguém me disse o quanto a vida é capaz de doer
e a despeito de tudo e tanto
abrimos os olhos todas as manhãs
porque a gente aprende que é melhor sentir dor do que deixar de existir.
E quando sou tola, nada fere, ingenuamente me sinto viva,
mas às vezes tranco a tola no baú dos sóbrios adultos
e a consciência da vida tem lâminas afiadas,
visto-me de pedras.