Coleção pessoal de DreehFarias
Faz parte, em parte...
Questionei-me, por muitas vezes, se de fato o que eu sentia era amor.
Aprendi com as decepções que a felicidade está em mim e não nos outros.
Me ergui todas as vezes em que pensei que a vida havia colocado um ponto final na minha história.
Sofri, gritei, chorei por coisas que perdi. Hoje compreendo que ainda tenho as lembranças, e isso ninguém me tira.
Passei a enxergar as pessoas como seres humanos, não mais como objetos.
Fui sincero e me desprezaram. Fui falso e me amaram.
Sempre me entreguei por inteiro, hoje consigo enxergar os meus limites.
Aprendi que sofrer por antecipação faz um mal danado. Viver um dia de cada vez é o suficiente.
Quis voltar no tempo e apagar algumas coisas do passado, hoje entendo que o meu passado, em grande parte, é responsável por quem eu sou.
Tentei decifrar mistérios, compreendi que alguns são indecifráveis e outros não valem apena saber.
Me ensinaram que as coisas são como são e que eu tenho que aceita-las. Descobri que eu faço a minha história e cabe somente a mim o momento de alterá-la.
Confesso que sempre preferi enxergar o que é evidente, mesmo sabendo que as pessoas existem muito além das aparências.
Já ouvi falarem que viver não é fácil, que a vida exige muito da gente. Ah! Tenho que concordar, apesar de saber que também exigimos muito dela.
Sim! É assim... Sentimentos que me afloram a alma,
vontades que me corroem a calma, costumes que internalizei. Coisas que eu sei, segredos que guardei, verdades que omiti.
Faz parte, em parte, faz parte..
É só isso?
Ele sabia que nunca existiu um caminho pronto a se seguir ou uma felicidade que se pudesse adquirir com uma afirmação do tipo “hoje vou ser feliz”. Sabia que a vida sempre foi imprevisível, que viver é escolher, e escolher é sempre uma questão de presente. Não há como escolher no passado ou no futuro. Escolhas são feitas aqui e agora diante das circunstâncias que emergem do caminhar.
Ele tinha medo, entendia que viver era assustador, pensava assim porque sempre gostou de controlar tudo, apesar de no fundo saber que para ter algum tipo de controle seria necessário se submeter a seguir um script e isso ele não queria.
Sim! Viver para ele era correr riscos, estar sempre aberto ao novo, assumir-se como protagonista e único responsável pela própria história. Sentia o quanto isso era agoniante. Falava em ser autentico e em se aceitar como é. As duas coisas só seriam possíveis se fosse possível se despir de todo estereótipo introjetado das exigências sociais.
Apesar de tudo ele continuava sorrindo, chorando, se alegrando, sofrendo, amando, odiando... Vivendo!