Coleção pessoal de DouglasRosa

Encontrados 14 pensamentos na coleção de DouglasRosa

Essa tensão de superar o insuperável
E de fazer mágica com o imaginável
É tão artisticamente eu
Que prefiro não ser,
Quer prefiro não fazer,
A ser condenado por algo indiscutível.

Se a vida é um assalto escondido
- É o que fazem, é o que não faz sentido.
Então prefiro a sentinela ou castigo
De merecer ser o que sou.

Se a vida é esta desesperança.
Corremos perigo, atrás da bonança.
Então prefiro a emoção dos meus dias tristes
De merecer ser o que não sou e nunca fui.

A vida de fato não é uma equação. É uma resposta solta ao vento sem encaixe decente nas questões propostas.

A tristeza sente fome.
E é na vida saudável de um jovem que navega na ingenuidade, ela sacia sua vontade de devorar aquilo que não lhe pertence.
A credulidade.

Não enfrento minha própria internalização.
A vida gosta de ser rítmica e destoante, e ao mesmo tempo, nada supera minhas fragilidades mais impossíveis.

Inventaram o amor visando substituir a irrealidade.
Tudo aquilo que é real é inverdadeiro.
Sendo assim, o sentimento seria uma invenção do derradeiro?

Quase sempre acordo sem vontade alguma de ser sociável.
A obrigação do teatralismo obriga-me a sair com tulipas vermelhas e nariz de palhaço: mundo, você é literalmente um circo!

Paciência não é contrato - o prazo de validade é senso comum.
Paciência é suspiro afoito e densidade agrupada - destituída de esgotamento algum.

O melhor surge do ponto de partida sofrível.
É no contorcer da dor que refazemos o lado imperdoável da singela vida.

Fico idealizando metáforas antigas
Para uma antítese nova
E em busca do voo perdido, eu nasço na perda da palavra.

Fico mostrando dentes à toa
Para um sorriso que nunca ecoa
E em busca da liberdade, eu nasço imperfeito na madrugada.

Faço versos sem sentido para livrar-me da significação.
Gosto da vida desalinhada, sem sentido. Fujo da organização.
Tenho pés de nuvem e cabeça de céu: gosto do inverso.
Enquanto todos dançam no ritmo, eu vou na contramão: faço versos.

Nada é tão denso como desejar e ficar ali,
Parado.
Nada é tão sofredor quanto roubar o próprio tiro da substância,
Calado.

Talvez eu seja mais um desses capengas da solidão.
Sorriso no bolso, cachaça na mão.
Cabeça vazia, asas no chão.
Gosto da crise e do destaque, corroído sou pela própria distração.

Entre a palavra e o im-pensar, fica a dor.

A dor de quem venera,
A dor de quem espera,
A dor de quem fingidamente sonhou.