Coleção pessoal de dora_araujo_abreu
Silêncio,
O grito da alma que sufoca
A vontade contrária da alma
A serenidade da revolta
A imposição do alheio, circunstância.
A alma camuflada, dorida, quase louca.
Tanto para dizer, muito mais para silenciar.
A loucura do pensamento, contrasta com a postura.
Fica o grito mudo, mas a alma, ah, essa, permanece verdadeira e inquieta.
Fiel a si mesma, sempre.
Foi-se o dia, vem a noite
Misteriosamente surge alguma nostalgia,
Uma dor, uma alegria,
Um não sentir nada e um querer tudo.
Querer sem saber, querer sem doer,
Querer tudo e não querer nada,
Mas quero, quero tudo,
Quero a tua pele na minha,
Quero o teu calor, o teu cheiro,
O teu ser, a tua alma.
Quero ter-te, possuir-te, amar-te,
Até ao fim com todas as minhas forças.
Amar-te é belo, é sublime
Exalta todas as forças do meu ser,
Equilibra o universo perdido na alma,
O ser e não ser da essência pura,
O êxtase total das nossas forças.
Um dar e receber sem limites,
A união, a simbiose, a cumplicidade.
Tal como a noite e o dia, completam-se.
Um dando lugar ao outro.
O ciclo completa-se e flui,
Para outro dia onde tudo recomeça.