Coleção pessoal de Dommaciel
Urge-nos perceber o instante em que nossas divagações mentais, ao se tornarem discursos proferidos, resultam em desconforto e desagrado.
Oh, que deleitável experiência é entabular uma conversação com um interlocutor cujas emanações positivas ressoam, que induz a máxima efusão de riso desprovido de qualquer temor em face da possível exposição ao escárnio, que ousa desnudar a própria alma sem expor o corpo físico.
Ante os desígnios do destino, em cujas mãos repousa o timão que dirige o curso de nossas vidas, nenhuma força mundana detém o poder de alterar a essência que nos define. Não obstante, os ventos da adversidade e os redemoinhos da provação, ao nos fustigarem, podem revelar com clareza a têmpera de nossa alma, desvelando aos olhos do mundo a própria substância de nosso ser.
Pois assim como o fogo tempera o aço, purificando-o de toda impureza, também os percalços da existência têm o condão de expor a nobre fibra que jaz oculta em nosso íntimo, elevando-nos acima da condição comum e fazendo resplandecer a singularidade que nos distingue.
Dessa forma, recebamos, pois, com serenidade os desafios que se nos apresentam, cientes de que, se não possuem o poder de nos transformar, detêm o dom de nos revelar em toda a plenitude de nossa autêntica natureza.
No inevitável limiar em que a balança da existência começa a pender, mais significativamente para o passado vivido, do que para o futuro a ser vivenciado.
Sim, não espere o próximo equinócio
para celebrar sua essência
O tempo, esse conceito intangível que permeia todas as dimensões de nossas vidas, é muitas vezes subestimado e mal compreendido. De maneira sutil, porém incessante, ele tece sua teia ao nosso redor, moldando nossas experiências e definindo nossas jornadas. No entanto, é frequente observarmos o mau uso do tempo por parte da humanidade, desperdiçando preciosos instantes em atividades fúteis e sem propósito.
As consequências desse descuido para com o tempo são inúmeras e profundas. As oportunidades perdidas, as relações negligenciadas, os sonhos adiados - tudo é fruto de uma gestão inadequada desse recurso precioso. O tempo, uma vez perdido, não pode ser recuperado, e suas marcas se inscrevem indelevelmente em nossas trajetórias.
Por outro lado, quando utilizamos o tempo com sabedoria e discernimento, somos capazes de colher frutos inestimáveis. O tempo bem empregado nos permite alcançar nossos objetivos, cultivar relacionamentos significativos e nutrir nossa alma com experiências enriquecedoras. Cada instante bem vivido se torna uma semente de crescimento e aprendizado, ampliando nossos horizontes e enriquecendo nossa existência.
Assim, é imperativo que aprendamos a valorizar o tempo e a investi-lo com cuidado e propósito. Cada momento é uma dádiva única, uma oportunidade preciosa que não deve ser desperdiçada. Que possamos, portanto, cultivar a consciência da fugacidade do tempo e aprender a usá-lo com diligência, apreciando a efemeridade da vida e valorizando cada instante como uma oportunidade de crescimento e realização.
A quantidade de hélio que o nosso sol queima durante um ciclo de vida humana é ridícula de tão efêmera.
Os simples atos de sonhar são reservados aos iniciantes, enquanto os especialistas dedicam-se à elaboração e projeção de um porvir promissor.
Nos presentes tempos de efervescência social, torna-se imprescindível o exercício do silêncio introspectivo, pois somente assim será possível alcançar uma ínfima porção de serenidade, e manter a última gota de sanidade.
A natureza, em sua essência, ostenta uma brutalidade implacável,
Porém, a ignorância humana, de modo impetuoso e desprovido de sutileza, a sobreleva.
Cabe-nos ressaltar que lograr de uma alegria solitária causa um deleite módico, decerto, mas se limita apenas à metade de uma plenitude prazerosa. Ousaria, então, aventurar-se em experimentar ser contagiado e, quiçá, ser o próprio responsável por transmitir um sorriso contagiante. Hodiernamente, tem-se a ciência de que a bem-aventurança é meramente efêmera, um pico efêmero e volátil, uma variável passível de flutuações momentâneas. Aliás, a possibilidade inexorável de uma alegria perene transformar-se-ia em uma existência tediosa e perpétua, meramente angariando um estado de sobrelevação constante.