Coleção pessoal de Diogovianaloureiro

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⁠Quando uma pessoa tenta fazer você questionar a realidade, você investe tempo de processamento mental para decifrar uma incongruência que poderia estar investindo do mesmo processamento em criatividade.

Esse processamento te custa caro para teu organismo. Esse padrão do gaslighting tá presente em vários níveis por aí. Mas a massa se tornou vaidosa, observe o comportamento no digital, os indicadores sociais. O vaidoso precisa de você, tu não precisa dele.

⁠A teoria da nossa mente é avessa ao que a sociedade neurotipica entende. Eles só esperam que a gente se adapte ao cardume e siga a rota da alienação sem desvios. Ser neurodivergente é um problema para eles, é um erro não planejado, é como nos tratam. O sistema se molda para punir aqueles que usam sua empatia. O sistema capitalista valoriza quem não tem compaixão, quem é egoísta. Nós resta o isolamento. Será que os agressores entendem o que é sentir paz?

⁠Somos recortes psicosociais muito diversos e vivemos em uma sociedade egoísta, alienante e exploratória que potencializa a indiferença e deixa de lado o afeto e a empatia.

⁠Todos sobrevivemos a uma sociedade narcisista e mantemos o status quo dela sem parar de dançar a valsa da sua fantasia.

⁠O Verdadeiro Perigo Invisível: Narcisismo, Empatia e a Sociedade que Marginaliza os Sensíveis


Em uma sociedade que celebra a grandiosidade e o sucesso individual, os narcisistas caminham livremente, muitas vezes ocupando lugares de privilégio e poder. O narcisismo patológico, caracterizado por uma constante necessidade de validação e uma preocupante ausência de empatia, é raramente reconhecido como o perigo que pode ser. O que é frequentemente negligenciado é que essa condição não apenas prejudica os indivíduos ao redor, mas também ameaça a liberdade e o bem-estar de quem convive com ela.

Enquanto o narcisismo permanece invisível aos olhos de muitos, a sociedade frequentemente esquece que o narcisista não enxerga além de si mesmo. Para ele, os outros são apenas reflexos distorcidos, peças a serem manipuladas para alimentar seu senso de superioridade. Pesquisas mostram que essa falta de empatia, somada ao desejo de controle, pode levar a comportamentos abusivos e destrutivos. No entanto, apesar dos danos causados, os narcisistas raramente são acompanhados por especialistas, não recebem o tratamento adequado que poderia prevenir suas ações danosas.

Em contraste, temos aqueles que, por suas condições neurodivergentes, como autismo, transtorno de processamento sensorial, esquizofrenia paranoide, afantasia e transtornos de personalidade borderline, vivem em constante estado de hipersensibilidade. O que a sociedade muitas vezes não percebe é que, ao contrário do estereótipo de falta de empatia, esses indivíduos frequentemente experienciam uma forma profunda de empatia, uma conexão intensa com o sofrimento alheio. Sua sensibilidade, no entanto, os coloca em posição de vulnerabilidade, tornando-os presas fáceis para aqueles que se enquadram no perfil narcisista, especialmente em um mundo que marginaliza os que não seguem os padrões normativos.

Essas pessoas, que sentem de forma intensa e se importam profundamente com o bem-estar dos outros, são muitas vezes estigmatizadas. A sociedade tende a vê-las como "difíceis", "frágeis" ou "problemáticas", enquanto, na verdade, elas são vítimas de uma cultura que valoriza a frieza e o controle. Indivíduos com transtornos como o borderline, por exemplo, podem ser incrivelmente empáticos, mas sua dificuldade em regular as próprias emoções faz com que sejam frequentemente incompreendidos e até demonizados.

Vivemos em um mundo que, de muitas maneiras, valida o narcisismo, premiando aqueles que conseguem se destacar à custa dos outros. O sucesso e o poder, frequentemente associados a traços narcisistas, são glorificados, enquanto aqueles que sentem demais, que questionam, que buscam conexões genuínas, são relegados à margem. Esse padrão cultural, dominado pela busca de validação externa, não apenas alimenta os narcisistas, mas também aliena aqueles que se recusam a jogar o jogo.

É uma ironia cruel: enquanto os narcisistas caminham livremente, sem serem responsabilizados por seus comportamentos prejudiciais, os sensíveis e empáticos são vistos como desajustados. Pessoas que têm uma conexão mais profunda com os outros, que sofrem por não se encaixar no molde de frieza que a sociedade parece exigir, são muitas vezes marginalizadas e patologizadas.

Devemos, então, nos perguntar: quem são realmente os que mais precisam de atenção e acompanhamento especializado? É hora de olharmos para essa dinâmica de poder com mais clareza e justiça. Se os narcisistas andam soltos, quem realmente está fora de lugar? Quem, de fato, precisa de cuidado e tratamento?

A sociedade precisa rever seu julgamento, reconsiderar o que é patologizado e o que é aceito. Porque, no fim das contas, os que são marginalizados por sentirem demais podem ser aqueles que mais têm a oferecer em termos de empatia, conexão, liderança e humanidade.

⁠Psicologia no Brasil: Desafios Profissionais e Jurídicos Frente à Saúde Mental

A profissão de psicólogo no Brasil foi formalizada relativamente tarde, sendo regulamentada em 1962, o que significa uma lacuna historica equivalente entre 60 a 80 anos, comparado a Paises como EUA e Alemanha. Embora a área tenha avançado, ainda enfrenta desafios significativos, que refletem tanto a complexidade do cérebro humano quanto as pressões de uma sociedade cada vez mais orientada por metas e produtividade.

Atualmente, o Brasil conta com mais de 400 mil psicólogos registrados no Conselho Federal de Psicologia (CFP). No entanto, ao considerarmos a proporção de psicólogos por habitante, a realidade se apresenta de outra forma. Com uma população de aproximadamente 203 milhões de pessoas, o Brasil tem cerca de 1 psicólogo para cada 500 habitantes. Esse número, que pode parecer positivo, esconde uma distribuição geográfica desigual desses profissionais.

Estudos indicam que há uma concentração de psicólogos nas regiões mais ricas e urbanizadas, como o Sudeste, especialmente em São Paulo, que possui o maior número de profissionais no país. Por outro lado, regiões como o Norte e o Nordeste apresentam um número significativamente menor de psicólogos, dificultando o acesso das populações mais vulneráveis a serviços psicológicos adequados.

Além da desigualdade na distribuição, os psicólogos enfrentam pressões relacionadas à produtividade no mercado de trabalho, o que muitas vezes os leva a adotar práticas padronizadas. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), embora amplamente reconhecida por sua eficácia, é frequentemente aplicada de forma generalizada, sem as adaptações necessárias para casos mais complexos, como o atendimento a pessoas neurodivergentes. Estudos recentes demonstram que condições como o autismo e o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) demandam abordagens personalizadas e individualizadas para garantir um cuidado adequado.

A conscientização sobre neurodivergência tem crescido globalmente, com um aumento de 30% nos diagnósticos de autismo e TDAH na última década, segundo dados da Associação Americana de Psiquiatria. No entanto, muitos psicólogos no Brasil ainda carecem de formação adequada sobre esses transtornos, o que contribui para um atendimento que nem sempre atende às necessidades específicas dessas populações.

Outro desafio significativo enfrentado pela categoria está relacionado ao valor jurídico dos laudos psicológicos. Embora psicólogos possam emitir laudos em contextos clínicos, a legislação brasileira não atribui a esses documentos o mesmo peso que aos laudos médicos ou psiquiátricos em disputas judiciais. Na justiça trabalhista, por exemplo, para validar uma alegação de burnout ou obter benefícios como a CIPTEA (Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista), o laudo psicológico geralmente precisa ser complementado por um diagnóstico psiquiátrico.

Essa exigência cria um obstáculo prático na atuação dos psicólogos, que muitas vezes são essenciais no acompanhamento terapêutico, mas acabam limitados na esfera judicial, onde apenas o laudo de um psiquiatra tem plena validade. Isso é especialmente evidente em disputas trabalhistas, onde condições como burnout, ansiedade e depressão — muitas vezes diagnosticadas e tratadas por psicólogos — precisam de confirmação médica para serem levadas em consideração. E como fica o psicólogo recém formado que não tem network e não conhece o sistema na prática?

Dessa forma, o cenário da psicologia no Brasil evidencia uma contradição: embora o número de psicólogos no país seja elevado, há uma distribuição desigual e limitações legais que dificultam o pleno exercício da profissão, principalmente no que diz respeito à proteção dos direitos dos pacientes em contextos judiciais.

⁠A vida corre, corriqueira apenas.

Vestes que dobrem, a obsolescência.

Ausência que sofre, sem clemência.

⁠Narcisismo e Neurodivergência em uma Sociedade Neoliberal

O que resta de uma mente que luta para encontrar seu lugar em uma sociedade que valoriza o desempenho, a competição e o sucesso a qualquer custo?

Acredito que o espectro narcisista é vasto, e sua manifestação pode assumir inúmeras formas dentro dos recortes psicosociais em que vivemos. Em uma sociedade neoliberal e capitalista, o perfil narcisista — seja ele crônico, patológico ou treinado — frequentemente se encontra no topo da pirâmide social.

Essas são as pessoas privilegiadas pelo sistema, favorecidas por sua natureza egoísta, exploradora e alienante. O sistema recompensa aqueles que não demonstram empatia, que conseguem explorar e invalidar os outros para alcançar seus próprios objetivos.

E onde ficam as pessoas que, por sua própria natureza, não se encaixam nesse molde? Como os autistas, aqueles com afantasia ou Transtorno de Processamento Sensorial (TPS) sobrevivem em um sistema que parece desenhado para vê-los fracassar? Essas pessoas, que muitas vezes possuem uma empatia profunda e uma visão única do mundo, são constantemente marginalizadas por não seguirem as regras sociais "normativas" — regras essas que são, em sua essência, adoecedoras.

Vivemos em um mundo onde a busca por sucesso e poder, sem consideração pelo impacto sobre os outros, é celebrada. E, nesse contexto, aqueles que não compartilham dessa mentalidade são colocados à margem. Para as pessoas neurodivergentes, a realidade é ainda mais dura: elas vivem em um constante estado de vulnerabilidade, não porque lhes falta valor, mas porque o sistema em que estão inseridas não foi feito para acomodar sua maneira de ser.

⁠Viver com Afantasia em uma Sociedade de Fantasias

Imaginar o mundo ao nosso redor é algo que a maioria das pessoas faz naturalmente, mas para mim, isso é uma impossibilidade. Vivo com afantasia, uma condição onde o ato de visualizar imagens mentais simplesmente não acontece. Enquanto outros conseguem projetar lembranças, cenários e sonhos com vivacidade, minha mente opera em um plano puramente conectado à realidade objetiva. Minha realidade é feita de informações (memórias semânticas), sem o colorido de imagens mentais. Isso já cria uma distância imensa entre como eu experiencio o mundo e como os outros parecem vivê-lo.

Além disso, existe outra camada de complexidade. Vivo também com autismo e outras neurodivergências, condições que moldam ainda mais minha percepção e interação com o mundo. E uma parte fundamental dessa vivência é o fato de que, objetivamente, só consigo experienciar o sentimento do agora. Não tenho uma herança sentimental que me ajude a filtrar o valor das coisas. Vivo de forma intensa e imediata, cada momento sem referências do passado, sem scripts mentais, não importa quantas experiências eu tenha tido. As decisões importantes que tomo são baseadas nesse único sentimento presente e na frieza do conhecimento semântico, porque não consigo conectar essas decisões a uma compreensão emocional do passado ou do futuro.

Essa ausência de uma herança emocional faz com que eu não entenda o valor das pessoas da forma como a sociedade espera. Sentimentos como gratidão me escapam, assim como os comportamentos sociais derivados disso. Eu não sei o que é "puxar saco", não faz sentido para mim, e nunca vou participar de padrões de comportamento que considero desprezíveis, apenas porque as pessoas rotuladas como "normais" dizem que isso é uma fórmula para o sucesso – sendo que é claramente parte da trajetória que levou a humanidade a construir um sistema podre.

Para mim, o que chamam de "sucesso" e "meritocracia" são lendas urbanas. A realidade é outra: é uma sociedade movida por aprovações sociais e fantasias, onde o que importa é a adequação a normas, expectativas e imagens mentais compartilhadas – algo que, na minha experiência, não faz sentido e nunca fará. Vivo desconectado desses padrões, porque, para mim, eles simplesmente não se aplicam.

Essa desconexão se torna ainda mais intensa em uma sociedade que insiste em vender a ilusão de que todos têm as mesmas oportunidades e opções. O positivismo, com sua insistência na superação individual, ignora as limitações reais que muitas pessoas, como eu, enfrentam diariamente. Para mim, que sou misantropo por questões cognitivas, o positivismo soa vazio. Ele ignora as limitações reais da vivência de grande parte da população, que sofre por ignorância e miséria, sem oportunidades reais – e de uma minoria de neurodivergentes que sequer compreende as regras sociais forjadas para manter a ilusão.

No final, o que resta é a busca por um espaço onde minha existência, sem fantasias e sem ilusões, seja reconhecida. Não me interessa seguir roteiros sociais que só reforçam comportamentos vazios. Vivo em um mundo que valoriza essas fantasias, mas para mim, o presente, com toda a sua objetividade e limitações, é tudo o que eu conheço. E nesse espaço, eu não encontro sentido nos padrões sociais que outros consideram normais.

Estar adaptado a uma sociedade que valoriza indivíduos com transtorno de conduta não é um bom sinal de saúde mental.

⁠Que bom que gosta das coisas que minha cognição criam.

Gostaria de entender o sentido disso tudo. Sinto que nada é atoa, existem padrões significativos que se repetem, que se adaptam, que evoluem, a vida não é uma explosão de aleatoriedades, a vida segue um padrão de Karma.

No fim somos apenas a simulação que podemos experimentar, treinar a mente pra ser sórdida em nome de um status de um sistema narcisico, significaria ter perdido o sentido de viver uma vida de experiências genuínas do organismo humano saudavel e não alienado e corrompido por um sistema egoísta e imundo? Como seria uma mente capaz de experimentar a vida com a inocência de nunca ter sido castrado?

⁠Só existe o presente. O resto é parte de uma fantasia que podemos carregar como uma âncora que nos atrasa, ou assumir a vida com a forma que ela se apresenta e fazer alguma coisa que justifique a existência.

Que tal começar por algo que te faça se sentir viva? Não viva pra ninguém, mas saiba reconhecer o valor no outro.

Uma vida com um grande amor compensa, sentimento tem degrau e só entende a experiência do topo quem caminhou junto lado a lado ao longo do tempo, da jornada de duas vidas entrelaçadas em exclusiva cognição e conação.

Se você começar a treinar ou fazer dieta, precisa esperar 6 meses pra fazer resultado, as coisas não são imediatas.

A vida é uma aventura finita, e ela acontece apenas na sua simulação e apenas na sua simulação tens um corpo único, com instintos de vida e de morte, capaz de compreender percepções jamais vistas, dentro de você.

Então se ame e respeite a simulação do outro, desta forma você sempre saberá que ninguém terá direito de desrespeitar a sua simulação.

⁠Sou como a pena que descai o semblante.

De súbito, te afogo em um afago.

Quem poderia amar mais que um homem que beija teu ventre?

⁠Fazer Masking é ser um indivíduo sem identidade própria, que não sabe quem realmente é e não consegue distinguir onde termina o outro e começa a si mesmo. É servir ao mundo sem nunca ter se conhecido, sacrificando-se sem conseguir expressar ou compreender a própria dor.

⁠Aprender fazendo é uma solução inevitável em um país sem educação, mas pode também condenar a uma vida inteira de alienação. O tempo para aprender fazendo é relativo, mas a única alternativa para uma verdadeira equidade social é a educação.

Um povo alienado sofre e defende seus próprios agressores, pois a educação alienante molda a história para glorificar figuras de autoridade que, na verdade, são apenas opressores.

⁠Somos descendentes de sobreviventes de catástrofes. Ancestrais treinaram adaptação, cooperação, inovação, linguagem e memória. Essas habilidades moldaram nossa cognição genética.

Somos fruto de uma feroz seleção natural e temos grande influência na compreensão do tempo relativo às nossas posses.

Estamos evoluindo ai no seu bairro?

⁠Como trás inconsciente aquilo que nunca sentiu?



Vivemos em uma sociedade que influenciadores não são líderes.

⁠Única forma de compreender a identidade neurodivergente é sendo neurodivergente.

Qual o tom da sua voz no seu espaço de fala?

⁠No futuro a tecnológica vai ajudar a sublimar a mente humana. Se deixares transformarem suas imagens mentais vão poder observar e aprender com seus simbolismos. Tá na palma da mão. Acredito que o ser humano é inconsciente. A consciência é o que aos olhos de quem está de fora? Qual importância damos a ela? Uma pessoa com imagem mental e varios episódios... outra sem nenhuma imagem mental ou episódios da sua vida... No mesmo planeta, ao mesmo tempo. O que são imagens mentais? Definir elas parece uma grande besteira, faz parecer algo simples. Como seria um superego com imagens se ele fosse realmente livre do que é imposto?

⁠No âmbito do sistema capitalista, a predominância do individualismo pode induzir à acomodação do indivíduo ao status quo, ocasionando a negligência das necessidades e preocupações dos demais membros da sociedade.

É um dilema intrínseco: A pessoa, quando alcança uma situação confortável, lembra-se dos menos afortunados?

Além disso, é válido questionar se esses indivíduos desprivilegiados possuem os recursos e capacidades necessários para advogar por si próprios.