Coleção pessoal de Dimos
Os grandes monumentos, construídos a partir do concreto e das modernas técnicas de engenharia, só expressam seu real valor, quando se agregam a eles o simbolismo e a cultura das civilizações que os construíram, além dos sentimentos dos seus construtores. Do contrário, seriam mais um tipo de rocha na paisagem, do que um marco da história humana.
Podemos não ser antropófagos, no sentido literal da palavra, mas que consumimos tudo que outros seres produzem, da arte ao alimento, da cura ao entretenimento, isto lá também é verdade, pois somos chama, e como tal, absorvemos tudo ao nosso alcance, para podermos continuar brilhando.
Lutas e disputas, às vezes fatais, por território, alimento e parceiros sexuais, é um imperativo da vida; o embate de idéias, porém, é exclusivo da espécie humana, e por elas se mata e se morre, ontem e hoje, mais do que a soma de todas as outras causas, pois, pensar e idealizar é parte inalienável de ser humano, o perigo está em que o pensar de poucos, quer subjugar a vontade de muitos, basta ligar a TV ou acessar a internet, para ver isto acontecendo ao vivo e a cores, no aqui e agora.
Viver muito é um encontro, entre o seu potencial genético, com a Sorte. Viver bem é quando este encontro ajuda a criar um futuro melhor, para si, e, principalmente, para os outros.
O viver humano é extremamente interdependente, como seres sociais que somos. No entanto, devemos prestar especial atenção no nosso caminhar pela vida, visto que não só o fazemos sobre o que foi deixado em forma de genética e cultura pelos nossos ancestrais, mas também sobre os sonhos de outros seres humanos, que conosco dividem esta jornada. É necessário, pois, que aprendamos a ser gentis no nosso caminhar.
Os seres humanos pensam por que existem, quando, o importante, é que existem porque pensam, e, assim o fazendo, conseguiram criar a tecnologia médica necessária para vencer as variadas ameaças ao seu viver, desde as doenças infecciosas, do tifo, à malária, passando pela peste e a tuberculose, há um incontável séquito de patógenos ávidos por nos levar ao túmulo, que teve que ser vencido. Foram desenvolvidos novos métodos de cultivo de alimentos e de criação de animais, sem contar as invenções na área de tecnologia da informação, comunicação e transportes, progredindo, avançando e ampliando os limites do conhecimento, para quem sabe um dia, poder responder a pergunta inicial: do por que existimos?
É muito difícil para quem aprecia o conhecimento, e tem acesso às novas tecnologias da informação, não perceber o quanto tudo está interligado, se transformando continuamente, em um inegável processo evolutivo, e que acrescido da dimensão tempo, não existe nem mesmo o impossível, ou o inimaginável. E na prática, no aqui e agora, cada um de nós é uma chama acesa, dentro da fogueira chamada Vida, que pode apenas queimar, ou também servir para iluminar o caminho à frente, tornando mais fácil o viver, para si, e, principalmente, para o próximo. É basicamente uma questão de escolha, mas não deixe de fazer a escolha certa.
Nós só conseguiremos criticar alguma coisa, de fato, se tivermos a capacidade de imaginar algo diferente, por isso a criatividade sempre foi inimiga de todos os sistemas autoritários, e junto com o conhecimento, são as principais ferramentas para podermos ser verdadeiramente livres, em vida.
O Sucesso começa na vontade, se consolida pela habilidade, e se concretiza com a determinação, pois o querer é necessário, mas não suficiente, para ser um vitorioso no jogo da Vida. E a partir dos estágios conscientes do viver, como é o nosso caso, a vitória tem que ser honrosa, respaldada na moral e na ética, pois nossas ações, de fato, ecoam na eternidade.
O que a civilização humana busca de fato, através da evolução tecnológica e cultural, é a onisciência e a onipresença, tentando viver muitas vidas em uma, fazendo com que o futuro, seja um quase agora, e o tempo, um eterno já, esquecendo-se, no entanto, que ainda estamos presos a um corpo biológico, sujeito aos ciclos das estações e ritmos circadianos, que nos cobrará o seu preço, mas, a evolução acontece nos extremos, e as mudanças para esta nova realidade são tanto visíveis quanto irreversíveis.
“Conjunctio oppositorum”, união dos opostos, vale na química, mais do que na vida real, onde os semelhantes é que produzem as uniões estáveis, por isso nos tempos modernos a busca pela alma-gemea é cada vez mais difícil, tanto pela variedade de estímulos, condutas e modismos, quanto pela constante transformação da Realidade.
Prestigiar o supérfluo, buscar o imediatismo, viver mais de esquecidos do que de lembrados, é a marca registrada destes tempos modernos, de uma sociedade que acredita encontrará a felicidade na próxima invenção tecnológica, a saúde em um novo medicamento, ou a alegria no próximo modismo, esquecendo que estamos sujeitos aos ritmos das estações, aos ciclos da natureza, e, principalmente, ao nosso próprio código genético.
O ontem é história, o amanhã é mistério, por isso devemos viver intensamente o hoje, pois não existem atalhos para a felicidade, ela vem parte como graça, parte como merecimento e parte como estratégia de vida. “Tempus fugit” (a vida é breve).
A vida às vezes lembra um “streaptease”, onde mesmo sabendo que estamos perdendo algo, nos encantamos com aquilo que vai sendo tirado, e isto não é masoquismo, chama-se sobrevivência.
Quanto mais revolucionária for uma ideia e mais alterações puder provocar nas crenças já estabelecidas, mais criativa ela será, mas a sua duração depende exclusivamente da sua utilidade em transformar a nossa realidade, e melhorar a nossa qualidade de vida.
Envoltórios existem em todos os níveis da evolução da matéria, sendo a característica principal da individualidade em relação ao ambiente, das menores bactérias aos maiores seres vivos que já existiram, separando o interno do externo, mas nenhum deles é tão frágil e seus donos têm tanto apego quanto o humano, alguns apenas por egoísmo, outros por reconhecer a preciosidade da Vida dentro de um Universo predominantemente estéril.
Valorizamos muito a coragem na sociedade humana, mas, assim como a força sem flexibilidade não é eficiente, a coragem sem sabedoria e experiência é um fogo que logo se apaga, por isso os cemitérios costumam estar mais cheios de corajosos do que de sábios, que usualmente morrem de velhice.
Há uma época na infância que o mundo tem a cara da nossa família. Na juventude ele começa a ficar com a nossa cara. Na idade adulta ele toma a forma dos nossos humores, desejos e fantasias, para finalmente na velhice se mostrar com a cara dos nossos medos. Alguns poucos, durante o seu viver conseguem descortinar o véu, e passam a ver através e além das aparências, se dando conta de como fomos e somos prisioneiros dos nossos genes,hormônios e emoções, de que nada é permanente ou mesmo real, onde, literalmente, tudo que é sólido se desmancha no ar, bastando para isso incluir a dimensão tempo nesta análise.
Nenhum território é mais nebuloso e cercado de mistérios do que a morte, e só ela é mais temida que a solidão. Entretanto, diferente da solidão, a morte não se contrapõe a nenhuma lei natural, muito pelo contrário, é a única certeza que todo ser humano tem, quando agraciado com o dom da vida, e o seu temor se deve ao desconhecimento real dos eventos pós-morte e principalmente à capacidade do ser humano de saber que ela está à nossa espera entre o aqui e o futuro, e da consciência de que pode haver sofrimento no seu entorno, sendo, pois, uma batalha que deve ser vencida dentro de cada mente pelo uso da razão, ou no coração pelo uso da fé.
O Sorriso franco, natural, espontâneo, sincero, que é para os olhos tal qual o sol para as flores, que vem com amor no coração, pois sem ele, é como lágrima de crocodilo. Que nos faz pensar, refletir, mas principalmente, que nos tira da inércia do cotidiano e nos traz um mundo colorido, pulsante, sincero, pelo que vale a pena viver, como um raio de luz a iluminar nosso caminho, renovando a esperança por um amanhã melhor.