Coleção pessoal de dianeleite
MANIFESTO DE QUEM TRABALHA PELO TODO
Por Diane Leite
Eu não trabalho para lados.
Eu não defendo bandeiras.
Eu não sirvo a partidos, nem a religiões.
Eu trabalho para o TODO.
Porque tudo o que divide, é controle.
E tudo o que é controle, é prisão.
Partido divide.
Religião afasta.
Ritos criam muros.
E eu sou ponte.
Não estou aqui para ser símbolo de grupo algum.
Estou aqui para ser canal de algo maior.
De algo que inclua e liberte.
Eu trabalho por inclusão, não por conveniência.
Pelo coletivo, não pela aprovação.
Pela verdade, mesmo que doa.
Pelo TODO, mesmo que custe.
Não me curvo à seletividade emocional.
Não me silencio por alinhamentos ideológicos.
Não me vendo por aceitação social.
Sou sensível.
Sou estrategista.
Sou mãe atípica.
Sou essência em movimento.
E o meu compromisso é com o que é justo, inteiro, verdadeiro.
Se uma árvore queima, eu grito.
Independente de quem esteja no poder.
Se alguém é excluído, eu acolho.
Independente de quem esteja aplaudindo.
Se algo dói no mundo,
é comigo também.
Eu não vim para agradar.
Eu vim para unir.
O que aprendi quando parei de exigir amor"
Por Diane Leite
Desde pequena, entendi que ninguém tem a obrigação de me amar. Quando o primeiro amor que conhecemos falha — aquele que vem da mãe — a vida nos ensina cedo que o amor não é garantia, é escolha. E, quando se compreende isso, algo muda para sempre.
Eu parei de correr atrás.
Parei de me explicar.
Parei de tentar convencer alguém a ficar.
Parei de insistir onde já não havia espaço para mim.
Hoje, se alguém escolhe ir, eu deixo.
Mas se escolhe ficar, terá o melhor de mim — inteiro, verdadeiro, leve.
Não porque preciso agradar. Mas porque eu quero doar.
Aprendi que amor não se exige, se cultiva.
Que presença não se implora, se atrai.
E que quem merece, vibra comigo, cresce comigo, floresce comigo.
Não, não é orgulho. É cura.
Não é frieza. É paz.
Não é jogo. É maturidade.
O amor próprio me ensinou a economizar energia com quem não vibra na mesma frequência.
E desde então… minha vida só floresce.
O valor da maturidade e o poder das escolhas
por Diane Leite
É curioso, não é?
A maturidade chega de mansinho.
Às vezes como um sopro,
às vezes como um vendaval.
Mas quando chega, muda tudo.
Quando eu era mais nova e ouvia alguém dizer:
“Ah, se eu tivesse essa idade com a cabeça que tenho hoje...”
eu não entendia.
Achava graça. Soava como lamento.
Mas hoje… hoje eu compreendo.
Cada fase da vida tem sua beleza.
A infância é descoberta — e também o terreno onde, sem saber, plantamos traumas.
É nela que a identidade começa a ganhar contorno.
A adolescência é turbilhão.
Queremos caber no mundo.
Queremos agradar — ou rejeitar tudo.
Alguns se rebelam, outros se retraem.
Tudo depende da infância que os moldou.
E então vem a juventude.
Ah, a juventude…
Ela é o cruzamento entre sonho e responsabilidade.
Entre o querer tudo e o precisar escolher.
É fogo e fardo.
É paixão e propósito se esbarrando dentro do peito.
É aí que a vida começa a te testar:
Você constrói sua história… ou permite que ela seja escrita por outros?
Porque, veja bem, maturidade não se mede por aniversários.
Ela é escolha, não cronologia.
Há jovens de vinte com almas ancestrais.
E há adultos de sessenta presos em espelhos de infância.
Maturidade é quando você decide ser quem é.
É quando para de apontar culpados e assume o leme.
Quando para de deixar o barco à deriva e aprende a navegar —
mesmo com medo.
Se você deixa o barco correr solto, o mundo escolhe por você.
E o mundo nem sempre escolhe com carinho.
Então, se você ainda é jovem, viva essa juventude com toda a sede.
Mas lembre-se:
Plante agora o que deseja colher depois.
Escolha com consciência.
Ande com direção.
Sim, o dinheiro importa.
Ele move estruturas.
Ele constrói caminhos.
Mas ele não pode ser bússola.
Porque dinheiro sem alma é prisão.
Escolha o que você ama.
E aprenda a fazer disso algo possível.
Porque quando amor e propósito se encontram,
a prosperidade é consequência.
E quando você faz o que nasceu pra fazer,
nada — e nem ninguém — pode te parar.
Então respira.
Pensa.
E começa.
"Carta de um tempo novo – para você, que está acordando"
Você não precisa correr.
Nem provar.
Nem convencer ninguém da sua verdade.
Você chegou até aqui com tudo o que viveu.
Com as escolhas que fizeram sentido na época.
Com os erros que te ensinaram mais do que qualquer manual.
Talvez você sinta que existe algo diferente no ar.
Uma vontade silenciosa de mudar — não para ser outra pessoa,
mas para se lembrar de quem você é quando ninguém está olhando.
Essa carta não vem te acordar.
Ela vem apenas te lembrar de que, se você já está sentindo, é porque já começou.
Você pode chamar isso de despertar, de amadurecimento, de autoconhecimento.
Ou pode nem dar nome. Está tudo certo.
O que importa é que, lá no fundo, você sabe que sua vida pede mais presença.
Mais verdade.
Mais conexão com aquilo que te move — e não com o que esperam de você.
E não, você não está atrasado.
Você está no seu tempo.
O seu caminho não precisa parecer com o de ninguém.
Não existe uma régua para medir consciência,
nem uma cartilha para viver com propósito.
Se, às vezes, você sente vontade de chorar do nada,
ou tem a sensação de que algo precisa mudar mas não sabe o quê…
respira.
Esse é o começo.
Esse é o seu corpo e a sua mente sinalizando que estão prontos para escutar você.
A neurociência já provou: o que você pensa, sente e acredita transforma o seu cérebro.
A psicologia sabe: aquilo que você silencia volta em forma de sintomas.
A psicanálise diz: nada é por acaso.
Mas o mais importante é o que você sente.
A sua bússola interna.
E sim, existem partes suas que foram esquecidas.
Partes alegres, livres, apaixonadas.
Mas elas não morreram.
Elas estão aí, esperando um sinal seu.
Elas não precisam voltar com força.
Basta que você as convide para sentar ao seu lado de novo.
Você não precisa ser forte o tempo todo.
Você não precisa ser espiritual se isso te parece distante.
Você só precisa ser você, com mais compaixão.
Permita-se viver com mais inteireza.
Pequenos gestos — um silêncio consciente, uma respiração mais funda,
um “não” dito com amor — já mudam tudo.
E se em algum momento sentir que está sozinho,
lembre que tem muita gente nesse mesmo lugar:
silenciosamente se reencontrando.
Sem alarde. Sem palco.
Mas com coragem.
A história é sua.
O tempo é agora.
O palco é a Terra.
Mas a plateia… é a sua consciência.
E ela está pronta para te aplaudir de pé.
MANIFESTO – 2 DE ABRIL DE 2025
"Ser autista não é tragédia. A tragédia é o silêncio."
Por Diane Leite
Hoje é 2 de abril.
Dia da Conscientização do Autismo.
E se você quer realmente entender o que é isso, então sente. Leia. Sinta. Porque eu não estou aqui pra suavizar. Estou aqui pra mostrar o que é real.
Eu sou Diane.
Sou mãe.
Sou mulher.
Sou autista não diagnosticada.
Não porque não seja. Mas porque sou funcional demais, falante demais, inteligente demais…
Pra caber no seu laudo.
Tenho dois filhos autistas.
O mais velho, superdotado, escondeu o diagnóstico por medo do preconceito.
O mais novo, autista clássico, grau 1 de suporte, depende de um papel assinado pra ter acesso às terapias.
Recentemente, precisei tirar meu filho pequeno da escola.
As professoras diziam na cara dele que não gostavam dele.
Sim, em 2025.
Pra vocês verem o despreparo. A crueldade.
Foi um fato isolado?
Talvez.
Mas doeu. Doeu porque eu reconheci aquela dor.
Porque eu senti isso a vida inteira.
E a pergunta que fica é:
Até quando?
Até quando os típicos vão passar por cima dos atípicos como tratores,
destruindo a mente de uma criança de 7 anos, como destruíram a do meu filho mais velho aos 10?
Ele passou os 10 anos seguintes trancado dentro de um quarto.
Porque era o único lugar onde não existiam pessoas que machucam.
Porque lá dentro, pelo menos, ele era livre da dor social.
E eu?
Mesmo ferida mil vezes, fui criando casca.
Fui ficando forte.
Tão forte que o mundo já não conseguia mais me quebrar.
Mas ele ainda consegue quebrar os nossos filhos.
É por isso que eu estou aqui.
Pra usar minha voz — inteira, tremendo, mas firme —
pra dizer às mães de filhos autistas:
Não tentem mudar o mundo lá fora.
Mudem o mundo dentro da sua casa.
A inclusão começa no café da manhã.
No abraço.
No olhar.
Na aceitação diária de quem eles são — sem tentar "consertar" o que não está quebrado.
Foque no que seu filho tem de melhor.
Aprecie o amor que ele entrega.
Aprecie a visão de mundo única que ele oferece.
Eles não estão atrasados. Eles estão no tempo deles.
Quer avaliar Marcos do Desenvolvimento?
Faça, sim. Com responsabilidade.
Mas entenda:
cada criança tem o seu tempo.
E antes de dizer que é “preguiça”, “manha” ou “frescura”,
investigue.
Aceite o diagnóstico.
Estude.
Lute.
Use a neuroplasticidade a seu favor.
Pare de ter vergonha de ter um filho autista.
E comece a amá-lo como ele precisa ser amado.
Eles não são problema.
Não são castigo.
Não são atraso.
São presente.
Num mundo cheio de mentiras, jogos sociais e maldade,
eles são a pureza que a humanidade esqueceu.
Sim, nós temos limitações.
Luzes demais. Sons demais. Texturas demais.
Falta de organização mental, confusão com piadas, dificuldade de leitura facial.
Mas também temos foco.
Intensidade.
Fidelidade.
Talento.
Nós somos necessários.
E sabe o que mais dói?
Não é ser diferente.
É ser ignorado.
É ver seu filho ser excluído da festinha.
É ver ele ser o “bobo da corte” na escola.
É ver ele ser tratado como fardo — até mesmo por familiares.
O que é “só uma brincadeira” pra você…
pode custar a vida de um autista.
E eu sei do que estou falando.
Eu vi meu filho tentando sair desse mundo cinco vezes.
Cinco.
Porque não se sentia pertencente.
E enquanto isso, as mães atípicas como eu seguem invisíveis.
Sem laudo, sem escuta, sem apoio.
Ou somos “a forte demais”
Ou “a sensível demais”.
Mas nunca “a humana que só quer ser compreendida.”
Por isso hoje, neste 2 de abril,
não basta você vestir azul.
Não basta postar uma imagem de quebra-cabeça.
Você precisa mudar.
Você precisa olhar.
Você precisa incluir.
Porque autismo não é doença.
Doença é o preconceito.
Doença é a omissão.
Doença é a arrogância de quem acha que só existe um jeito certo de existir.
E se tem algo que eu aprendi com meus filhos é isso:
a diferença é um dom.
A pureza deles é um lembrete do que o mundo deveria ser.
E a sua aceitação pode ser o primeiro passo para transformar esse mundo.
Hoje, tudo o que eu peço é:
Nos veja.
Nos ouça.
Nos respeite.
Nos inclua.
Porque nós também somos o mundo.
— Diane Leite
VOCÊ TEM MEDO DO NÃO, MAS ELE JÁ É SEU
Por Diane Leite
A maioria das pessoas vive dizendo:
“A culpa é do outro.”
“A culpa é do trauma.”
“A culpa é da situação.”
A culpa é sempre de fora. Nunca é delas.
Mas eu te digo:
A responsabilidade é sua. Sempre foi. Sempre será.
Porque tudo o que você quer — de verdade — já é seu por direito divino.
Tudo o que você sonha, também sonha com você.
Só que você trava.
Congela.
Fica parado.
E aí se engana dizendo que é por causa do medo.
Medo de quê?
Do não?
O “não” você já tem. Você já acorda com ele.
O “não” é garantido.
Mas o “sim”?
O “sim” só vem pra quem arrisca, pra quem age, pra quem tenta, mesmo tremendo.
E tem mais:
Todo dia você recebe um milagre disfarçado.
Uma página em branco.
Com uma caneta invisível na mão.
Você pode escrever o melhor capítulo da sua vida — ou repetir o mesmo rascunho de sempre.
O presente é tudo o que você tem.
Não existe passado que volte.
Não existe futuro garantido.
Existe o agora.
As pessoas querem felicidade, sucesso, amor, dinheiro.
Mas não querem fazer as pazes com a própria história.
Ficam presas a quem não as amou.
Presas ao que não deu certo.
Presas a feridas que já sangraram tudo o que podiam.
Solta. Perdoa. Liberta. Segue.
Se alguém não te amou como você merecia…
Se alguém te diminuiu, te traiu, te ignorou…
Ok. Foi dolorido.
Mas já foi.
A cena acabou. Você pode sair do palco.
Pare de dar palco pra quem não te aplaudiu.
Pare de dar poder pra quem só te feriu.
Você quer algo valioso?
Então entenda:
o que é raro não é constante.
É por isso que vale tanto.
A dor te prepara. A queda te fortalece. A ausência te ensina.
Só quem já perdeu tudo sabe o valor de conquistar algo.
Hoje, você tem um novo dia.
Uma nova chance.
Uma nova escolha.
Levanta.
Escreve.
Tenta.
Arrisca.
Vence.
Porque o “não” você já tem.
Mas e se, dessa vez, for “sim”?
24 horas é o limite
por Diane Leite
Quantas versões de você mesma você já matou só pra caber no mundo de alguém?
Quantas vezes você se anulou, se calou, se escondeu, fingiu ser menos do que é pra não perder quem nunca te teve de verdade?
E por quê?
Por medo de ficar sozinha?
Por acreditar que amor é sacrifício?
Por ter aprendido, desde cedo, que ser amada exigia esforço, adaptação, silêncio?
Hoje eu quero te dizer uma coisa: ninguém merece a sua autoanulação. Nem o amor da sua vida.
Porque o amor de verdade não te apaga, ele acende.
Ele não te molda, ele te aceita.
Ele não te reduz, ele te amplia.
Você ama ele? Tudo bem.
Mas... você se ama mais?
Porque se não se ama mais, vai se perder. Vai virar uma sombra de si mesma tentando manter alguém que, no fundo, só ficou porque você deixou de brilhar.
E o mais cruel é que, muitas vezes, você muda tudo — seu jeito, seu riso, sua essência — pra caber no gosto do outro.
E depois ele olha pra você e diz que perdeu o encanto.
Mas como não perderia?
Ele se apaixonou por quem você era.
Não por quem você se transformou tentando agradar.
A neurociência explica. A psicanálise grita. A psicologia comprova: a tentativa de controle nasce do medo.
Do medo de perder. Do medo de não ser suficiente.
E é esse medo que leva pessoas a tentarem moldar outras.
Não é amor. É insegurança.
E tem mais: para de achar que o outro tem a resposta.
"Amiga, o que você acha que eu devo fazer?"
Não.
Pergunta o que ela faria, se quiser. Mas quem decide é você.
Porque a responsabilidade da sua vida é sua.
Você pode pedir conselhos, mas não pode terceirizar o tombo.
Nem culpar ninguém quando ele vier.
E para, pelo amor do teu amor-próprio, com essa frase:
“Ele me trata mal… mas ele me ama.”
Não.
Homem que ama, cuida.
Homem que ama, mostra.
Homem que ama, não deixa dúvidas.
A ciência já provou: quando um homem quer uma mulher, ele atravessa o mundo.
Ele não se confunde, ele não some, ele não testa.
Ele vem.
E se ele não veio, aceita.
Você não precisa de alguém que te ame mais ou menos.
Você merece alguém que te ame com tudo.
Mas pra isso, primeiro: você tem que se amar com tudo.
E agora vem o ponto mais importante dessa crônica:
sofrer tem prazo.
24 horas.
Esse é o tempo que você tem pra sentir, chorar, gritar, doer.
No minuto 1 do segundo dia, se ainda estiver sofrendo, já é escolha.
Porque aí não é mais sobre o que o outro te fez.
É sobre o que você está fazendo com o que o outro te fez.
E aí, amiga, já é autossabotagem.
Não se machuca mais do que já foi machucada.
Não alimenta a dor.
Não cultiva a ferida.
Tudo que você foca, cresce.
Foca na tua cura.
E por fim…
Sim, você pode querer um homem provedor, cuidador, presente.
Isso não é retrocesso. Isso é biológico.
Eles nasceram com força pra proteger.
Mas proteger também é ouvir, respeitar, acolher.
E isso você pode (e deve) esperar de alguém que quer dividir a vida contigo.
Enquanto ele não vem — ou mesmo que ele já esteja aí — tenha uma vida.
Tenha propósito.
Tenha alegria fora do outro.
Porque quem tem vida, não incomoda. Transborda.
E quando você transborda, só fica por perto quem sabe beber direto da fonte.
Agora levanta.
Sacode a dor.
Lembra de quem você é.
E nunca mais sofra por ninguém por mais de 24 horas.
Porque depois disso, o sofrimento já não é sobre ele.
É sobre você ainda não ter entendido o seu valor.
A vida é uma roda da fortuna.
Uma hora estamos no topo, noutra, nos rastejamos no chão.
Mas se tudo fosse linha reta, como reconheceríamos o sabor da vitória?
Como entenderíamos o que é força, se não fôssemos quebrados antes?
A verdade é que as quedas nos ensinam mais do que qualquer sucesso passageiro.
Elas nos moldam. Nos lapidam.
Nos obrigam a encarar quem realmente somos, sem filtros, sem maquiagem.
Ser humilde não tem nada a ver com dinheiro.
Tem a ver com postura diante da vida.
É saber reconhecer o próprio erro sem justificar,
é ter coragem de dizer “não sei” sem medo de parecer menor.
Porque ninguém é pequeno por ser honesto com o que ainda não aprendeu.
Pequeno é quem finge saber tudo por medo de ser humano.
Humildade é tratar o TODO como um só.
Sem dividir por crença, cor, classe ou ideologia.
É saber que sempre existirá alguém mais talentoso, mais sábio, mais preparado –
e ainda assim não se diminuir por isso.
Porque ser extraordinário começa quando você para de se comparar e começa a se assumir.
A vida tem fases. Tem pausas. Tem desertos.
E não dá pra pular nenhuma parte sem pagar o preço.
Então respire.
Sinta.
Caia.
Levante.
Experiencie.
A vitória não é o fim da dor.
É a consciência de que você passou por ela inteiro.
E isso sim… é grandioso.
Autoria: Diane Leite
"Não vou mais te ver"
Eu era farol,
mas você só queria a luz.
Quando clareei teu caminho,
pisou nos meus cacos —
e nem notou que eu sangrava.
Me dei inteira,
como quem acredita em alma.
E você?
Você só queria o que fosse útil,
o que brilhasse pra te elevar.
Usei meu próprio corpo como ponte,
e quando atravessou,
jogou no rio o que restava de mim.
Você riu enquanto eu afundava,
com o bolso cheio das moedas
que eu tirei da minha própria fome.
E ainda sussurrou meu nome com desdém,
quando alguém perguntava quem te ajudou.
As mãos que te ergueram,
foram as mesmas que você mordeu.
Os olhos que choraram tua dor,
você cegou com inveja.
E ainda quis me destruir
só porque eu disse "não".
Porque eu não quis ser tua próxima mentira,
nem teu passatempo egoísta.
Eu quis ser verdade.
E você?
Você quis palco.
Mas aprendi.
Aprendi que quem mais recebe,
é quem mais odeia quando a fonte seca.
Que quem a gente mais salva,
é quem mais deseja nosso naufrágio.
Hoje eu sou tempestade.
Não mais cais.
Hoje eu sou silêncio.
Não mais explicações.
Hoje,
não vou mais te ver.
Porque eu vejo, sim.
Vejo claro.
E quando a gente enxerga o que o outro é de verdade,
não tem mais volta.
Tem fim.
O chamado que nunca se cala"
Por Diane Leite
Quando eu era menina, falava demais. Tanta coisa borbulhava dentro de mim que eu dizia para a minha mãe, meu pai e meu irmão que, quando crescesse, seria freira. Eu não sabia ao certo o que significava, só sabia que queria curar o mundo com amor. Eu não conhecia a palavra "missionária", mas já sentia, no peito, o que era ser uma.
Com 16 anos, me inscrevi para ser missionária. Não me aceitaram — eu era “nova demais”. Me pediram para esperar.
Aos 18, me chamaram. Mas eu já estava grávida do meu primeiro filho.
Foi como se Deus dissesse: “Sua missão começa aqui.”
Hoje, aos 40 anos, tenho dois filhos. Um com 22. E outro com 7, que está dentro do espectro autista, grau 1 de suporte. E eu? Eu continuo missionária. Não porque recebi um título. Mas porque a vida me ungiu no silêncio das madrugadas sem dormir, nos choros calados no banheiro, nas reuniões escolares em que fui humilhada, e no amor que se recusa a desistir.
Eu nasci para acolher.
Para ser casa.
Para ser abrigo das mães que ninguém escuta.
Minha missão é com elas — com as mulheres que seguram o mundo nos braços, sozinhas, cansadas, invisíveis.
Ser mãe atípica é viver entre a cruz e a espada.
É amar alguém que o mundo não quer compreender.
É ser chamada na escola como se fosse cúmplice de um crime.
É ouvir de um professor: “que bom que ele foi embora mais cedo, agora teremos paz.”
É saber que, ali, naquela escola, naquele ambiente, seu filho não é bem-vindo.
E você também não.
É ter que pagar o aluguel, a luz, o remédio, o alimento — enquanto dá amor, atenção, limites, acolhimento, dignidade.
E muitas vezes, sozinha. Porque os pais vão embora.
No primeiro ano, aparecem. Querem mostrar serviço.
No segundo, somem.
E se você não entra na justiça, esqueça ajuda.
Mas eu nunca entrei. Nunca processei ninguém. Não por eles. Mas pelos meus filhos.
Porque eles não merecem carregar mais dor do que já carregam.
Enquanto muitas escapam da dor com distrações, festas ou amores temporários, eu mergulho no que é verdadeiro.
Eu escrevo. Eu cuido. Eu trabalho.
Minha vida é feita de metas, de entrega, de missão.
E mesmo sendo autista — sim, autista — eu sigo.
Nunca recebi diagnóstico formal, porque perdi meus documentos em um incêndio.
Mas eu sei quem sou.
Sei como funciono.
Sei como sinto.
E posso te dizer:
Não perceber a maldade das pessoas é uma bênção e uma maldição.
Você se doa por inteiro, até o dia em que percebe.
Percebe que está sendo usada, sugada, ignorada.
Percebe que ninguém te pergunta como você está.
Mas hoje, eu afirmo com todas as letras:
Eu não aceito menos do que mereço.
Nem em amor, nem em respeito, nem em entrega.
Se eu sentir que estou ali apenas como papel — social, decorativo ou financeiro — eu vou embora.
Sem escândalo. Sem vingança.
Mas vou.
E é isso que eu quero dizer a você, mulher:
Você é incrível. Você é necessária. E você não merece menos.
Não aceite menos.
Não se conforme com metades.
Choram? Choram.
Surtam? Surtam.
Mas as mães ficam.
São elas que aguentam o que ninguém vê.
São elas que viram piada por usarem fone de ouvido para suportar o barulho.
São elas que se anulam todos os dias por alguém que talvez jamais seja compreendido pelo mundo.
Mas elas seguem.
Porque elas sabem que o amor verdadeiro é resistência, é coragem, é missão.
Hoje, eu me reconstruo em cada linha que escrevo.
Me reconheço em cada mãe que lê e chora.
Me fortaleço em cada mulher que descobre que pode dizer “basta”.
Sou missionária.
De almas.
De feridas.
De mães.
E no fim de tudo, eu me basto.
Tudo que vier além — tem que me transbordar.
Quando os dias apertam o peito
Ontem foi um daqueles dias em que o peito aperta, a mente cansa e o coração parece sussurrar que não vai dar.
Aqueles dias em que a gente se questiona em silêncio, sente a vida pesada demais e quase acredita que não vai conseguir.
Mas mesmo nesses dias, eu respiro fundo e lembro: eu ainda estou aqui.
Me apoio no que me sustenta — um carinho, uma oração, um abraço, uma palavra que toca ou até um olhar que entende sem precisar dizer nada.
E assim, com pequenos gestos, vou reencontrando meu centro.
Às vezes você pensa que não tá dando conta. Às vezes você pensa que não vai conseguir.
Mas no final das contas, uma noite bem dormida, o sol pela manhã e uma página nova em branco para escrever uma nova história... fazem toda a diferença.
E é aí que a gente entende:
Nem todo recomeço precisa ser grandioso. Às vezes, só de continuar, já é milagre.
Só de sentir paz no lugar onde ontem doeu... já é cura.
Só de se permitir desacelerar... já é força.
Hoje, eu celebro isso. O simples fato de ter chegado até aqui.
Com fé, com amor e com a certeza de que o pior já passou.
— Diane Leite
Hierarquia e Respeito: A Maior Aula Gratuita da Vida
Imagine-se em uma sala de aula onde o conhecimento não é transmitido por livros, mas por experiência. O professor dessa aula não usa quadro negro, nem projeta slides. Ele carrega em si a vivência de décadas, as cicatrizes do tempo, os acertos e erros que moldaram sua trajetória. Agora, imagine que você tem a oportunidade de aprender com ele. O que você faz? Escuta com humildade ou interrompe com arrogância?
Vivemos em uma era onde a informação está ao alcance de um clique, mas o respeito parece estar se tornando um bem escasso. A juventude de hoje tem acesso a tudo, menos à paciência para aprender com quem já trilhou o caminho antes. No entanto, há algo que o Google não ensina, que inteligência artificial nenhuma pode replicar: a experiência real, vivida, sentida, conquistada com suor, lágrimas e tentativas.
Na minha época, quando meu pai me olhava, eu já sabia exatamente o que ele queria dizer. Eu não precisava de gritos, nem de punições. Havia uma hierarquia natural, não imposta pela força, mas pelo respeito. Não era uma questão de submissão, mas de reconhecimento: alguém que viveu mais que eu sabia mais do que eu. E isso não me diminuía; pelo contrário, me engrandecia. Porque eu sabia que, se escutasse, um dia poderia saber tanto quanto ele.
Hoje, vejo jovens desrespeitando profissionais que dedicaram anos à sua formação, que enfrentaram noites sem dormir, que lidaram com situações que um dia poderiam nos salvar. Médicos, jornalistas, professores, cientistas… Pessoas que não apenas estudaram, mas que vivenciaram realidades que muitos nunca experimentarão.
Por que essa resistência em aprender com quem sabe mais? Por que a impaciência em ouvir? Por que a crença de que apenas a juventude detém o conhecimento e a verdade?
Respeitar a hierarquia não significa aceitar cegamente tudo o que nos dizem, mas reconhecer que há sabedoria naqueles que vieram antes. Quando você se permite aprender com alguém mais experiente, você não apenas absorve conhecimento — você poupa tempo, evita erros desnecessários e se fortalece para os desafios que virão.
O mundo sempre pertenceu aos que souberam escutar antes de falar, aprender antes de ensinar, respeitar antes de exigir respeito. A pergunta é: você quer fazer parte dessa história ou apenas assistir de longe?
A vida já te deu uma aula gratuita hoje. Você escolheu aprender?
Quebrando Padrões: A Escolha de Ser Autêntico
✍️ Por Diane Leite
Todos os dias, quando você abre os olhos, recebe um presente: a oportunidade de reescrever sua história. Você pode continuar repetindo velhos padrões ou escolher algo novo. A pergunta é: o que você faz com essa chance?
Muitos dizem:
"Ah, mas ninguém acredita em mim..."
"Eu sou assim porque fui criada assim..."
"A vida me fez desse jeito..."
Mas será mesmo? Ou será que você está apenas perpetuando crenças que te limitam?
Se algo foi ruim para você, por que repetir?
Se sua criação te faz ver a vida de forma negativa, por que seguir esse molde?
Quebrar padrões não é um ato de rebeldia sem sentido, mas um caminho de crescimento. Grandes pessoas, aquelas que fazem história, não seguem a multidão – elas desafiam o que não faz sentido para elas.
A Escolha de Ser Diferente
Por que você não sai à noite, se "todo mundo sai"?
Porque você não é todo mundo. E porque você se ama o suficiente para não se forçar a fazer algo que não te preenche.
Por que você prefere ler livros a estar em festas lotadas?
Porque não há profundidade em conversas vazias. Porque seu tempo é valioso demais para ser gasto com distrações que não agregam.
Por que você não quer ter o telefone que "todo mundo tem"?
Porque você não precisa de símbolos de status para validar quem você é. Você já sabe do seu valor.
A verdade é simples:
Você não está aqui para atender expectativas alheias. Você está aqui para ser você, em sua essência mais pura e autêntica.
Quem Realmente Está ao Seu Lado?
Se você sente que, ao quebrar padrões, algumas pessoas se afastam, entenda: essas pessoas nunca estiveram realmente ao seu lado. Quem te ama de verdade não disputa, não sente inveja, não tenta te diminuir. Quem torce por você te impulsiona, te inspira, te apoia.
Se alguém se incomoda com sua evolução, não é sobre você – é sobre o ego dessa pessoa.
A Vida Que Você Escolhe Criar
A partir de hoje, faça um pacto consigo mesmo: pare de perder tempo com o que não te engrandece. Dedique-se apenas ao que eleva sua alma, expande sua mente e te faz crescer.
Porque, no final das contas, quem escolhe sua vida é você.
E quem escolhe ser livre, nunca mais aceita correntes.
✨ Autoria: Diane Leite ✨
O PODER DO SER SOBRE O TER – UMA RESPOSTA QUE TRANSFORMA
Quando me olho no espelho, não vejo apenas minha aparência ou os bens materiais que conquistei ao longo da vida. Eu vejo minha essência, aquilo que ninguém pode tirar de mim: minha inteligência, meu caráter, minha força, minha autenticidade.
Vivemos em um mundo onde muitos querem tudo, mas fazem pouco. Querem o prêmio sem a jornada, o sucesso sem o esforço, o respeito sem o mérito. Mas eu aprendi algo que mudou minha vida: o que eu sou sempre valerá mais do que o que eu tenho.
A beleza passa, o dinheiro oscila, as narrativas mudam, mas minha essência ninguém pode roubar. Podem tirar meus bens, meus títulos, minhas conquistas, mas jamais poderão apagar meu conhecimento, minha resiliência, minha coragem de recomeçar.
Penso no ouro. Ele pode ser derretido, moldado, transformado, mas continua sendo ouro. Assim sou eu. Quem tem valor brilha em qualquer circunstância. E aqui está a lição suprema: dinheiro é importante, sim, mas sem conteúdo, sem propósito, ele se torna apenas um peso vazio. A prova disso são pessoas ricas, mas miseráveis por dentro. Pessoas que têm tudo, mas não sabem ser.
Eu sou a maior prova de que tudo depende de mim. Quando emagreci 35 kg, precisei abrir mão da ansiedade, das preocupações que estavam além do meu controle, e focar no que realmente dependia de mim. Essa foi a chave para minha transformação. Eu entendi que a verdadeira força está em dominar o que posso mudar e aceitar o que não posso.
Muitos querem facilidade, mas não querem abrir mão de nada. Querem chegar ao topo, mas sem subir os degraus. E aí está o erro fatal: quem não constrói base sólida desaba na primeira tempestade. Penso em uma árvore. Suas raízes precisam ser profundas para suportar os ventos mais fortes. Assim é a vida. Sem fundamentos, qualquer conquista é passageira.
Então, me pergunto todos os dias: quem eu escolho ser?
Alguém que busca atalhos ou alguém que se fortalece a cada desafio?
Alguém que só quer ganhar ou alguém que merece o que ganha?
Alguém que depende das circunstâncias ou alguém que as cria?
O conhecimento é a única riqueza que ninguém pode tirar de mim. Meu caráter é minha maior joia. Minha capacidade de aprender, evoluir e me transformar é meu verdadeiro superpoder.
E a melhor parte? Tudo o que construo por dentro um dia se manifesta por fora.
Eu escolho ser alguém de valor. O resto virá naturalmente.
Autoria: Diane Leite
Cada Passo Te Faz Mais Forte
Imagine uma montanha tão alta que parece tocar o céu. Seus picos cobertos de neve, seus penhascos desafiando a gravidade. Você olha para cima e sente um frio na espinha: ‘E se eu cair? E se não conseguir?’
Mas agora vem a verdade que ninguém te contou: essa montanha não está lá fora. Ela existe dentro de você.
O medo do fracasso é como uma tempestade que você mesmo alimenta. Cada pensamento de ‘e se’ é um relâmpago que ilumina sombras irreais. Você teme tropeçar, mas esquece que até as pedras no caminho são mestras.
Sêneca já dizia: "As dificuldades fortalecem a mente, assim como o trabalho pesado fortalece o corpo". E é exatamente isso: cada passo vacilante não é fraqueza, é treino para a resistência.
Vou te contar um segredo que os navegadores sabiam bem: ninguém descobre novos oceanos sem perder a costa de vista. O medo do desconhecido é real, mas a grandeza está em avançar mesmo assim. Os erros não são abismos, são estrelas que guiam sua travessia. A falha não é o fim da história, é a página em branco onde você reescreve sua estratégia.
Pratique isso hoje:
1. Troque ‘E se eu falhar?’ por ‘E se eu aprender?’
2. Celebre cada pequena queda como um mapa do que evitar.
3. Lembre-se de que até o sol, para nascer, precisa atravessar a escuridão.
Você não está aqui para ser perfeito. Está aqui para ser intrépido. A montanha não desaparece, mas a cada passo suas pernas ficam mais fortes. E um dia, ao olhar para trás, você verá que os penhascos que tanto assustavam eram apenas degraus disfarçados.
A vida não exige que você chegue ao topo. Só quer que você suba.
Porque o único erro real é ficar parado.
Respire fundo.
A próxima subida já é sua.
Autoria: Diane Leite
Borboletas no Jardim da Vida
Por Diane Leite
Aos 18, ao me tornar mãe, imaginava como seria aos 40. Pensava se estaria velha, se teria conquistado meus sonhos. Hoje, percebo-me como uma fusão de dois mundos: uma parte serena e outra que renasceu das cinzas, sonhando e lutando.
Aprendi que a vida é feita de escolhas. Durante anos, priorizei os outros, mas descobri que o amor mais puro vem da reciprocidade. Sei dizer "não" sem culpa, pois respeito a energia que ofereço. Cada amor moldou minha alma, mas a mulher que sou hoje sabe o que merece.
Mereço o melhor, pois plantei com amor e colhi com resiliência. Acredito na prosperidade divina. Deus testa, mas também honra. Fé é seguir de pé mesmo quando o mundo desaba.
Hoje, meu jardim é minha maior obra. Nele, plantei sonhos, nutrição e amor-próprio. Com mãos sujas de terra e coração cheio de esperança, reguei cada semente. Agora, posso admirar as borboletas ou escolher uma para ficar.
O futuro é incerto, mas não me assusta. Enquanto plantar e regar com amor, terei sempre o jardim mais lindo para admirar e me orgulhar. No fim, a maior beleza está na jornada – nas mãos cheias de terra e no coração cheio de vida.
Sigo plena, grata e em paz.
Texto pensador Diane Leite
Autoria: Diane Leite
Nossa mente é uma artesã de labirintos. Ela borda justificativas douradas para nos manter exatamente onde estamos, mesmo quando cada fibra do nosso ser sussurra: Isso aqui já não é morada. É disfarce.
Há uma angústia que veste a máscara da prudência. Aquela voz que diz "Espere o momento certo", enquanto sabota todas as oportunidades. Mas o desconforto carrega um segredo — ele aponta para o norte da alma.
A maior armadilha não é o medo de mudar. É o pavor sagrado de descobrir quem poderíamos nos tornar se ousássemos escutar aquilo que já sabemos, mas evitamos nomear.
Vivemos tempos acelerados, onde as distrações nos afastam de nós mesmos. Perdemos-nos em ruídos externos, em rotinas exaustivas, e nos esquecemos de ouvir a voz que ecoa dentro de nós. Este livro é um convite para uma pausa, um respiro profundo. É um chamado para que você retorne a si mesmo e perceba que as respostas que busca já estão dentro de você.
"Trecho Crônicas de Diane Leite"
"O Chamado do Eu Interior
Há momentos na vida em que algo dentro de nós se agita de forma inexplicável. Não é apenas um pensamento insistente, nem um desejo passageiro. É um chamado. Uma força silenciosa, mas poderosa, que nos impulsiona para além do que conhecemos, desafiando certezas, ruindo alicerces e nos fazendo encarar o que antes parecia intocável."
PREFÁCIO
Crônicas de Diane Leite
O Chamado para a Transformação
Há histórias que nascem no silêncio.
Como aquela tarde em que me sentei à beira do rio, observando as folhas caírem na água, e percebi que elas não lutavam contra a correnteza – apenas seguiam. Assim como eu, anos atrás, quando a vida me levou a lugares que jamais imaginei pisar.
Este livro não é sobre respostas.
É sobre perguntas que ecoam no escuro do seu quarto, quando o mundo dorme e só resta o bater do seu coração. Aquela dúvida que você não ousa compartilhar, a saudade que não tem nome, o vazio que insiste em sussurrar: "E se houver mais?"
Escrevi essas palavras não como autora, mas como alguém que já se perdeu no próprio labirinto.
Como a mulher que carregou 35 quilos de dor nas costas e descobriu que leveza não está no corpo, mas na forma como olhamos para o espelho da alma. Você sabe do que falo. Todos temos nossos 35 quilos.
Aqui, não há lições.
Há espelhos.
Frases que vão se infiltrar em você como a luz da manhã entra pela fresta da janela – sem pedir licença, sem fazer barulho. Até que, de repente, você percebe: está vendo partes de si que nem sabia existirem.
Não me importo se você acredita em destino, ciência ou magia.
Importa-me apenas que, ao virar estas páginas, você sinta.
Como sente o cheiro da chuva antes da tempestade.
Como reconhece o gosto amargo da despedida antes mesmo de ela chegar.
Isso é o que importa: o que habita nas entrelinhas da sua existência.
Se algo aqui tocar você, não fui eu quem escreveu.
Foi a parte sua que ainda lembra como é ouvir a própria voz em meio ao ruído do mundo.
Com fé e autenticidade,
Diane Leite