Coleção pessoal de dhsig

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A Real da Fantasia

Engraçado o andar
radical o olhar
o triângulo é escaleno
Seu lado maior,
um destrutivo veneno.

Aquele verso já não canto mais
pra que cantar sem encanto?
Deixe-me chorar com pranto
e tirar esse tanto faz
da dor que sinto!

Resguardo-me em sentidos
absolutos e relativos.
Irreais sonhos sem ruídos
já que a realidade está
muito além de dias vividos.

A real da fantasia é
que sem o real
ela perde a fantasia!

E nessa luta sem luva
faço do meu Sol
o mais brilhante diamante
e da minha Lua
a humildade mais pura.

Procure ser um homem de valor, em vez de ser um homem de sucesso.

O único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.

A medicina é minha fiel esposa e a literatura é minha amante; quando me canso de uma, passo a noite com a outra.

Perca com classe, vença com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve.

Gosto dos meus erros; não quero prescindir da liberdade deliciosa de me enganar.

Que eu seja um comediante - mas um comediante que pensa.

Por simples bom senso, não acredito em Deus. Em nenhum.

Cada segundo é tempo para mudar tudo para sempre.

O som aniquila a grande beleza do silêncio.

Um dia sem rir é um dia desperdiçado.

A beleza é a única coisa preciosa na vida. É difícil encontrá-la, mas quem consegue descobre tudo.

A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.

Poeta, Brinquedos e Brincadeiras.


Reticências complete, por fa...
a frase de am...
e as palavras que não enten...
deixe que o coração responda por vo...

Hífen é sub-ramo do separar.
Da segunda-feira à meia-noite,
separa à sangue-frio, a peça-chave
do quebra-cabeça de um pé-de-moleque.

Travessão, falante sinal.
-Eu não sirvo só para isso!
-Eu sei, meu querido!
Simples conversa - afinal -.

Crase aquela frase.
Quando vais a, craseia o A.
Mas és garota de tantos as
que tenho dúvida em qual craseiar.

Circunflêxo, chaupezinho protetor.
Não protege a vovó,mas protege o vovô.
Sem esquecer do agudo
Aquele impossível de ser mudo!

Minha amiga, língua escrita
devo a ti, o poder de brincar:
Com teus "enfeites" e (teus) brinquedos
nesses dedos do livre pensar.

(Rio,06/05/2007)

Livro Libertino

Ausência que preenche.
Falta que completa.
Todas as possibilidades são prováveis,
todas as probabilidades possíveis.
Das curvas de um zero
às ondas do infinito.
O papel desse livro
é azedo de branquelo
e livre de martelo!

Mesmo sem significado
mesmo sem nome
Aceito o diferente, o não uniforme.
E com a ponta plena
de uma leve caneta de pena
Escreva pelo menos um parágrafo.

Ou mais
na verdade tanto faz.
Só não deixe que o livro se feche!

A ciência é mais bela que a religião

A real da fantasia é
que, sem o real,
ela perde a fantasia!

Qualquer Paixão de Verão

Paixão de verão
carinho, mistério e emoção.
É aquela que parece nunca acabar
até o verão terminar.

Depois apenas momentos passados.
às vezes até um futuro caso,
mas fotos,lembranças e segredos
são como filmes eternos...
estarão sempre presos à memória.

Também fica a esperança
do reencontro,
no próximo verão.
Uma só certeza,
nunca será igual.

A solidão não é
um prato vazio.
É prato de um só grão!

E a Poesia virou Prosa

Nasce mais um dia e morre mais uma noite. Mário acabara de acordar, tomou um café forte se arrumou e saiu para trabalhar. Todo dia pegava o ônibus na mesma hora e no mesmo lugar.

Foi quando sua rotina mudou.O elevador de seu prédio quebrou e ele teve de descer do 15° andar de escadas. Belo atraso de 8 minutos. Tão belo que chegou no ponto e nem viu seu ônibus passar.Teve de esperar outro, por mais 7 minutos. Depois, fez o sinal e subiu. Sentou-se na janela esquerda da segunda fila. Apoiando a cabeça contra o vidro cochilou, mas logo uma freiada brusca seguida de uma forte buzina, o despertou. Olhava ,nesse instante, para calçada onde passeava uma graça feminina com uma calça de lycra. Era uma deusa numa bicicleta. Ficou estarrecido, pasmo e torcia para que o sinal jamais se abrisse. Ela andava devagar, todavia quase não dava mais para acompanhar. Ela já dobrava a esquina e sua visão, discreta.

Não sei como, mas por um momento trocaram um olhar penetrante.Era hora. Pulou do assento e foi atrás do gracioso par de pernas pedalante. Porém ao descer na rua, sua pele ficou crua. O atraso antes despercebido se mostrava doloroso, agora. Ela estava com outro. Então, sentou-se na praia aspirando a maresia e viu ir embora a sua diva sinuosa, da mesma forma que esta poesia virou prosa.