Coleção pessoal de Detti
Eu quero ser escritora. Este é um sonho antigo que alimento em mim todos os dias. Quero escrever porque não consigo olhar o mundo sem perceber as pequenas coisas que passam desapercebidas. Costumo olhar as coisas de um modo diferente da maioria das pessoas. Quando olho uma rosa, não vejo apenas a flor em botão, mas a tonalidade de cada pétala, a textura, o tamanho, as nuanças... como se minha alma pedisse para amá-la com os olhos!!! Nunca vi os espinhos com maus olhos, mas como um meio de proteção que Deus colocou nessas flores tão delicadas e de vida tão curta. Têm folhas pequenas para dar espaço para o sol entrar.
Assim é cada coisa neste universo. Cada ser guarda em si características únicas e necessárias para a sobrevivência. Quando o homem altera a essência e o modo como a natureza se apresenta ele quebra um ciclo divino e rouba a vida de muitas criaturas. Nada existe simplesmente por existir. Cada gota de chuva que cai do céu é um fragmento do universo, assim como nós.
Espero que um dia as pessoas percebam o quanto são pequenas e dependentes da natureza...O tempo urge...Nossas vidas estão em perigo!!! Não há castigos! Não é vontade de Deus que o homem sofra. É o próprio homem que desgraça a própria espécie quando quebra o ciclo vital, quando subjuga os animais, quando mata por prazer e ganância, quando destrói para alargar suas riquezas.
Somos seres estúpidos e de pouca sabedoria...até a erva daninha que brota em nossos jardins tem sua utilidade, algumas são repelentes, outras são medicinais...Precisamos olhar o mundo, abandonar nossos próprios jardins interiores e vislumbrar além daquilo que nosso pequeno ego permite. Somos seres em extinção, seres que matam a própria espécie e se apoderam de todas as demais.
Não podemos mais continuar acreditando que dominamos o mundo. Não dominamos nada, nem ninguém, o que nos domina é nossa falta de discernimento. Comemos da árvore do bem e do mal, mas não comemos da árvore da vida eterna, portanto, se matamos...morre o mundo...morremos nós!
"Há muito tempo estou aqui, caminhando pelas areias e contemplando as estrelas.
Aqui posso sentir o calor do sol, ardente e aconchegante - e o frio da noite, solitária e enigmática. O vento arrebata as areias e apaga os meus passos, mas espalha pelos ares os meus sonhos de mulher. E cá continuo, neste deserto imponente e infinito, peregrina de mim mesma.