Coleção pessoal de denisesevergnini
A pérola da coroa
Somos filhos do universo em expansão
Centelha única de amor,define cada um
Luzes brilhantes [faróis], mostrar-se-ão
A dirigir caminhos, a todos ou a nenhum
Na cabeça eterna, os justos ostentarão
A coroa mestra dirigente do bem comum
A pérola ínfima abrirá seu puro coração
Resgatando aquele que não foi ao podium
Disseminar a bondade expressa do mestre
Torna-se missão da pérola da divina coroa
_ colher almas perdidas em jardim agreste
O brilho cintila espargindo imensurável amor
A pérola fraterna utiliza-o e depois o doa
Assim o laurel divinal estará a seu dispor
MORENDO DO PRAZER DO AMOR
Inexplicável sentir de mãos que percorrem um corpo lentamente
Desvendando caminhos que ele próprio desconhece
Como mapa de tesouro, vai seguindo, percorrendo as trilhas
que levam à saciedade suprema
Como a luz que dirige o náufrago à vida,
suaves mãos conduzem o corpo ao imenso prazer do sentir amor
Derramam bênçãos de sentimentos mágicos sobre lençóis de céu
Duas vidas, num instante fazem-se una – conjunção carnal-,
de onde a alma não fica oculta
Manifesta-se na felicidade sentida...Dá para morrer nesta hora
E morrendo do prazer, render-se a tudo o que te liga ao ser amado
Quero morrer, morrer de amor, morrer de prazer e
ressuscitar cada dia mais, a fim de viver muito, muito mais amor!!!
Canta-me na voz dos teus lábios!
Canta-me na voz dos teus lábios,
Beijo que o meu silêncio apagou!
Desvenda rascunhos e alfarrábios
Pele cativa do ulterior se libertou
Sem alarme!Desamor já passou
Hoje, anseio teus arroubos sábios.
Canta-me na voz dos teus lábios,
Beijo que o meu silêncio apagou!
Chamo-te em amorosos assobios
Olvida o que no tempo se expirou
Consagra este amor sem distúrbios
Com a leveza do voejo de um grou
Canta-me na voz dos teus lábios!
AMOR NA MADRUGADA
Nas sombras da madrugada aveludada,
A lua ilumina firmamento dos namorados!
Esparge-se na atmosfera calma, perfumada
A profundeza de bel-prazeres apaixonados!
Canta ela, maviosa voz, sons emocionados,
Composição do amor na sedutora alvorada.
Nas sombras da madrugada aveludada,
A lua ilumina firmamento dos namorados!
Penumbra encobre, de dois seres, paixão alada
Nas asas do vento, depois da posse, saturados
Repousa, abraçados, na saciedade desejada.
Vôos fremidos,anseios acesos e recomeçados,
Nas sombras da madrugada aveludada...
Saudade
Encarnei as vestes do amor
Colhi todas as rosas aromais
Dançou o tempo, meu senhor
Ficaram as formas espectrais
Ausência, conivente a meu dispor
Na derme, perfume de rosas astrais
Ex - amor
Podes partir, nada importa mais agora...
Tuas desculpas, teus gestos, teu amor!
O que restou é esta alma que chora
As dissidências do teu rude desamor!
Como é fácil deixar um coração incolor!
Voeja!...Não tenho emoção, nesta hora!
Podes partir, nada importa mais agora...
Tuas desculpas, teus gestos, teu amor!
Um amor verdadeiro, sempre revigora.
Falsas palavras agem a nos decompor...
Cansei das tuas inverdades sem mora.
Acha outra alma incauta a teu dispor.
Podes partir, nada importa mais agora...
EM FRENTE ...
Quando o meu destino é o Altíssimo
Eu não tenho medo! Não tenho medo!
Sei quem sou, não transmuto imo
Nem de passagem, dou degredo
Transparência não macula enredo,
Mas há que não viva no Justíssimo.
Quando o meu destino é o Altíssimo
Eu não tenho medo! Não tenho medo!
Sou força, energia vital e arrimo
A que me confidencia segredo.
Sem máscara ou exibicionismo,
Vou em frente, até subindo penedo,
Quando o meu destino é o Altíssimo
TEU SILÊNCIO ME BEIJA
Ausência de sons incendeia meus tímpanos
Como se a implorar fossem pela tua presença
Nem tua sombra aparece revestida em panos
E o aquietamento de teus lábios é descrença
Mesmo distante, ainda, causas incuráveis danos
Rezo outras cartilhas, aparto tuas desavenças
Visto templos de deuses pagãos e tão profanos
Não distingo entre tantos credos, a tua herança
Eu regulo minha exatidão... Teu silêncio me beija
E os lábios sorvem a saudade, doce-fel mortal
Ainda sou aquela alma açoitada e mui andeja...
Quero festa com acordes musicais em brados
Renúncias, dissabores... Esquecidos em festival
Para que tua foto seja colada em outros quadros
São coisas que eu sei do cotidiano:
São coisas que eu sei:
É bonito o amanhecer
Com os raios de sol
A desenhar formas em nossas manhãs
Mas nem sempre há beleza no cotidiano
A vida real é bela, mas dura
A felicidade não perdura
Saber aproveita-la é lição
São coisas que eu sei:
Há sempre uma dor a sentir
Uma fome a matar
Um problema a resolver
Um pedinte na esquina
Um errante a cumprir sua sina
São coisas que eu sei:
Há poesia, brilho nos olhos, afeição
Há transtornos, filas, amolação
Há flores, há espinhos
Há dores, há carinhos
Há sempre amor a sentir
São coisas que eu sei:
Ante a dureza do cotidiano
Temos que prestar a atenção
Devemos vivê-lo...senti-lo
Mas deixar de sonhar jamais
Pois o sonho é feito de viva emoção
(Des)_encontro de Amor
Houve um tempo no tempo confuso
Houve uma espera do querer obtuso
Um rosto desenhado na tua saudade
De um não confessado contentamento
Houve uma resposta não falada
Eventual encontro na madrugada
Duas almas embalsamadas no sonhar
Ambos encarcerados n’arte de amar
Houve um encontro de amor
Esdrúxulo, eventual, furta-cor
Perdurou apenas uma estação
Mas restou, na alma, toda emoção
ALEGRIA
Abro os olhos diante do espelho
Dou-me bom dia. Tenho que ser
A minha própria alegria
A vida tem dissabores. Tento afastá-los de mim
Desenhando um novo dia... Com as mais puras cores
De um caleidoscópio divino
Sendo eu, a minha alegria... Posso dividi-la também
Com aqueles que não a tem
Alegria é fé, é divertimento... É felicidade incontida
Saber buscá-la é privilégio... Daqueles que amam a vida
A minha alegria é real... Gera a ternura, esquecida
No fundo de um velho baú... Das vivências entorpecidas
Vale a pena repetir: Sendo eu, a minha alegria
Posso dividi-la também com aqueles que não a tem
AMOR INCONDICIONAL
Quando sobrar amor no coração, divida
Dádiva divina a ser repartida é o afeto
Sentimentos nobres são passagens de ida
E na volta deles, nosso ser fica completo
Dou amor ao amigo e assim me acometo
De sublime emoção em minha doce vida
Quando sobrar amor no coração, divida
Dádiva divina a ser repartida é o afeto
Existência sem sentimento não há saída
É túnel sem luz, sensação de tudo preto
Dou amor ao amigo e inimigo, na medida
Percebo que à maldade não me submeto
Quando sobrar amor no coração, divida
Julgar Aparências
Julgar pela aparência é como olhar um cacto. Não se percebe a água contida em seu interior, nem a beleza de suas flores.