Coleção pessoal de Delucareal

Encontrados 5 pensamentos na coleção de Delucareal

⁠NÃO IMITE A INCORPORAÇÃO DOS OUTROS.

Cada médium é único, assim como cada guia trabalha de uma forma particular.
Parte do desenvolvimento mediúnico é este processo pessoal de autodescoberta, aprender como é a naturalidade de suas própmanifestações mediúnicas. É muito importante, neste período, não se preocupar com os trejeitos exteriores. Se a entidade que trabalha com você irá girar ou não, bater no peito ou não, gritar ou não, entre outras características, você descobrirá gradualmente, no tempo correto. Se você forçar a sua incorporação para que ela fique semelhante à de outro médium, você perderá aquilo que é único de sua mediunidade. Você nega aquilo que lhe é natural e impede que os guias trabalhem como desejam.
Um dos hábitos mais nefastos que um médium iniciante pode adquirir é comparar-se com seus irmãos de corrente. Por mais que você possa admirar as entidades de um médium, entenda que sua mediunidade não é igual a ele. Cada pessoa possui a sua próprio processo, e nenhuma forma de trabalhar é melhor do que outra. Perante o Pai, somos todos pequeninos. Não tente ser como o outros. Os guias que se manifestam através de sua mediunidade são poderosos. Tenha certeza, quando for o momento de você participar do atendimento, a própria espiritualidade encaminhará aqueles que precisam destes guias para receberem suas graças.

Médiuns iniciantes, saibam confiar no que sentem. Este é um dos alicerces fundamentais do bom desenvolvimento mediúnico. Pode acontecer alguns excessos no caminho, mas para isto estarão os dirigentes do seu terreiro para lhe orientar. O objetivo principal, devemos sempre reforçar, é o exercício da caridade. Esta é a essência da Umbanda. E para que isso ocorra, cabe aos médiuns assumirem suas próprias características, permitir que os guias trabalhem como desejam.

Prece aos Orixás de Bará a Oxalá
(Texto adaptado)

Bará
Alupô meu pai! Senhor das encruzilhadas, permita que todo esse axé aqui presente preencha as nossas vidas. Destranca todas as fechaduras, todos os cadeados, tira do caminho tudo o que esteja atrapalhando a nossa caminhada.
Desata todas as amarras, tanto no plano material quanto no plano espiritual.
Alupo!


Ogum
Ogunhê meu pai! Senhor das conquistas e das batalhas! Que a tua espada e teu escudo nos protejam sempre. Que nenhuma demanda chegue a porta da nossa casa, que o senhor tire donosso caminho tudo e todos aqueles que demandarem energia negativa.
Ogunhê!

Oiá
Eparrei minha mãe! Afasta pra longe todos aqueles que nos querem o mal. Senhora dos ventos e das tempestades, que o teu sopro traga a motivação e a coragem minha mãe. Senhora da alegria e do bom viver, traz a perseverança e a bênção de cada novo dia.
Eparrei!

Xangô
Kaô cabecile! Senhor da justiça, permita a nós a percepção do certo e do justo, nos defende das inustiças desse mundo, que a tua balança de a sentença com rigor e que nada escape dos teus olhos meu Pai, mas tenha misericórdia pelas falhas dos seus filhos quando houver arrependimento e uma busca por evolução.
Kaô meu pai!

Odé e Otim
Oquêbamo! Meu pai Odé, minha mãe Otim! Nos dêem o alimento, as riquezas da mata, não deixem que falte o pão de cada dia. Que nunca nos falte a companhia na nossa jornada, que tenha sempre alguém ao nosso lado pra nos acompanhar. Que a vida seja sempre de fartura e abundância.
Oquêbamo! Odé e Otim!

Obá
Exó minha mãe! Senhora da roda, do movimento, do fluxo de energia. Que a sua navalha corte qualquer fofoca, briga ou desavença de nossas vidas. Que o fluxo da vida seja sempre contínuo. Que possamos enxergar a bondade no coração mais duro.
Exó minha mãe!

Ossanha
Eu eu, meu pai! O senhor que conhece o poder das folhas, nos permita alcançar a cura do corpo físico e espiritual. Nos da a força e a vitalidade, o senhor que é um dos médicos do plano espiritual, peço com misericórdia.
Eu eu!

Xapanã
Abau sapata! O senhor que é o médico da espiritualidade, o senhor da vida e da morte, traz o entendimento de que a matéria é uma morada provisória e de transição. Que a sua vassoura varra as más companhias, as doenças e as tristezas.
Abau sapata!

Oxum
Ieieô Oxum! Mãe das águas doces, dos rios, das cachoeiras. Acolhe-nos com tua ternura, nos faz enxergar a vida com a tua doçura. Protetora das crianças e de todos aqueles que necessitam da tua graça. Nos acolhe no teu seio e nos proporciona a paz de espírito e alegria. Ieieô!

Iemanja
Mãe de canto doce, acalanto dos aflitos, tenha piedade de nós! Nos proteja, nos dê o sustento e leve embora toda a dor.
Mãe de todos os orixás, mãe que cuida e zela de seus filhos, a senhora que é a dona do nosso pensamento, nos dê a clareza com a tua luz minha mãe. Odoiá!

Oxalá
Epao babá, senhor da perfeita sabedoria e do bendito amor. Nos proteja das ilusões desse mundo, nós que muitas vezes afogados na ignorância, em sentimentos inferiores, pedimos a tua misericórdia, nos envolve com o teu alá de compaixão, de amor e misericórdia.
Epao babá!

“AS SETE LÁGRIMAS... DE PAI PRETO”
(Completa)

Foi uma noite estranha aquela noite queda; estranhas vibrações afins
penetravam meu Ser Mental e o faziam ansiado por algo, que pouco a pouco se
fazia definir...
Era um quê desconhecido, mas sentia-o, como se estivesse em comunhão com
minha alma e externava a sensação de um silencioso pranto...
Quem do mundo Astral emocionava assim um pobre “eu”? Não o soube, até
adormecer...e “sonhar”...
Vi meu “duplo” transportar-se, atraído por cânticos que falavam de Aruanda,
Estrela Guia e Zambi; eram as vozes da Senhora da Luz-Velada, dessa Umbanda
de Todos Nós que chamavam seus filhos-de-fé...
E fui visitando Cabanas e Tendas, onde multidões desfilavam... Mas, surpreso
ficava, com aquela “visão” que em cada uma eu “via”, invariavelmente, num
canto, pitando, um triste Pai-preto chorava.
De seus “olhos” molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces, e não
sei por que, contei-as... foram sete. Na incontida vontade de saber, aproximei-me
e interroguei-o: fala, Pai-preto, diz a teu filho, por que externas assim uma tão
visível dor?
E Ele, suave, respondeu: estás vendo essa multidão que entra e sai? As
lágrimas contadas, distribuídas, estão dentro dela...
A primeira eu a dei a esses indiferentes que aqui vêm em busca de distração,
na curiosidade de ver, bisbilhotar, para saírem ironizando daquilo que sua mente
ofuscada não pode conceber.
Outra, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na
expectativa de um “milagre” que os façam “alcançar” aquilo que seus próprios
merecimentos negam.
E mais outra foi para esses que crêem, porém, numa crença cega, escrava de
seus interesses estreitos. São os que vivem eternamente tratando de “casos”
nascentes uns após outros...
E outras mais que distribui aos maus, aqueles que somente procuram a
Umbanda em busca de vingança, desejam sempre prejudicar a um ser
semelhante – eles pensam que nós, os Guias, somos veículos de suas mazelas,
paixões, e temos obrigação de fazer o que pedem... pobres almas, que das brumas
ainda não saíram.
Assim, vai lembrando bem, a quinta lágrima foi diretamente aos frios e
calculistas – não crêem, nem descrêem; sabem que existe uma força e procuram
se beneficiar dela de qualquer forma. Cuida-se deles, não conhecem a palavra
gratidão, negarão amanhã até que conheceram uma casa de Umbanda...
Chegam suaves, têm o riso e o elogio à flor dos lábios, são fáceis, muito fáceis;
mas se olhares bem seu semblante verás escrito em letras claras: creio na tua
Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas somente se venceram “meu
caso”, ou me curarem “disso ou daquilo”...
A sexta lágrima eu dei aos fúteis que andam de tenda em Tenda, não
acreditam em nada, buscam apenas aconchegos e conchavos; seus olhos revelam
um interesse diferente, sei bem o que eles buscam.
E a sétima, filho, notaste, como foi grande e como deslizou pesada? Foi a
ÚLTIMA LÁGRIMA, aquela que “vive” nos “olhos”de todos os orixás; fiz
doação dessa aos vaidosos, cheios de empáfia, para que lavem suas máscaras e
todos possam vê-los como realmente são...
“Cegos, guias de cegos”, andam se exibindo com a Banda, tal e qual
mariposas em torno da luz; essa mesma LUZ que eles não conseguem VER,
porque só visam à exteriorização de seus próprios “egos”...
“Olhai-os” bem, vede como suas fisionomias são turvas e desconfiadas;
observai-os quando falam “doutrinando”; suas vozes são ocas, dizem tudo de
“cor e salteado”, numa linguagem sem calor, cantando loas aos nossos Guias e
Protetores, em conselhos e conceitos de caridade, essa mesma caridade que não
fazem, aferrados ao conforto da matéria e à gula do vil metal. Eles não têm
convicção.
Assim, filho meu, foi para esses todos que viste cair, uma a uma, AS SETE
LÁGRIMAS DE PAI-PRETO!
Então, com minha alma em pranto, tornei a perguntar: não tens mais nada a
dizer, Pai-Preto? E, daquela “forma velha”, vi um véu caindo e num clarão
intenso que ofuscava tanto, ouvi mais uma vez...
“Mando a luz da minha transfiguração para aqueles que esquecidos pensam
que estão... ELES FORMAM A MAIOR DESSAS MULTIDÕES”...
São os humildes, os simples; estão na Umbanda pela Umbanda, na confiança
pela razão... SÃO OS SEUS FILHOS-DE-FÉ.
São também os “aparelhos”, trabalhadores, silenciosos, cujas ferramentas se
chamam DOM e FÉ, e cujos “salários” de cada noite... são pagos quase sempre
com uma só moeda, que traduz o seu valor numa única palavra – a
INGRATIDÃO...

Não lute mais
Descanse
Não dê força para seus inimigos
Vença-os com o perdão
Não cultive a impaciência
Vença-a com a segurança
Não delapide a paz dos outros
Coopere com o silêncio
Não se afaste do seu coração
Una-se a si mesmo
Não dê trelas aos problemas
Vença-os com a luz interior
Não coopere com as críticas
Supere-as com seu desprezo
Não se deixe vitimar
Assuma sua liberdade de escolha
O bem é saber
que o único meio de vencer
É usar a inteligência
com compaixão
Por isso não lute mais
Descanse

(Conserto para uma alma só)

Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana.
Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso.