Coleção pessoal de dayanny_benevides
Mulher.
Viajo em seus horizontes e de teus olhos juro ver minha alma.
Seus beijos são embargados em desejo e sua fala é mansa e aveludada.
Com meus olhos te desenho, e minha mente viaja a ponto de me ver no espaço tempo, entre o certo e o errado.
Onde vejo-me presa fácil em suas mãos. Tento correr, mas minhas pernas trazem-me de volta a ti.
Talvez não devesse esconder esse desejo que queima em minha alma, o desejo de tê-la apenas para mim, de ouvir sua voz rouca de sono ao amanhecer e de esconde-la tão fundo em mim que ninguém seja capaz de roubá-la.
Sinto-me criança, sinto-me agitada, olho para ti e não enxergo mais nada. Seus risos, seus sorrisos e seus olhos me fizeram prisioneira.
No seu corpo plantei confiança, colhi desconfiança. Planei carinho, colhi ingratidão. Falei de amor, esperando ouvir o mesmo, porém apenas escutei suas arrogâncias. Eu plantei tanto em ti, que me dê desfolhei, me desfiz. Fiz de mim alguém para quem olhasse, mas apenas recebi desamor. Queria eu ter ficado apenas em mim, plantando e florescendo para em meu eu.
Pessoas são tóxicas, sempre preocupadas com elas mesmas, não conseguem ver um palmo a frente de suas ignorâncias
Sabe o que eu queria agora?
Queria fugir um pouco dessa minha realidade
Das brigas momentâneas
Das ignorâncias
Do desamor
De tudo que me muda, que me faz querer desistir. Desisti da humanidade, da vivência com outros seres.
Queria um mundo apenas meu. Onde choraria e me deitaria onde quisesse, sem regras, sem o certo e o errado.
Queria mesmo me submergir em meus pensamentos. Esquecendo das coisas passadas, da vida dura.
Para que um dia eu posso viver sem arrependimentos ou angústias. Viver apenas para mim, para o que eu quero ser.
O beijo daquele dia era mórbido, sem vontade, não tinha amor, nem se quer carinho.
Era como se meus lábios tocassem uma parede fria e sólida. Enquanto suas mãos percorriam meu corpo fazendo-o estremecer em espanto, em estranheza.
Beijo sem vontade, sem amor.
Meu peito gritava: Apenas mais uma vez, tem que dá certo!
Não... não, não era mais o mesmo beijo, se quer o mesmo sabor. Agora sentia o gosto do amargor, a acidez de sua saliva, aquilo fazia meu estômago revirar e em meu peito permanecia um coração quebrado, não existia euforia. Minha boca estranhava tal coisa, onde estava aquele amor? Aquele fogo que outrora queimava em meu peito que fazia meu corpo inteiro festejar. Onde forá tal amor? tal sentimento. Restava meu vazio, meu sentimento de perda.
O que eu havia perdido?
Não sabia.
Na verdade, não queria aceitar que talvez essa fosse nossa última noite juntos.
A última noite dos amantes.