Coleção pessoal de davidnicholls
Algumas vezes, muito ocasionalmente, digamos às quatro horas da tarde de um domingo chuvoso, Emma se sente em pânico e quase não consegue respirar com a solidão.
Emma mais uma vez foi lembrada de que não havia limites para a capacidade de Dexter de decepcioná-la.
De repente me peguei pensando em você, e pensando que pena que não está aqui para ver isso, para vivenciar isso, aí eu tive a seguinte revelação. Você deveria estar aqui comigo.
Sabe o que eu não consigo entender? Toda essa gente vive dizendo quanto você é bacana, inteligente, engraçada, talentosa e tudo o mais... quer dizer, é o tempo todo, eu digo isso há anos. Por que você não acredita? Por que acha que as pessoas dizem essas coisas, Em? Acha que é uma conspiração, que as pessoas combinaram de ser legais com você?
— Você não é tão chata.
— Sou, sim, Dex. Juro por Deus, eu mesma me acho chata.
— Bom, eu não acho você chata. — Pegou a mão dela. — Você nunca vai ser chata pra mim. Você é uma em um milhão, Em.
— Alguma novidade? Alguma ação, em termos de vida amorosa?
— Ah, você me conhece. Eu não tenho emoções. Sou um robô. Ou uma freira. Uma freira-robô.
— Não é, não. Você finge ser, mas não é.
Acho que você tem medo de ser feliz Emma. Parece que pensa que o caminho natural das coisas na sua vida é ser triste, sombria e macambúzia, e odiar seu emprego, odiar o lugar onde mora e não ter sucesso nem dinheiro, e Deus a livre de um namorado. Na verdade vou mais longe: acho que você gosta de se sentir frustrada e ter menos do que queria ter, porque isso é mais fácil, não é? O fracasso e a infelicidade são mais fáceis, porque você pode fazer piada com isso. [...]
Você é linda, sua velha rabugenta, e se eu pudesse te dar um só presente para o resto da sua vida seria este. Confiança.